Capítulo 26

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— Alex você tá bem? Não te via tão feliz assim desde quando você terminou com aquele seu ex-namorado embuste.

— Ai bobinha, não é nada disso - ele diz rindo mais ainda. Ele deve ter fumado alguma coisa, só pode. — É que eu me emociono com reuniões familiares. - ele diz e eu fico sem entender nada. Reuniões familiares? Do que ele tá falando?

— Alex, que maconha é essa que você andou fumando? Nunca fez PROERD não?

— Uma certa pessoa veio te ver... - ele diz sorrindo ainda mais, como se fosse possível. Ele estava super ansioso e eu super confusa. — Olha pra trás, lerda. - Olho pra trás e levo um susto. Nicolas????

— Eai baixinha - meu irmão diz sorrindo e eu corro até ele o abraçando super forte. — Sentiu minha falta?

— O que... Você tá fazendo aqui? Por que não me avisou que vinha? - faço várias perguntas rapidamente e ele parece não entender nenhuma delas.

— Calma... - ele ri - Quis fazer surpresa, mas nossa mãe sabia.

— Nossa mãe nada. Minha mãe. Você é adotado, lembra? - digo e ele revira os olhos.

— Seu senso de humor nunca muda né?

— Mas me fala, o que um estudante de advocacia de Londres veio fazer nessa mera cidadezinha? - pergunto e ele ri.

— Vim passar um tempinho. Londres cansa, sabia? - ele diz me fazendo revirar os olhos. Ele vive reclamando da Inglaterra. Na minha primeira oportunidade de sair do Brasil eu vou sem nem olhar pra trás.

— Vim pelo casamento da mamãe também, quero conhecer o tal do Matheus. - ele continua.

— Matthew! - o corrijo.

— Tanto faz!

— Ele é muito legal, você vai amar ele. Não sei como ele aguenta a mamãe. - Digo e nós dois rimos. Não tinha percebido mas Alex já tinha ido embora, então chamei Nicolas pra patinar comigo. Ele era péssimo mas pelo menos tentava.

Nathan narrando

Larissa havia passado a noite no meu quarto, ela diz que fazemos coisas bêbados que provavelmente não faríamos sóbrios, mas eu facilmente passaria outra noite com ela mesmo sóbrio. Essa garota estava mexendo com a minha cabeça, e mesmo isso não sendo bom, decidi deixar rolar, ver no que vai dar.

Acordo com o despertador do meu celular tocando absurdamente alto, levo o maior susto e quase caio da cama. Me viro para o lado para me desculpar com Larissa pelo despertador tocando mas ela não estava lá. Fiquei sem entender mas lembrei que ela pode ter ido pro seu quarto, com medo do meu pai ou sua mãe nos ver.

Troquei de roupa, fui ao banheiro e depois pensei em ir no quarto de Larissa. A porta estava aberta mas ela não estava lá. Desci para tomar café e meu pai e Heloísa estavam na sala conversando.

— Hoje você acordou tão tarde que já está na hora de dormir de novo. - meu pai diz rindo

— Hahaha - forço uma risada — Era pra eu ter dormindo mais, mas um despertador que eu nem lembro de ter colocado tocou e tirou meu sono

— Ah, foi eu que coloquei. Passei no seu quarto mais cedo e vi que se eu não colocasse esse despertador você ia acordar lá pras 3 da tarde  - meu pai diz e eu fico abismado com uma coisa dessas.

— Meu plano era acordar as 3 da tarde! E outra, como você sabe a senha do meu celular?

— Sua senha é sua data de nascimento, na primeira tentativa eu acertei. - ele diz rindo.

— Vou me lembrar de mudar essa senha depois... - digo baixo — Mas então, vocês viram a Larissa?

— Ela foi no treino de patinação, querido. Espero que esteja viva porque ela foi dirigindo meu carro e só eu sei quanta dor de cabeça essa menina me dá quando resolve dirigir. - Heloísa diz com uma feição preocupada.

— Ok - rio — Bom, vou passar no meu apartamento. Mais tarde eu volto. - subo até meu quarto pra pegar as chaves do meu carro e saio. Eu não iria no apartamento, eu só iria atrás de Larissa. Não preciso falar com ela, eu só preciso vê-la, talvez assim essa confusão na minha cabeça se resolva.

Chego onde ela treina patinação e desço do carro. Entro e tento passar despercebido para que ela não me veja. Não quero parecer um cara desesperado com o ego ferido a ponto de vir atrás da menina que passou a noite comigo mas no dia seguinte foi embora sem se despedir.

Assim que vejo Larissa, ela estava abraçando outro cara. E não era um abraço de cumprimento, eles estavam abraçados há um tempão. Ok, isso é demais para o meu ego ferido. Eu nunca devia ter me envolvido com Larissa sabendo que podia acabar me apegando a ela. Eu não quero um relacionamento mas cenas como essa dela abraçando outro cara me deixava desconfortável. Dei as costas e fui embora, nem sei o que vim fazer aqui.

Larissa Narrando:

Saí mais cedo da patinação e dei umas voltas na cidade com meu irmão. Ele é um burguês safado então fiz ele bancar muita comida pra mim, claro. Rimos e nos divertimos muito, Nicolas era uma das melhores pessoas na minha vida e a falta que ele me fazia era absurda.
Agora já estávamos voltando pra casa mas com ele dirigindo. Ele fala que a cidade tem um perigo a menos quando eu não dirijo.

— E o papai? Não veio com você? - pergunto

— Não. Mas ele disse que tava marcando um dia pra vir te ver. - ele responde com o olho na estrada.

— Ele sempre diz isso... - falo baixo. Acho que Nicolas ouviu mas preferiu não falar nada sobre isso.

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