Batalha

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        John, meu assassino astuto, provavelmente não pensou que eu fosse ter coragem de lhe dar um tiro. Ele avançou correndo sobre mim, como um touro enfurecido, agarrou minhas mãos, tentando se apossar de meu revólver também. Torci meus pulsos com o máximo de força que possuía, agarrada à minha arma, não ia deixar que ele a pegasse.
       Porém, ele era mais forte que eu. Balançou meus braços para o lado, jogando meu corpo violentamente contra a parede. Com um grito agudo, senti minhas costas baterem contra o gesso, lascas de madeira voaram sobre meus olhos mais uma vez. Meu revólver voou de minha mão durante a queda, escorregou até a outra parede do quarto, batendo nela com um estalo metálico.
          Eu estava perdida. O homem se aproximou a passos lentos de mim. Mais uma vez, encostou sua própria arma em minha testa, assim que o metal tocou em meu rosto, provocou um tremor sobre todo o meu corpo. O medo que aleguei não ter veio à tona. Séria, porém, tentava bolar um plano em minha mente naquele momento. Tinha que ter algo que pudesse fazer, não podia estar completamente perdida...
— Pois é, senhorita... — disse John com sua voz seca e cortante — Acho que sua herança vai encontrar um destino em outras mãos...
           Esbugalhando os olhos, levemente surpresa com aquele comentário, dei início a meu último recurso. Com um tapa, afastei o braço de meu inimigo para o lado, socando a face do assassino com a outra mão. John recuou, mais de susto do que de dor, soltando o revólver por um breve momento. Veloz, puxei a arma da mão do assassino o mais rápido que pude. Levantei-me de um salto, com o revólver engatilhado na mão, apontando-o para meu oponente. Aproveitei que John ainda estava tonto e chutei seu peito, mirando o salto da bota bem em seu coração.
          O homem caiu num forte estrondo, sua nuca bateu com intensidade no chão. Corri para o lado oposto do quarto, com uma estrela, saltei em direção ao meu revólver, agarrando-o enquanto minhas mãos se esparramavam contra o chão. Pousei sobre as duas pernas, com os dois revólveres em punho, apontei-os diretamente para meu inimigo.
         O assassino estava semiconsciente no chão, tentou se sentar lentamente mas, assim que começou a tentar, caminhei lentamente até ele com ambas armas engatilhadas, dizendo:
— Parece que quem venceu aqui fui eu, John.
       Bati um dos revólveres com força em sua cabeça. Tonto, ele caiu no chão novamente, nocauteado.
        Guardei os revólveres nos bolsos secretos do vestido. Usei algumas cordas que achei nas paredes do meu corredor para amarrar o assassino.
        E aqui retorno para o início do capítulo anterior, no qual corro pelos corredores da embarcação, procurando pelos meus amigos detetives.

Sherlock Holmes em um caso em mar aberto Onde histórias criam vida. Descubra agora