Minha Doce Obsessão | REESCRITA

04

Amor, talvez seja esse olhar nos seus olhos
Eles me dizem que ela quer sair
Ela tem dançado com o diabo a noite toda
É como se o inferno fosse onde ela quer estar

Chase atlantic

Rafael Siqueira

— O que te faz achar que quero ir com você?

Ela me enfrentou, ficando cara a cara comigo enquanto o babaca era tirado do bar por homens que pareciam ser seus amigos, a galera dispersou e o som voltou a tocar, evitei olhar para baixo, respirando fundo quando tive que finalmente encarar a mulher que estava infernizando a minha cabeça.

— Acabei de socar um cara por sua causa e é assim que me retribui?

— Não te pedi pra socar a cara de ninguém, Rafael, não sei se você viu, mas sei muito bem me defender! O que porras você tá fazendo aqui?

— Fim de expediente, tava passando e vi uma bunda memorável enjaulada por uma saia que deve ter sido bem barata por causa da falta de pano.

— Não acredito que você está falando da minha bunda!

— Prefere que eu fale dos seus peitos que parecem que vão explodir a porcaria desse botão? — pergunto com divertimento e a vejo respirar fundo, Vênus pressiona os lábios como se estivesse se controlando para não fazer o mesmo ou até pior do que fez com aquele homem.

O cabelo dela estava exatamente como na noite em que a conheci, volumoso, a deixando como uma leoa, seu olhar não era diferente do de uma, ferozes, capazes de matar um homem — ou apenas eu — a porra da saia que ela vestia era malditamente apertada, cintura baixa, que deixava seu piercing no umbigo à mostra, por muito pouco não dava pra ter a vista da bunda bonita e redonda que me tirava de órbita, não brinquei quando disse que parecia que seus peitos estourariam o botão da blusa a qualquer segundo, eles etavam espremidos, loucos para serem libertos e por grandes e longos segundos eu tive um vislumbre da lembrança deles em minha boca enquanto ela cavalgava em mim rápido e intensamente.

Fui despertado por dedos sendo estalados na minha frente e então me recordei de que ela estava discutindo comigo como uma louca.

— Amanhã você tem uma operação, oficial, ou já se esqueceu? Eu como seu superior estou preocupado com seu desempenho.

— Mentiroso do caralho! Vou estar bem amanhã, não se preocupe, agora me deixe em paz!

— Na verdade... acho que vou tomar uma cerveja, me acompanha?

— Você é meu superior. — respondeu seca e emburrada, estava claro que ela achava que eu estava estragando a sua noite, mas aquilo pouco me importava.

— Quer que eu liste as coisas que fizemos mesmo eu sendo seu superior?

— Não era você que queria esquecer do que tinha acontecido.

— Você já deve ter reparado, mas mesmo assim vou dizer... — aproximei meu rosto do dela, que prendeu a respiração — Você impregnou em mim como um maldito vírus, as lembranças daquela noite estão se repetindo na minha cabeça como a porra de um looping infernal e eu só consigo me sentir um filho da puta que comeu a filha quase adolescente do melhor amigo.