No fim do filme, eu e Ariana estávamos chorando horrores. Que filme lindo, cara.
— Ai que choradeira é essa, Larissa. Nem foi tão triste assim - Nathan começa a reclamar.— Acha que eu não te vi quase chorando aí? Fica caladinho, Nathan!
— Muito bem, agora que as bonitas já assistiram o que queriam, vou mostrar pra vocês o que é filme de verdade - Victor vai quase saltitando até a TV e coloca Invocação do Mal. Ele pega outro pedaço de pizza e volta para seu lugar. Não é que eu não goste de filme de terror mas assistir de noite? Ninguém merece.
Já não gostei do início do filme, se já começou desse jeito imagina o resto? Nathan não estava diferente, ele involuntariamente apertava meu braço em várias partes do filme e eu só não morria de rir disso porque estava muito ocupada morrendo de susto.
Resumo do filme: Isabela e Ariana gritavam a cada 10 segundos, Victor que estava pagando de corajoso quase pulava em cima das duas de medo, e mesmo com o filme quase me matando de infarto, essa situação dos três me fazia rir. Eu e Nathan rimos tanto que quase não vimos o filme direito.
Natasha e Luiz, sem comentários. Se eu falar que eles se beijaram vocês acreditam? Na verdade não sei se rolou mesmo ou se foi alucinação minha por causa do filme.
O tempo passava e nada desse filme chegar ao fim, eu estava super cansada então acabei dormindo sem nem perceber.
Acordo com o pescoço doendo. Tinha dormido encostada no ombro de Nathan, que também dormiu. A TV estava desligada e todos estavam dormindo, provavelmente todos irão acordar com dor nas costas amanhã. Saí da cama devagar pra não acordar Nathan, Natasha e Luiz (que estavam na mesma cama que eu) e fui até o corredor a procura do meu quarto. Eu que não ia dormir naquela bagunça.No caminho, alguém encosta no meu ombro e eu pulo de susto achando que é a freira de invocação do mal. Mas era só o Nathan mesmo.
— Ei, calma, sou eu. - Ele diz. Esse cara adora me assustar, não é possível.— Você tem que andar com um sino amarrado no pescoço pra ver se para de me assustar! - digo ainda me recuperando do susto. - O que você quer?
— Me deixa dormir no seu quarto? - Ele pergunta e eu faço uma cara de "até parece". - Porra, você viu a bagunça que tá aquele lugar? Não dá pra dormir três pessoas em uma mesma cama.
— Dá sim, sua cama é bem grande - digo e continuo andando.
— Qual é, loirinha. Vai mesmo me largar naquela zona? Você tem que aprender a tratar melhor as visitas - Ele faz uma cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança e me convence.
— Ai, tá bom! - Digo e ele sorri - Mas você vai dormir em um colchão no chão. - Assim que termino de falar, sua cara vai de feliz pra triste instantaneamente. - Achou mesmo que eu ia te deixar dormir comigo?
— Não seria a primeira vez... - Ele diz com cara de sacana e eu lhe dou um soco no ombro.
— Vamos logo antes que eu mude de ideia.
O deixo no meu quarto e vou buscar um colchão pra ele. Nem morta que eu ia deixar ele dormir na minha cama.
Assim que volto pro meu quarto ele estava segurando e olhando pro meu cacto igual um idiota.— O que você tá fazendo com a Petúnia? - digo e tiro meu cacto de suas mãos - Petúnia não pode ser contaminada com sua má energia.
—Ah virou cigana agora, falando esses negócio de energia? - ele diz e eu rio. - Você me zoava porque eu coloquei um nome no meu carro, mas fica aí colocando nome em planta.
— Mas planta é um ser vivo, e seu carro você provavelmente vai trocar ele daqui uns 6 meses.
— Aliás, pensei em uma coisa aqui - ele diz com um sorriso de lado no rosto - Se eu ganhar a aposta, você me dá essa tal de Petúnia. - ele diz e eu rio. Muito alto. Ele coloca a mão na minha boca pra não correr o risco de acordar a casa inteira.
— Petúnia só sai de perto de mim em um caixão, quando ela morrer. E eu ainda vou fazer um funeral pra ela - Digo. Ele nunca vai tirar minha plantinha de mim.
— Mas não era você que dizia que essa aposta era ridícula e que não tinha a mínima chance de perder? Tá com medo de perder agora? - ele diz me provocando. Penso um pouco e ele tinha razão, não tinha como eu perder essa aposta.
— Fechado então. Você não vai ganhar mesmo.
— É o que você pensa, loirinha. - Ele diz com um sorriso malicioso no rosto - Mas relaxa que eu vou cuidar bem da sua Petúnia. - Ele tira a camisa que estava usando e deita no colchão. Apago a luz do quarto e deito na minha cama.
No dia seguinte acordo com o Sol na minha cara. Tinha esquecido de fechar a cortina ontem. Olho pro meu celular é eram 9:20, jurava que iria acordar lá pro meio dia hoje. Mas tinha pessoas na minha casa então como uma boa anfitriã, levantei pra ver se todos estavam bem.
Esqueço que Nathan tinha dormido no meu quarto e quase piso na cara dele quando levanto, seria muito engraçado se isso acontecesse. Ele dormia tranquilamente, seu cabelo estava bagunçado e sua cara amassada. Ok, chega de ficar olhando ele dormir igual uma psicopata, né Larissa? Vou até o banheiro, troco de roupa e depois desço as escadas para ir até a sala de estar, mas encontro Natasha no meio do caminho.
— Ei, bom dia. Dormiu bem? - pergunto a ela.
— Não muito - ela ri - Dormi praticamente sentada. Mas então, eu já estava indo lá no seu quarto te acordar. - ainda bem que não foi. Imagina se ela entra no meu quarto e vê o Nathan dormindo por lá, ela ia surtar achando que rolou alguma coisa.
— Por quê? Aconteceu alguma coisa?
— Não, na verdade sim. O Thiago tá lá fora e quer conversar com você. - ela diz e percebo que estava um pouco nervosa.
— O Thiago? - pergunto e ela assente com a cabeça - Então tá. Vou lá falar com ele. Pode ir tomando café se quiser.
Ela concorda e eu vou em direção a porta da minha casa. Não conseguia pensar em algo tão importante que Thiago tenha pra me falar que precise ser em particular.Assim que chego, ele estava sentado na escada antes do portão da minha casa. Me sento ao seu lado, da mesma forma que fazíamos quando éramos mais novos. Ele vinha pra porta da minha casa pra gente conversar ou brincar. Sorrio com essa nostalgia toda na minha cabeça.
— Eai Larissinha. - ele diz sorrindo e eu rio. Esse apelido ridículo de novo não.
— Oi Thiaguinho - Falo e ele faz uma careta. Realmente esse apelido não fez muito sentido. - Tá tudo bem? Não acredito que você não veio pra minha casa igual todo mundo porque estava na academia - cruzo os braços.
— Eles disseram que eu estava na academia? Que absurdo, eu só disse que estava ocupado - ele diz rindo.
— E o que você estava fazendo de tão importante que te impediu de ver sua amiga favorita? Não conta pra Natasha que eu falei isso - digo e nós rimos.
— Pode deixar, "amiga favorita". - Ele diz me imitando - Eu estava resolvendo umas coisas... Sobre meu intercâmbio pra Inglaterra...
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Você Perdeu a Aposta
Teen FictionLarissa Scarllett tem 18 anos, filha de pais divorciados. Mora com a mãe, enquanto o pai mora na Inglaterra. Está no 3° ano do Ensino Médio. Sua vida ia bem até que sua mãe anuncia um casamento. Espera, o quê? Casamento? Nathan, filho de seu novo pa...