28 (Beatrice/Tris)

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      Ficar presa é uma coisa terrível. Agora eu entendo porque as pessoas que eu prendo sempre querem fugir. Liberdade é mesmo tudo na vida de qualquer ser humano, ou melhor, de qualquer ser.

    Eu estava pirando lá dentro, mas pensando positivamente, ainda bem que eu não estava mais vendada nem amarrada a cama. Já era muita coisa.

    Estava tentando pensar em qualquer coisa para que minha mente pudesse sair daquele lugar e não percebi que estava tocando em meu braço até que me lembrei do rastreador.

    Eu precisava saber se eu ainda estava com ele e só tinha um jeito disso acontecer, ligando.

    O rastreador não estava muito fundo na pele e se você tocasse no lugar certo era possível sentir um pequeno calombo sub a pele, como se uma formiguinha estivesse ali dentro.

    Mas a nanotecnologia que eu inventei é sensível ao toque e tudo que precisei fazer para ativa-la era tocar no lugar certo, com a quantidade de pressão certa.

    E foi o que eu fiz, toquei e senti quando ela foi atividade, pois tinha programado o rastreador de nós três para dar um pequeno choque avisando que tinha sido ativada, já que a tecnologia é muito pequena para ser vista a olho nu.

     Então a porta se abriu com tudo e eu levei um baita susto, mas passou rápido quando eu olhei corri para os braços da pessoa que tinha entrado.

    --Pai! -ele me pegou do mesmo jeito que fazia quando eu era criança.- Você está vivo.

   --Logico que estou vivo. -ele respondeu.- Nem o Kai me mata.

   --Estava tão preocupada com o senhor. -eu disse me segurando para não chorar.

   --Eu fico feliz que tenha se preocupado comigo, mas não temos muito tempo. -ele disse e vi que estava com pressa.- Shai está de vigia no corredor, mas alguém pode aparecer.

   --Por que está aqui, pai? -eu perguntei.

   --Theo disse que vocês estão com um rastreador. -ele falou e eu concordei.- Você consegue ativa-los?

   --Já fiz isso. -respondi.- Não sabia se eu ainda estava com ele, se o Kai tinha achado e retirado, então já ativei para testar. Se dermos sorte meu avô já está recebendo o sinal e em breve estará aqui.

   --Espero mesmo. -ele disse, agora estava nervoso.- Kai está pirando e é capaz de matar todos com ele. Espera você chamou o Stevan de avô?

   --Sim. Eu conheci ele e agora eu o chamo assim e vai por mim ele adora.

   --Aposto que sim. Querida, agora eu tenho mesmo que ir.

   --Pai, espera um minuto, por favor.

  --O que foi, Tris?

   --Preciso que você me confirme uma coisa e vou entender se você não souber. -eu falei, preciso saber a verdade.

   --Pode perguntar, filha.

   --O Kai é meu pai biológico? -eu perguntei.

   Ele fez uma cara de tristeza e quando olhei para mim eu soube que não precisava de mais respostas, mas ainda sim queria ouvir.

   --Pode me falar, pai.

   --Sim ele é. -eu deixei uma lágrima cair ao ouvir a resposta.- Eu sinto muito. Eu não queria um pai desses para você.

   --Eu também não, mas ainda bem que tenho você. -sequei minhas lágrimas e sorri.- Você sempre soube disso?

    --Não. -ele respondeu.- Descobrimos ontem a noite quando vocês chegaram e o Kai nos contou. Nem sua mãe sabia disso.

    --Como isso é possível, minha mãe deveria saber com quem dorme? -eu achei isso bem estranho.

    --Esse é que é o problema, sua mãe nunca dormiu com o Kai. -meu pai respondeu.- A gravidez dela sempre foi um mistério para todos.

    --E por que?

   --Porque Tris, sua mãe era virgem quando descobriu que estava grávida.

   --Como isso é possível?

   --Isso é uma pergunta que queremos resposta a 18 anos e nunca tivemos.

    Ouve uma batida na porta e eu soube que meu pai precisava ir, então dei um beijo nele e levei ele até a porta.

   Tom saiu e eu fiquei pensando em tudo que ele tinha me contado e um milhão de perguntas vinham a minha mente naquele momento.

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