Capítulo 18

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  Quando eu estava indo pra varanda eu esbarro no Baviera e no Chris, além deles consegui ver Knust parado perto da piscina. Passo pelos dois que estavam na minha frente, sem querer empurrando eles, mas eu queria chegar rápido até o Daniel antes de perder a coragem repentina.

  - Ei! - um dos dois reclama atrás de mim.

  - O que aconteceu? - o outro pergunta mas não pra mim, e se foi pra mim eu nem me daria ao luxo de responder.

  Chegando mais perto do Daniel eu diminuí o passo. Ele estava sentado em uma das cadeiras perto da piscina com os olhos fechados e o resto de luz solar que sobrou clareando seu rosto. Eu fiquei só observando, em parte o admirando e em parte porque não sabia o que falar. Eu não fazia ideia de como começar uma frase e chegar ao ponto que eu queria, então só fiquei lá, parada, olhando pra ele. Depois de um tempo ele abriu os olhos e me viu.

  - Oi. Tá tudo bem? - Seu olhar era triste.

  - Por que cê tá aqui sozinho? - Me sento ao seu lado e agora observo a água enquanto sinto um sentimento crescendo cada vez mais dentro de mim.

  - Queria pensar um pouco. E por que você tá aqui?

  - Você viu eu e o Pedro lá dentro né?

  - Porque você tá respondendo minhas perguntas com outras perguntas?

  - Você fez a mesma coisa agora. - Rimos.

  O silêncio reinou. Eu pude sentir a tensão entre nós. Queríamos dizer algo mas não sabíamos o que dizer, tínhamos medo.

  Eu finalmente tomei coragem, mas só o suficiente para me aproximar mais do Dani. Eu estava tensa e só percebi isso depois de relaxar quando Knust pôs seu braço nos meus ombros, meio que me abraçando. Ele estendeu sua mão e eu a segurei, depois encostei minha cabeça em seu corpo e suspirei.

  Nem parecia que tinha gente lá dentro, tava só eu e Daniel. Estávamos como nos velhos tempos: abraçados aproveitando a companhia um do outro, observando o céu.

  - Eu gosto de você Dani - digo com meus olhos fechados. Minha voz saiu mais calma do que eu realmente estava.

  - Eu também gosto de você - ele diz meio hesitante, como se não soubesse se aquilo era o certo. Eu ri e acariciei sua mão tentando transmitir um sinal, eu tinha medo de dizer aquela frase de novo. - Você gosta de mim? - Olho pra ele e balanço a cabeça dizendo que sim.

  Ele solta minha mão e põe a mão dele em meu rosto. Ele acaricia meu rosto enquanto nos encaramos mas logo eu fecho meus olhos desfrutando de seu toque suave. Sinto sua respiração mais perto, pude senti-la quente em meu rosto. Logo sinto seus lábios de encontro aos meus e aquele sentimento confuso e bom de mais cedo me invade novamente. Parecia tudo um sonho.

  Ficamos lá conversando por um tempo, rindo e brincando. Daniel derrepente estava radiante, realmente feliz como uma criança. E eu também estava feliz. Dúvidas rondavam minha mente e a mesma questão sempre vinha à minha mente: Será que foi a escolha certa? Mas eu estava feliz. Ver Daniel tão feliz me trouxe paz, me fez por um momento me sentir especial.

  - Ei! - Mz grita por nós o que parecia ser uma eternidade depois.

  - Estamos indo! - Knust grita de volta. Ele se levanta e estende a mão pra mim. - Vamos? - Como resposta eu apenas segurei sua mão.

  Fomos até lá e quando chegamos perto de todos as piadinhas foram inevitáveis. Eu estava começando a ficar desconfortável com o pessoal falando: "Eu sabia que vocês se gostavam!", "Por favor, me digam que vocês finalmente estão juntos.", " Não acredito!"...

  - Gente, por favor né - Daniel fala e revira os olhos. A gente ainda estava de mãos dadas e ele apertou a minha para tentar me reconfortar, o que funcionou um pouco. - A gente não namora não.

  - E essas mãos dadas? - Baviera pergunta.

  - Não é a primeira vez que a gente fica de mãos dadas. - Daniel ri.

  - Não estão nem ficando?

  - Para quê chamaram a gente? - Daniel diz ignorando a pergunta.

  - Tá até mudando de assunto - Bavi resmunga.

  - Tá ficando tarde e a gente acha melhor ir embora. E eu tenho que estudar já - diz Suzanna.

  - E eu vou embora também pra aproveitar e dar carona - diz Mozart.

  Assim todos vão embora sobrando apenas eu, meu irmão, Knust, Bruna e DoisP que estava passando mal. A Bruna dormiria no meu quarto comigo, o DoisP com o CT e o Daniel sozinho no quarto quase de frente ao meu. Depois de ajudar a Bruna a arrumar as coisas pra ela dormir eu fui lá fora com uma caneca quentinha de café. Batia uma brisa refrescante no meu rosto que começou a me dar sono.

  - Está uma noite bonita não é? - Me assusto quando Knust fala.

  - Sim.

  Daniel se aproxima de mim pelas costas e percebo ele hesitar antes de colocar suas mãos em meus ombros, mantendo seu corpo com certa distância do meu. Com minhas mãos já livres após eu colocar minha caneca na cadeira que tinha ali, peguei nas mãos de Daniel e as direcionei para minha cintura entrelaçando seus braços à minha volta e consequentemente aproximando seu corpo um pouco mais do meu.

  - Sabe, não precisa ter vergonha. Ainda somos os mesmos. - Fico acariciando seus braços. Aquilo apesar de tudo era natural pra mim, eu e Daniel sempre fomos próximos. Queria que ele tivesse o mesmo pensamento.

  - É que... - ele não terminou a frase e eu não o forcei a isso. Deixei como estava e continuei aproveitando a noite tranquila.

  Mas essa noite tranquila não durou a noite toda.

Continua...

Duro Igual Concreto (1kilo)Onde histórias criam vida. Descubra agora