9 - Mariah

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A partir de hoje estarei me separando da minha mãe por tempo indeterminado. Nunca imaginei que me afastaria de minha mãe assim. Estarei a cerca de quatro horas daqui, com dinheiro, porém não sei se conseguirei está aqui sempre. Meu coração chega a doer. Deixei ela no melhor lugar que eu poderia, sei que ela é bem cuidada lá. Com o dinheiro que Jonathan me deu comprei um celular pra ela e pra mim, já que o que eu usava era corporativo.

Depois de quase quatro horas de viagem eu me sinto cansada, não consegui relaxar durante o vôo, então tudo que eu quero é um banho e uma cama. Assim que sai da área de desembarque avistei Jonathan, vestindo um terno azul marinho, estava lindo, acredito que tenha vindo direto da empresa me buscar, ele fez questão, e ainda nem são dezesseis horas. Ao me vê ele sorriu, veio ao meu encontro e me beijou. Um beijo de verdade.

- Oi Mariah... - Falou reticente.

- Oi Jonathan... - Abracei ele e sussurrei no seu ouvido. - Tem alguém olhando? - Ele sorriu.

- Sempre tem... Vamos? - Ele segurou minha mala. - Só essa?

- Sim.

- Então vamos. Como foi a viagem?

- Tranquila, mas estou cansada...

- Pensei em te levar pra jantar mais tarde, mas acho melhor ficarmos em casa.

- Vai me contar onde mora agora? - Perguntei rindo, ele fez questão de não dizer, pra não correr o risco de eu ir sozinha.

- 301 East 61st Street, 6 andar, apartamento 601A! - Disse sorrindo.

- Ótimo, agora você me manda por mensagem. - Sorri de volta pra ele.

Seguimos até o carro, um BMW sedan, cinza escuro. Bonito por fora e confortável por dentro. Demoramos cerca de trinta minutos pra chegar no apartamento dele, fizemos grande parte do caminho margeando um rio. O prédio onde ele mora é incrível, a impressão que dá é ser feito todo de vidro, é não é um grande retângulo, parece uma obra abstrata, mas é real.

- Gostou? - Ele me perguntou enquanto estacionava.

- Sim! É incrível. - Disse ainda admirada.

- Deixa só você vê por dentro!

Me senti como uma criança chegando a um parque de diversões. Era tudo novo, tudo totalmente diferente do que eu já tinha visto. Subimos o elevador em silêncio e quando ele abriu a porta entendi o motivo dele ter certeza que acharia incrível por dentro. Não tinha paredes no apartamento, era tudo de vidro!

- Todas as paredes externas da casa são janelões! - Disse sorrindo. - Esse foi o principal motivo pra eu escolher morar aqui.

- É incrível Jonathan! - Fui em direção a janela. Era possível ver toda a rua, os prédios até a linha do horizonte...

- Deixa eu te mostrar o apartamento!

O apartamento tem dois quartos, mas é muito grande, deve ter o dobro do tamanho da minha antiga casa. Logo na entrada é uma grande sala, unida a sala de jantar e cozinha, com uma bancada com cooktop separando-as. A mesa tem seis lugares e a bancada mais quatro.

Além de tudo isso, tem uma varanda que segue praticamente toda a parede externa. Os quartos são separados, um em cada lado, apenas um é suíte, porém o banheiro social fica na frente do quarto. A lavanderia fica na entrada da suíte, embutida na parede, como se fosse um armário. Assim que terminamos o tuor o celular de Jonathan tocou e ele fez uma careta.

- Preciso atender... - Disse atendendo. - Hayes... Oi vô... Tá sim... Precisei resolver uma coisa... - Sentei no sofá e ele sentou ao meu lado. - Não tem a ver com a empresa... Achei que eu tinha flexibilidade de horários por ser o CEO Herdeiro... - Disse rindo. - Não, estou em casa já... Certo. - Desligou.

- Tenho fome. - Disse.

- Tem um restaurante japonês aqui na frente, quer ir lá ou prefere pedi isso ou outra coisa?

- Pedi, e o que você quiser eu quero.

- Comida Japonesa então! - Disse animado.

- Acho que estava mentindo quando disse que mudou pra aqui por causa da vista... - Ele olhou questionando. - Tenho certeza que esse restaurante pesou bastante na escolha!

Rimos juntos. Ele pediu a comida, que chegou em trinta minutos, comemos conversando sobre Nova York e o que tinha nas redondezas da minha nova casa. Segundo ele estou em Upper East Side, Manhattan, então posso ir ao Central Park andando, tem um bondinho, tem vários museus na 5th Avenue, além das lojas e restaurantes. Terei alguns dias de turista pela vizinhança.

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Enquanto comemos a sobremesa a campainha tocou. Ele respirou fundo. E eu resolvi perguntar.

- Tá esperando alguém?

- Não, mas tenho certeza quem é... Deixa eu abri logo... Aja naturalmente e não fica nervosa.

Ele foi abrir a porta e eu continuei sentada na bancada. Ouvi ele falando.

- Por que não avisou que viria?

- Porque eu queria fazer surpresa. - Uma voz masculina aparentemente animada. - É o que eu estou pensando?

- É, vamos acabar com isso logo!

Ele voltou ao meu campo de visão e atrás dele um senhor grisalho, um pouco mais baixo que Jonathan, mas muito parecido. Esse senhor eu conheço bem, é o dono da empresa que eu trabalhava, o avô dele.

- Mariah, esse é Robert Hayes, meu avô. - Disse apontando para o avô, que me estendeu a mão.

- Um prazer conhecê-lo senhor. - Estendi a mão e ele a beijou.

- Uma aliança? Há algo que eu não estou sabendo Jonathan? - Disse olhando pra Jonathan.

- Estamos namorado e Mariah veio morar aqui comigo.

- E por que não casam logo? - Perguntou me analisando.

- E muito cedo, senhor, - respondi - acabamos de começar a namorar.

- No entanto você já está vindo morar com ele. - Senhor Hayes falou.

- Ele me convenceu senhor, - eu disse sorrindo pra Jonathan - ele sabe ser bastante persuasivo quando quer.

- A Mariah é de Columbus vô, por isso vai morar aqui, pra podermos passarmos mais tempo juntos. Vamos sentar no sofá.

- Não estava trabalhando lá Mariah? - Sentei no sofá ao lado de Jonathan e o avô na cadeira a nossa frente.

- Estava senhor, pedi demissão pra vir pra cá. - Disse um tanto sentida.

- E sua família? O que achou dessa mudança?

Olhei pra Jonathan e ele estava me deixando a vontade pra agir da forma que eu achasse melhor. Mas não largava a minha mão. Mais uma vez precisei respirar fundo.

- Só tenho minha mãe senhor. - Preferi parar por aí.

- Chega né vô. - Jonathan interviu e eu agradeço a ele com um sorriso.

- Só estava tentando saber sobre o que posso conversar com ela. - Disse como se a gente não conseguisse perceber que ele está me interrogando.

Meu celular tocou. Minha mãe.

- Licença, preciso atender... Oi mãe, - falei enquanto ia para o quarto de Jonathan.

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Uma visita do vô!!
Será que ele vai aprovar Mariah??

Beijos de luz

A Noiva Perfeita. (Livro 01 - CEO Herdeiro) [Degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora