1.2 - Amelia

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Link se deita ao meu lado na cama, totalmente exausto, assim como eu. Respiro fundo, tentando recuperar a respiração depois do sexo que fizemos. Eu não sabia que era possível me apaixonar por alguém tão rápido, mas acho que estou. Fecho os olhos e tento entender meus próprios pensamentos, o que está acontecendo? Tudo bem, foi só sexo, como qualquer outro. Ele me puxa para seu peito, e vou sem hesitar. Link acaricia meu cabelo, e ficamos calados, apenas compartilhando o calor de nossos corpos e aproveitando o momento, o que é estranho. Bom, mas estranho. Por que estamos fazendo isso? Não é assim que as pessoas geralmente agem, mas agora, aqui com ele, parece tão certo? Estou tão confusa que cogito em ainda estar bêbada, mesmo sabendo que não estou. Quebrando nosso silêncio, Link me questiona.

"Você está bem?"

"Estou." Respondo, e passo a olhar para ele. "Que droga, Link."

"O que foi? Isso foi um erro?"

"Não! Não." Rio de sua cara de desespero. "É que você está tão sexy agora, que eu queria transar com você de novo." Ele joga a cabeça para trás, rindo.

"Isso não é um problema para mim." Ele pega em meu queixo, e me puxa para um beijo.

Me ajeito em seu colo, e nosso beijo vai ganhando intensidade. Link passa suas mãos por todo meu corpo nu, até chegar em meu pescoço.

"Não." Digo entre seus lábios. "Eu preciso que ir embora." Com dificuldade, me afasto de sua boca.

"Precisa?" Ele me provoca, apertando minha coxa.

"Link..."

"Pode ficar mais um pouco se quiser."

"Pra eu começar a chorar e a gente transar de novo? Hm, não, obrigada." Sorrio para ele e saio de seu colo, sentando na ponta da cama. Ele veste sua box e se levanta.

"Veste isso." Link me joga uma blusa social azul clara que tirou da poltrona ao lado da cama. "Vou pegar alguma coisa da Jo pra você."

Ele sai do quarto e visto a camisa, que cobre um pouco além do começo de minhas coxas.

Me levanto e faço um tour por seu quarto, enquanto espero o mesmo voltar. Ele tem prateleiras enormes com livros de medicina em cima da cama, e alguns de heróis, o que me faz rir por um instante. Não lembro dele ter mencionado ser médico, e pelos seus livros, não acho que seja só um aluno, já que a maioria são sobre ortopedia e pediatria. Link também tem várias páginas que parecem ser de um diário rasgadas e jogadas pela escrivaninha, mas não me atrevo a ler o que tem nelas, estaria invadindo sua privacidade. No final do móvel, há um quadro dele e de Jo, ambos com uniforme de algum hospital.

"Você pode vestir alguma das camisetas dela se quiser, mas achei que essa ficou perfeita em você." Me assusto com sua voz e me viro para olhá-lo. Link está me encarando com os olhos brilhando.

"Você não me disse que era médico." Menciono, apontando o quadro para ele.

"Não sou." Ele diz adentrando o cômodo.

"Isso foi alguma festa a fantasia então?"

"Não vou te dizer." Ele sorri, se sentando na cama e me chamando para fazer o mesmo.

"Eu disse que ia embora." Digo em resposta a seu chamado.

"Fica, e eu te conto sobre isso." Cruzo os braços com sua chantagem e ele continua. "Com uma condição."

"Diga."

"Você me conta o por que não podia beber ontem."

"Sem chance."

"É tão ruim assim?"

"É. Quer dizer, não. É, é muito ruim, e eu não quero que você saiba disso."

"Por que não?"

"Por nada." Ele não pode descobrir sobre meu passado sombrio. É estranho, mas Link parece gostar de quem ele acha que sou, ele parece se importar. Se souber da bagunça que eu realmente sou, dos problemas que carrego, eu serei só mais um erro.

"Tudo bem, vamos fazer uma coisa." Ele começa. "Eu te conto um segredo, e você me conta um seu. Sem julgamentos, e depois a gente segue em frente, esquece que essa conversa existiu se você quiser." Respiro fundo antes de responder.

"Fechado." Ele sorri pra mim, se levanta e me puxa para fora do quarto.

Nothin' like youOnde histórias criam vida. Descubra agora