12. Projetos

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Três anos se passaram em um piscar de olhos, pelo menos, foi essa a impressão que tive.

Quando voltei para a escola, todos me viam como um símbolo. Sempre "a garota raptada". Eu queria atenção, mas não daquele modo.

A controversa era que pela primeira vez eu estava gostando de ser solitária, já que precisava gastar mais tempo comigo mesma, então me enfiei em tudo que era projeto escolar. Meus pais nem ligaram quando eu comecei a passar menos tempo em casa.

Voltei a fazer karatê; comecei a participar dos laboratórios de química e física; análises biológicas, etc. Pena que a escola não iria ensinar o que eu realmente queria aprender, mas me contentei com as poucas coisas. Meu pai tinha tudo na palma da mão e com certeza eu também poderia ter.

Durante as férias de verão, um carregamento de narcóticos biologicamente modificados foi interceptado pela polícia na zona norte de Gotham, fazendo aparecer uma oportunidade. Minha família dominava as zonas norte, oeste e leste da cidade. O Norte era mais forte e bem controlado, já que o porto ficava nessa região, então, com toda certeza, um carregamento de drogas caras estaria sob o nome da única pessoa que chefiava o tráfico na região. Papai era um homem astucioso.

Alguns dias depois do meu retorno, a guerra entre as máfias chegou ao fim, mas nossa casa continuava caótica como sempre. Aprendi a transitar entre os cômodos sem ser percebida e descobri que a casa tinha uma garagem secreta.

Nessa garagem eram guardadas as papeladas mais sigilosas possíveis, além de esconder armas e mercadorias de contrabando. Fiquei um pouco chateada quando percebi que era fácil de entrar no lugar. O acesso principal era por uma escotilha camuflada no fundo do armazém de alimentos. A passagem se abria por um cartão com sensor que revelava uma escadaria para o subsolo. Apenas quatro pessoas da casa tinham esse cartão de acesso, meu pai; Feioso; minha mãe e um gangster no qual coordenava as saídas e entradas de mercadorias.

Queria poder ter me exibido dizendo que clonei um dos cartões, mas não, só precisava seguir uma dessas pessoas enquanto elas se dirigiam para a abertura.

Os guardas levaram um tempo até terem notado minha presençase no lugar, mas logo perceberam que eu não atrapalhava e nem ficava no caminho das suas tarefas. Eles tinham coisas melhores pra fazer do que escoltar uma criança para fora de um esconderijo secreto.

No subsolo existia um segundo escritório com documentos mais restritos. Contagem de cargas; negociações e históricos de pessoas.

Achei uma papelada separada para ser queimada caso as coisas ficassem feias. Nessa pilha, achei as informações sobre os narcóticos apreendidos e o local de fabricação, Clínica Odontológica Dr. Prudence. Antes de ir, precisei conferir outros papéis para confirmar os nomes, tudo estava... óbvio de mais.

Parece que meu próximo passo seria dar uma passadinha no dentista.

Punchline - Derradeira OrigemOnde histórias criam vida. Descubra agora