12 (Beatrice/Tris)

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      O final de semana passou muito rápido e chato, porque o Tom passou ela toda trabalhando e como ainda não temos amigos na cidade ficou difícil ter para onde ir, mas também demos sorte que tinha um bom filme de ação passando no cinema e fomos assistir.

    Contudo hoje já é segunda-feira de novo e antes de começarmos nosso estágio na polícia federal vamos para a academia bem cedo, quero voltar a lutar, estou meio enferrujada.

    --Vocês dois madrugam. -Theo falou quando nos viu do lado de fora da academia.- Nunca vi alunos chegarem tão cedo.

    --Não somos alunos comuns. -meu irmão disse para ele.- E hoje é nosso primeiro dia na polícia federal então temos que aproveitar bem a manhã para treinar.

   --Até que faz sentido e mostra que vocês dois são bem responsáveis. -Theo falou destrancando a porta para que pudéssemos entrar.- Então podem começar porque o rinque é de vocês até que alguém queira usar.

    --Obrigada Theo.

    Coloquei minhas luvas e fomos lutar no ringue. No começo estávamos apenas treinando, mas eu e o Quatro somos bem competitivos e aquilo acabou se tornando uma luta de verdade.

    As pessoas começaram a chegar na academia e ao invés de irem treinar elas paravam para ver a gente lutando e depois de algum tempo já tinha torcida.

    Nessa luta eu levei a melhor e venci meu irmão e todos vieram me cumprimentar e depois iam para seus próprios treinos.

    --Vocês dois levam os treinos bem a sério. -Theo falou depois que descemos do ringue.

    --Desde pequenos. -eu disse socando meu irmãos.- Uma vez Quatro quebrou meu braço e ficou de castigo por um mês.

    --Quatro? -Theo perguntou.

    --É meu apelido. -meu irmão respondeu.- Melhor que Tobias.

    --Mas por que Quatro?

    --Quando tínhamos uns 12 anos, fizemos um teste na escola com a psicóloga de lá, um teste para saber quais medos nós tínhamos. -eu expliquei.- Meu irmão teve apenas quatro medos e por isso o apelido.

    --Teste interessante. -Theo disse.- Será que você pode me contar qual são os quatro medos?

    --Mais é claro, sem nenhum problema. -meu irmão respondeu.- Medo de altura, Confinamento, matar pessoas inocentes e de um homem que eu nunca vejo o rosto, mas ele sempre me bate.

    --Nossa. -Theo parecia surpreso.- E você Tris?

    --Eu tenho apenas seis medos, porém não posso te contar, porque eles são meio complexos e nem mesmo eu entendo eles. Mudando de assunto, Theo posso te fazer uma pergunta? Claro você não precisa responder.

    --Pode fazer Tris?

    --Você por um acaso é casado ou tem filhos?

    --Sou viúvo e não tenho filhos. -ele ficou muito triste ao responder.- Mas não gosto de falar disso.

   Ele saiu e eu me senti muito mal por ter perguntado. Na verdade foi um péssima ideia.

    --Nós não falamos no Assunto Shai e Erika. -um garoto que estava treinando chamou nossa atenção.

   --Assunto Shai e Erika? -meu irmão perguntou.

   --No resumo da história, Shai a esposa do Theo e a amiga deles Erika foram sequestradas. -o garoto parou de treinar e continuou.- Eles procuraram elas por muito tempo, mas nada. Um dia a polícia encontrou o corpo delas em um acidente totalmente carbonizados. As duas estavam grávidas.

    --Só mais uma pergunta. -eu falei- Por acaso o sobrenome do Theo é James?

    --Sim. Como sabe? -o menino perguntou.

    --Foi só um palpite. -eu disse para ele.

    Ele voltou a lutar e eu junto com meu irmão fomos para um canto conversar.

    --Então foi assim que o Theo e o Tom se conheceram. -Quatro me disse.- Nosso pai investigou o caso da esposa do Theo.

    --Me sinto culpada por ter feito a pergunta. -eu disse para ele.

    --Eu também. -ele disse.- Acho que devemos pedir desculpa.

     --Não hoje. -eu falei pegando a minha bolsa.- Ele vai precisar de um tempo para se recuperar depois das lembranças de hoje. Mas sim devemos pedir desculpa.

    --Então está bem, mas é melhor irmos, porque se a gente se atrasar o Tom mata a gente. -meu irmão disse.

    --Você está certo. -eu falei e me virei para o Theo que estava do outro lado da academia.- Theo até amanhã, temos que ir.

    --Até. -ele se virou para dizer tchau.- Bom primeiro dia de estágio.

    Nós dois saímos da academia e fomos para casa para nós trocarmos, comer algo e depois ir para a polícia federal.

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