11: Novo plano

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Tenham uma boa leitura <3

Uma semana é pouco para tudo que preciso fazer. Já nem quero fazer, imagine agora com essa pressão do tempo. Vim de tão longe para morrer na praia, literalmente. Não Lauren, você não pode! Cadê a coragem? Vou conseguir fazer isso, é a minha vida, a vida que aquela idiota arruinou. Ela tem que consertar, doa a quem doer. Preciso de outro plano.

Ally e eu ficamos no hotel pensando em algo pelo resto do dia, mas não conseguíamos pensar em nada bom o bastante. Para termos ideias, assistimos alguns filmes e falamos com Normani a noite, mas nada surgiu em minha cabeça. Porém, Normani havia dito algo que me deixou pensativa. "Deixe rolar, não fique pensando em maneiras de fazer acontecer. Apenas deixe fluir". Será que funciona? Sou tão azarada que é capaz de não dar certo.

No dia seguinte, ficamos a tarde toda na praia e não encontramos Camila e nem Ariana. Mas também não procuramos. Vou seguir o conselho de Normani, deixar acontecer "quase" naturalmente. Como meu lado preguiçoso fala mais alto, adormeci na areia e acordei uma hora depois, toda queimada e dolorida.

— Ally, eu estou horrível. Olhe só para isso? — falei, apontando para meu corpo. Andávamos pela praia a fim de encontrar um quiosque.

— Não está tão feio assim Lauren, é normal, viemos à praia e você esqueceu de repassar o protetor. Relaxa, depois colocamos um pouco de leite.

— Estou me sentindo um camarão, então não é normal. — resmunguei, emburrada e fazendo uma careta de dor ao tocar em minha pele.

— Ah, fique quieta. — abraçou-me de lado e eu pude jurar que minha alma havia saído do corpo e voltado. — Vamos parar ali, está passando meu filme favorito.

Pedimos dois cocos e ficamos olhando televisão. Ally ama filmes e assiste quase todos existentes quando não está no trabalho. E aquele filme estava mesmo interessante, tão interessante que me deu uma ideia.

— Está vendo essa garota? — apontou para a TV e eu assenti, pedindo em silêncio que continuasse. — Então, ela está seguindo esse cara porque acha que ele é suspeito de um crime, mas também está apaixonada por ele.

— Ela está seguindo ele para pegá-lo em flagrante? — perguntei, enquanto olhávamos atentas para a TV.

— Sim, está esperando para dar o bote.

Era isso. Olhei para Ally como se ela tivesse contado a melhor ideia do mundo. Era isso! Eu tinha um plano — que nem era tão plano assim.

— Porque está me olhando assim?

— Tive uma ideia.

— Ah Michelle, o que foi dessa vez?

— Vou seguir a Camila! — essa ideia era perfeita, seguiria os passos dela e quando estivesse desprevenida, bingo, a pegaria de jeito e não teria como me recusar.

Era um plano ótimo, estou com pouco tempo e estando em sua cola, não teria como perdê-la de vista. Não acredito que a mesma mente que me entrega, consegue ter ideias tão boas.

— Isso não vai dar certo. Ela namora, como vai pegar ela sozinha?

— Quando ela estiver sozinha, ué. Já tenho quase tudo planejado! Dessa vez, me livro desse azar e partimos de volta para Ohio.

Estava tão confiante que era impossível não dar certo. Continuamos no quiosque por mais um tempo e descobrimos com a garçonete que tinha uma casa noturna com música ao vivo para irmos. Este seria o meu dia de folga e amanhã começaria minha caça a Camila. Adeus azar.

Voltamos para o hotel e por volta das nove horas, fomos para a casa noturna. O lugar estava cheio e muitas pessoas dançavam na pista.

— Vamos curtir, pois nossos dias em Miami Beach estão contados. — aproximei-me do ouvido de Ally, devido a música alta, seria impossível ouvir de longe. — Minha operação Caça Camila será encerrada em breve. — anunciei, andando em direção ao balcão de bebidas.

— Só me deixe dar mais alguns beijos na Ariana, por favor. — Ally pediu entre risos e fizemos um toque de mãos em concordância.

— Vamos dançar! — exclamou Ally. Pedimos dois drinks simples, bebemos sozinhas enquanto olhávamos o movimento. A casa noturna era bem legal, as paredes eram escuras, o que ajudava na iluminação baixa e nas luzes coloridas. A música também era muito boa, a banda tocava desde clássicos do rock até country.

Nos aproximamos da pista e dançamos como se não houvesse amanhã. Pulávamos ao ritmo da música e até mesmo, rebolávamos. Ouvir música e dançar são coisas sensacionais, levam-lhe para um lugar desconhecido, e seu corpo acompanha o ritmo da música, movimentando-se livremente, sentindo a música por completo.

Estávamos tão felizes e sorridentes dançando, que nem reparamos em quem estava a nossa volta. O que importava era dançar.

Meus olhos percorreram todo o local, observando aquelas centenas de pessoas que nunca vi antes. E quando decidi olhar para cima, onde ficam os camarotes, levei um susto.

Os lindos olhos castanhos me encaravam por só Deus sabe a quanto tempo. Ela me observava atentamente. Seus olhos percorreram meu corpo inteiro, dos pés a cabeça. Por um momento, senti-me desnuda, mesmo que aquele pequeno pedaço de pano azul cobrisse-me do busto até a metade das coxas. Engoli em seco, passando as mãos entre os cabelos. 

Seus olhos eram como um ímã, desde o dia da praia estávamos constantemente sendo puxadas para perto. Seria o destino ajudando-me a resolver meu "pequeno" problema?

Definitivamente, não. No exato momento em que acenaria e tentaria me aproximar de alguma forma, sua namorada apareceu e deu-lhe um beijo de tirar o fôlego, provando o quão mínimas eram as chances de ter essa mulher para mim.

— Vamos embora, Ally. — puxei seu braço suavemente, chamando sua atenção.

— Mas já? Está cedo! Vamos dançar Lauren.

— Não, eu cansei... Essa música está me dando dor de cabeça. Vamos, por favor? — implorei.

Procura-se o Amor | CAMREN G!POnde histórias criam vida. Descubra agora