Saímos de casa e mesmo eu insistindo muito, Nathan não me deixou nem encostar no volante do carro dele. Coloquei o endereço no GPS e ele deu partida.
Assim que chegamos, ele percebe que estávamos onde eu treinava patinação.— Aqui fecha as 6 horas então eu só tenho meia hora pra te ensinar a patinar - digo assim que pego um patins e entrego pra ele.
— Meia hora pra me matar, é isso que você quis dizer né? - ele começa com o drama de sempre.
— Vai ser legal, prometo. Ainda mais que não tem ninguém aqui pra te ver passando vergonha!
— Se eu quebrar meu tornozelo igual você, pode se sentir culpada. - ele diz e eu rio.
— Relaxa e confia - digo e termino de calçar meus patins.
Puxo ele pra vir patinar comigo. No início ele quase levou um tombo e isso teria sido muito engraçado. Mas até que com o tempo ele foi conseguindo ficar pelo menos de pé sem precisar segurar em alguma coisa.
— Vai, me mostra o que você sabe fazer. - ele fala e cruza os braços.
— Beleza, vou te mostrar uma parte do que eu ia apresentar na competição. - Faço uma parte da coreografia e ele me olhava boquiaberto.
— Como você faz isso? Eu mal consigo ficar de pé!
— Tenta fazer alguma coisa, se você cair pelo menos vai me render umas boas risadas.
— Você é uma insensível mesmo, hein. - ele diz e eu rio.
Ele começa a patinar e por incrível que pareça não cai nos primeiros segundos. Mas um tempo depois ele se descontrola e cai em cima de mim. No chão, nós dois rimos da situação e eu jogo na cara dele que no fim ele não quebrou o tornozelo.
Estávamos sentados no chão e muito próximos um do outro. Ele me olhava sorrindo e coloca uma mecha atrás da minha orelha. Eu estava super desesperada porque sabia muito bem onde tudo isso iria acabar. Eu desviava de todas as suas provocações mas essa era diferente. Não era uma provocação e eu podia sentir isso. Fiquei imóvel enquanto observava cada detalhe do seu rosto.
— Foda-se essa aposta idiota. - Ele coloca a mão em meu rosto e me beija. Não passava pela minha cabeça o quanto eu precisava beijá-lo de novo até isso acontecer. Sua outra mão pousa em minha cintura e ele beija meu pescoço. Voltamos a nos beijar e paramos pela falta de ar. Olho para o relógio e eram 6 horas, já estava na hora de fechar.
Depois do beijo, tudo ficou um pouco estranho. Fomos embora em silêncio e permanecemos assim quando chegamos. Fui pro meu quarto e ele provavelmente foi para o dele. Sentei em minha cama e comecei a processar tudo que tinha acabado de acontecer, naquele momento já não lembrava de nenhuma aposta, ele tinha me beijado por vontade própria (sem álcool envolvido dessa vez) e não sei o que iria acontecer a partir daquele momento. Fiquei o resto da noite no quarto até adormecer.
No dia seguinte, era sexta-feira e uma semana de aulas COMPLETAMENTE INÚTEIS que eu não conseguia entender absolutamente nada na escola chegaria ao fim, graças a Deus. Era hora do intervalo, no meio da aula eu disse pra Natasha que tinha uma coisa pra dizer pra ela e ela está surtando de curiosidade desde então.
— Agora você não me escapa Larissa. - ela diz assim que nos sentamos em uma mesa. — Não tem ninguém por perto, você pode me contar o que você tem pra contar e colocar um fim nessa minha curiosidade.
— Então... Não surta por favor, porque de surtada já basta eu. - digo suspirando — Eu... O Nathan... Nós... Bom, como eu posso dizer...
— Vocês transaram! - ela praticamente grita e eu coloco minha mão em sua boca — Sua safada, eu sabia que você não ia resistir muito tempo por um remember.
— Não, sua louca! - rio da cara de decepção que ela faz. — A gente se beijou, foi só isso.
— Ai meu Deus, vocês se beijaram? - ela sorri.
— Sim, e agora eu não sei o que fazer. Cara, isso tá muito confuso, já fiquei com várias pessoas mas nunca me senti tão estranha desse jeito... - tento explicar o que estava sentindo pra Natasha, mas era algo complicado.
— Talvez seja porque vocês praticamente moram na mesma casa, tem esse lance de serem quase irmãos, isso complica mesmo as coisas. Mas relaxa, essa tensão toda vai passar.
No fim das aulas fui até o estacionamento esperar minha mãe. Ela saía do trabalho e já vinha direto me buscar, isso quando não me esquecia.
Minha mãe estava demorando, até que meu celular toca. Era ela. Atendi e ela estava desesperada, se a despedida de solteira já estava deixando ela maluca, imagina quando for organizar o casamento.
Disse que o Nathan ia buscar algumas coisas pra ela e que era pra eu pegar carona com ele. Tentei protestar mas ela desligou na minha cara.
Ótimo, vou ter que pegar uma carona com o cara que eu estou evitando. Olho pra trás e vejo ele vindo até mim.— Oi, sua mãe te ligou?
— Sim... Acabei de falar com ela.
— Então vamos, temos que pegar umas coisas pra ela antes que ela surte de novo - ele diz me fazendo rir.
Entramos no carro e ficamos a maior parte do caminho em silêncio. Eu estava mexendo no celular e preferia me manter em silêncio mesmo, mas o tagarela do Nathan tinha que abrir a boca.
— Ei loirinha - ele me chama e eu me viro pra ele — Tu tá me evitando?
Não acredito que ele teve a cara de pau de me perguntar isso.— Te evitando? Eu não. Por que estaria? - respondo tentando parecer óbvia mas ele ri.
— Você sabe muito bem o motivo. E aliás, me desculpa por isso. Eu não queria deixar as coisas estranhas. - ele diz se referindo ao beijo.
— Não, relaxa. Não precisa se desculpar. Eu retribuí, né? - Ficamos em silêncio e ele estaciona o carro, chegamos pra buscar algumas bebidas. Mas antes que a gente descesse do carro, falo algo que tinha acabado de lembrar.
— Espera aí - ele me olha — Você perdeu a aposta! - digo rindo — Cara, como não lembrei disso antes.
— Não lembrou porque meu beijo é tão bom que não te faz lembrar desses detalhes - ele diz e eu rio
— Detalhes? Você apostou seu carro!
— Não lembro de nada disso. E se eu não lembro é porque eu não fiz - ele sai do carro correndo e eu faço o mesmo.
— Você não vai fugir pra sempre!
Pegamos as caixas de bebidas que minha mãe tinha pedido e colocamos nos bancos de trás. Logo depois, voltamos pra minha casa.
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Você Perdeu a Aposta
Teen FictionLarissa Scarllett tem 18 anos, filha de pais divorciados. Mora com a mãe, enquanto o pai mora na Inglaterra. Está no 3° ano do Ensino Médio. Sua vida ia bem até que sua mãe anuncia um casamento. Espera, o quê? Casamento? Nathan, filho de seu novo pa...