Capítulo 15: Apenas o início

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"Vamos continuar amigos?"

"Sim.." 

"Obrigado, Izuku."

Caminhando calmamente madrugada a dentro, Aoyama Yuga pensava sobre sua vida. 

Por mais que demonstrasse ser uma pessoa confiante, convencida e certa de si, não era bem isso. 

Assim como qualquer outro adolescente, qualquer outra pessoa na verdade, tinha suas crises e problemas. Tinha suas inseguranças, seus medos. 

Caminhando calmamente, para o que tinha certeza ser sua morte, divagava sobre si, sua vida inútil. 

Fizera o certo ao trair a confiança de Izuku, seu primeiro e único amigo? 
Mas ele era um vilão, queria machucar pessoas, então era claro que era o certo. Então.. por que sentia que fizera errado? 

Quando saiu de casa, sabia que não precisava mandar nada ao amigo, já que isso poderia ser uma prova contra Izuku. Lembrou-se que ele o avisou que estaria de olho em seus passos, então soube que assim que saísse para a praia, ele entenderia onde deveriam se encontrar. Realmente, o Midoriya entendera, estando no lugar antes de si. 

  - Você demorou, achei que desistiu.-Izuku comentou, parando de anotar em seu caderno e descendo da pedra em que estava sentado. - Boa noite, Aoyama-kun.
 
Estavam em uma parte remota da praia, longe de olhares curiosos. Não que fosse ter alguém ali, não naquele horário. 

  - Olá, Izu. A lua está brilhante, não acha?

  - Sim, está. - Passou a olhar o satélite natural, sorrindo levemente ao sentir o vento noturno atingir-lhe a face. Yuga apreciou tal cena, achando-a simplesmente fabulosa, digna de ser registrado em um quadro e emoldurado. 

No entanto, assim que os olhos esmeraldas voltaram-se a si, sombrios pela noite escura, sentiu que estava na hora. - Temos assuntos a tratar, Aoyama Yuga.

  - Você está com raiva, Izuku? - perguntou o seu maior medo, recebendo um aceno negativo, enquanto o garoto seguia até si, parando em sua frente. - Eu fiz errado?

  - Claro que não. Você fez apenas o que achou que deveria. - Tocou-lhe a face, fazendo ali um carinho. Não queria o assustar, apesar de tudo. 

  - Vamos continuar amigos? - Observou que o esverdeado usava uma luva, evitando contato com sua pele. Claro, ele precisava ter cuidado, não era pessoal. 

  - Sim.. desculpe por ter que acabar desse jeito. - Se afastou, dando as costas para o amigo e sumindo na escuridão. 

Aoyama queria falar algo, pedi-lo para não ir, impedir-lo, mas perdeu a oportunidade, vendo Denki aparecer em meio às  sombras, vindo da mesma direção que o amigo sumira. 

Suspirou aliviado, ao entender que morreria pelas mãos do outro loiro, não por Izuku. Se preocupava em como ele ficaria ao ter seu sangue nas mãos, pois era muito bondoso. Não queria que o amigo se culpasse, de jeito nenhum.

  - Obrigado, Kaminari-kun. 

O garoto estranhou, mais logo entendeu. Sorriu, tirando um canivete do tênis e indo até o outro. Não podia usar sua individualidade, seria o mesmo que se entregar de bandeja para Aizawa, então pensou em outro método. Não sabia nada de assassinatos, optando pela primeira forma que lembrou, mesmo que fosse dolorosa para o colega. 

  - Iremos cuidar dele. - Garantiu, passando a lâmina pelo pescoço alheio, em um corte fundo, logo vendo-o engasgar com o próprio sangue.

Era uma cena horrenda, que ficaria gravada em sua memória. Mas era por um bem maior, por uma sociedade justa, onde ninguém mais sofreria. 
Não importa quantos tenham que morrer, para cumprir os objetivos de Izuku, uma realidade de sonhos sem fim, onde não vai existir nada ruim, onde o mundo inteiro vai viver feliz. Denki iria até o fim, precisava disso. 

Me chame de Vilão - BNHA, Villain Deku Onde histórias criam vida. Descubra agora