-Prazer, eu sou Conde Drácula.
Romênia, Transilvânia - 1899
Entranhamos o castelo e minuciosamente investiguei cada parte dele. Paredes rochosas e cinzentas existiam, acredito eu, em todos os cômodos deste castelo. Logo na entrada, uma escadaria levando para o segundo piso. Ainda no mesmo cômodo, mas um pouco a esquerda, havia uma mesa que no mínimo vinte pessoas poderiam ocupar.
-Este lugar é encantador. - elogiei.
-Obrigado. Geralmente acham assustador.
-Por quê?
-É silencioso demais, frio e solitário. Mas devo recordar-me que, você gosta. - aproximou-se de mim para brincar.
-Exatamente. - sorri.
-Do que a senhorita tem medo? Se me permite lhe perguntar.
-Não sei muito ao certo, Conde. Até então, nada me assusta.
Conde Drácula parou em minha frente e sorriu.
-Você tem um sabor peculiar, senhorita. - respirou fundo e prosseguiu confiante - Isso me dá sede.
-Um vinho? - sugeri já que a companhia do Conde era realmente excelente que por fim tirou-me a exaustão e deu-me entusiasmo.
-Eu não bebo vinho, mas adoraria acompanhá-la nisso. - educadamente guiou-me com sua mão em minhas costas até a mesa da sala de jantar.
O conde serviu-me o vinho e não pude deixar de notar suas unhas grossas e pontudas. O anfitrião sentou-se em minha frente, cruzou as pernas e observou-me bebendo.
-Você realmente não bebe? - perguntei enquanto o conde ainda olhava-me.
-Vinho. - ergueu brevemente as sobrancelhas e sorriu. Sorri também.
-Quantos anos tem este castelo? - perguntei curiosa, deixando o Conde pensativo.
-Mais de quinhentos anos, eu acho. - ponderou.
-Esse lugar é realmente muito encantador. - tomei outro gole do meu vinho e senti uma gota fina escapar.
-Ah, permita-me. - o Conde aproximou-se e, olhando-me, limpou o canto da minha boca do pouco do vinho que escapou enquanto bebia. Uma hipnose, devo caracterizar.
-O que faz para passar o tempo neste lugar? - perguntei e retornei à minha postura.
-Deixe-me pensar - voltou a cruzar as pernas e desta vez segurou o queixo - à noite costumo caminhar no bosque, como já notou.
-E ao dia? - curiosa, perguntei.
-Perambulando pelo castelo ou quase sempre dormindo.
-Deve morrer aos poucos com o tédio, sem nenhuma companhia. - indaguei.
-Bom... - desenhou o queixo com o dedo e penetrou ainda mais seu olhar em mim. - Acredito que a senhorita achou tão encantador meu castelo que deseja ficar mais do que um dia.
-Ah, perdoe-me Conde, mas não devo prolongar mais do que um dia a minha estadia. Preciso urgente achar um lugar fixo para morar. - terminei bebendo o último gole do meu vinho, o anfitrião ofereceu mais mostrando-me a garrafa. Aceitei.
-Eu insisto, Morgan. - serviu metade da taça - Irá adorar conhecer todos os cantos desse encantador castelo.
-Eu iria adorar mesmo. - respirei pesado, anestesiada, pensando na bela proposta que não pude deixar de interpretar em duplo sentido.
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Conde Drácula: Boca de Sangue
Про вампировA jovem romena Morgan encontrou uma floresta distante de sua casa após sair da mesma. Porém, mal imaginara que se tratava de uma região assombrada pelo famoso vampiro, Drácula. Para o azar da jovem, viver em um vilarejo pequeno e distante de tudo de...