Capítulo 29

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Foi a cena mais linda de todas, ele foi até ela a abraçando e eles se beijaram. Meu trabalho como cupido foi perfeito, porque no final ele ainda sussurrou um "Quer namorar comigo?" pra ela e eu provavelmente fiquei mais animadas que os dois juntos. Ela aceitou e eu quase chorei vendo essa cena de filme clichê na minha frente.

Depois de algumas rodadas, eu já tinha bebido muito e era minha vez de fazer a pergunta. Meus dois amigos tinham acabado de começar um namoro e eu fiquei super carente, e ver minha prima me olhando com desdém e Nathan nem sequer me olhando não estava ajudando. Até que me deu uma brilhante ideia pra próxima pergunta. O álcool me deixa sincera então eu nem pensei duas vezes antes de fazer.

— Eu nunca fiquei com tanta inveja da minha prima que joguei bebida nela, essa é fácil, hein? - digo e Isabela explode de rir.

— Larissa... - Victor diz rindo.

— Ninguém vai beber não gente? - digo olhando pra Dainara.

— Minha vez. Eu nunca fui trocada depois de uma única transa. Deve ter sido horrível pra ele ter corrido atrás de outra pessoa pra se satisfazer. - Dainara diz com um sorriso debochado no rosto. As risadas param.

— Eu nunca achei que um cara era meu amigo, até ele me levar pra cama, parar de falar comigo e ainda esparrar isso pra primeira piranha que aparece na frente - digo e viro o copo de bebida de uma vez.

— Larissa, tá tudo bem? O que tá acontecendo? - meu irmão estava com uma feição preocupada e vem até mim.

Nathan olhou para a cena do meu irmão me abraçando e fez a próxima pergunta.
— Eu nunca dormi com um cara em uma noite e no dia seguinte já estava me agarrando com outro. Vai beber Larissa? - Nathan diz olhando pra mim e para meu irmão. Isso foi como um tiro no peito pra mim. Não acredito que ele era esse tipo de pessoa machista e nojenta. Isabela que estava do lado de Nathan deu um murro na cara dele e meu irmão foi em direção à ele pra bater nele também, mas Thiago o segurou.

— Ele acabou de chamar minha irmã de vadia? Foi isso mesmo que eu entendi? - Nicolas estava bravo e Victor foi ajudar Thiago a segurar ele.

— Vocês são... irmãos? - Nathan pergunta com a mão no local que Isabela havia batido.

— Não que isso te interesse mas sim. O cara que eu estava supostamente "agarrando" era meu irmão. Sua teoria foi muito boa, Nathan. - Digo e saio da casa batendo a porta. Corro pela rua sem nem saber pra onde e lágrimas escorrem sem parar por meu rosto. Não sei nem porque estava ligando pra isso, mas doía. Esbarro em alguém sem querer e levanto o rosto pra ver quem é, mas não o reconhecia.

— Desculpa, eu...

— Não foi nada, eu que não olhei por onde andava. Mas tá tudo bem? Você parece estar chorando - ele me interrompe.

— Não, tá tudo bem, eu só não tive uma noite muito boa. - digo querendo ir embora dali. Eu estava em um momento que só queria gritar e colocar tudo pra fora, e não queria fazer isso perto de uma pessoa que nunca vi antes.

— Bom... Se precisar de ajuda, minha casa é ali, acabei de me mudar - ele aponta para uma casa perto da minha. Me despeço dele e continuo a andar pelo condomínio, não sei direito pra onde eu vou, só não consigo ficar parada.

Depois de andar um pouco, sinto alguém colocando a mão no meu ombro, era Luiz. Assim que vê meu rosto vermelho de tanto chorar, ele não diz nada e apenas me abraça.

— Pode molhar minha camisa o quanto quiser, ok? - Ele diz assim que começo a chorar enquanto o abraço.

— Por que eu deixo as pessoas me afetaram tanto? - digo ainda soluçando.

— Porque você é especial demais pra essas pessoas saberem lidar com você. Ele é o babaca que não percebeu a sorte que tinha em te ter ao lado dele.

Nathan narrando — um dia antes da festa:

Meu pai não parava de me ligar pra ir pro almoço na casa da Heloísa. Não sei porque minha presença era tão importante sendo que era só mais um almoço de sábado, mas ele não desistia. Dizia que era pra me apresentar pra uma pessoa, provavelmente algum tio distante, então eu só inventei que estava passando mal e não poderia ir. Passei o dia pensando na Larissa. Eu deitado em uma cama o dia inteiro pensando em uma garota? A que ponto chegamos! A noite, levantei e decidi que era melhor sair, esquecer esse assunto. Me arrumei e peguei as chaves do carro pra ir pra algum lugar, alguma balada. Victor e Luiz ainda me perguntaram pra onde eu estava indo mas preferi ir sozinho.

Chegando na balada, avistei algumas pessoas conhecidas. Eles perceberam meu desânimo e me incentivaram a beber pra animar um pouco mais. Bebida vai e vem mas eu não estava bêbado ainda, mas pretendia ficar até o fim da noite.

Uma pessoa se senta do meu lado e ao virar o rosto fico surpreso ao ver quem era.

— Nathan? Que surpresa te ver aqui sem seus amiguinhos.

— É bom te ver também, Dainara. - digo virando outro shot de bebida. Iria precisar disso pra manter uma conversa com ela.

— E sua cadelinha nova? Tá aqui também? - Ela pergunta se referindo a Larissa.

— Não chama ela assim. E não, ela não está aqui. Pelo jeito está muito ocupada com outro cara.

— Outro cara? - ela sorri de lado. — Seria aquele que ela ficou passeando o dia inteiro pela cidade com ele hoje? - ela pergunta e eu fico curioso. Será que Dainara viu alguma coisa?

— O que você sabe sobre ele? - pergunto.

— Ah, nada demais. Mas como eu sigo a Larissa no Instagram vi que ela postou várias fotos com ele. Eles pareciam estar se divertindo bastante. - ela pega o celular e me mostra. Realmente, era Larissa e o cara que vi abraçado com ela no centro de patinação pela manhã. Ela não tinha marcado o perfil dele na foto então não tinha como eu stalkear ele. Mas isso não seria um problema por que estava decidido a esquecer esse assunto por hoje.

— Mudando de assunto, posso te  pagar uma bebida então? - pergunto fazendo ela sorrir. Uma notificação aparece no meu celular, era a galera falando da despedida do Thiago que seria amanhã a noite. Eu não queria ir mas seria a última vez que veria meu amigo antes dele ir pra Inglaterra, então não tinha escolha.

— Tá tudo bem? - Dainara pergunta.

— Tenho uma festa pra ir amanhã que eu não queria ir.

— Se quiser posso te fazer companhia nessa festa. - ela diz e eu penso que não seria uma má ideia, porque assim eu teria um pretexto pra não ter que conversar com a Larissa, que era tudo que eu menos precisava.

— Pode ser. - digo e entrego a bebida que tinha prometido pra ela.

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