Sherlock e eu nos encaramos durante um tempo razoável, adivinhando os pensamentos um do outro.
— Investigação em mar aberto! — exclamamos juntos, sem nem ligar para quantos outros transeuntes no navio estivessem nos observando.
O detetive e eu saímos a perambular pelo barco, pensando em como poderíamos fazer para ter uma ideia de quem poderia ter assassinado todos os meus parentes e, ainda por cima, ter dado a ordem de me assassinar. Então, começamos a trocar nossas conclusões a respeito do caso.
— Senhorita Lotte... — disse Sherlock. Encarei-o surpresa, ele nunca havia me chamado pelo meu apelido — Perdoe-me, não quis ofendê-la ao usar seu apelido. — ele havia notado minha reação. Respondi que estava tudo bem, eu até gostava de ter essa intimidade con Sherlock Holmes — Creio que preciso contá-la a respeito de minhas últimas... pesquisas.
— Que espécie de pesquisas?
— Apesar de não parecer, ontem andei pelo navio a noite inteira, e consegui detectar muitas pessoas suspeitas por aqui — ele puxou dos bolsos um papel velho e amassado, olhou nervosamente para os lados, como se sentisse... sentir não, soubesse que alguém estava nos observando. — Olhe bem, a mulher que conversava com John a respeito de seu assassinato com certeza estava agindo com um parceiro pela primeira vez, senão...
— Ela teria tomado muito mais cuidado ao falar com ele bem em frente ao meu quarto.
— Exatamente. — Sherlock desdobrou seu papel, uma lista com três nomes — Concluí que poderia ser somente uma dessas três aqui. Elas estão atrás de sua fortuna, Charlotte.
Respondi que já sabia, mas achava que nunca todos os assassinatos em minha família poderiam ser obra de uma pessoa só. Chocada, pedi que o detetive continuasse.
Ele disse que hoje investigaríamos, junto a Watson, a primeira suspeita: a esposa do capitão. A mesma que nos apresentara o navio apenas um dia antes.
— Por que suspeita dela? — perguntei a Sherlock.
— Pelo que andei estudando, já teve envolvimento com o crime antes, num caso muito semelhante ao seu, por sinal.
— Interessante... — comentei, sugerindo que invadíssemos o gabinete da esposa do capitão, Vera Truemiles, logo naquela mesma noite. Tínhamos um plano em mente.
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Sherlock Holmes em um caso em mar aberto
FanfictionCheguei correndo na rua, o 221 B era meu destino. Fui para Londres só para encontrá-los, meu ídolo e seu ajudante contador de histórias. Meu sonho estava sendo realizado, porém não estava exatamente animada: O motivo de ter ido na capital da rica I...