O7: Nem uma rapidinha?

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Sorri sem graça e senti o sangue subir para as bochechas, aposto que estou mais vermelha que um pimentão. Como essa infeliz me encontrou? Não bastou o mico da praia, agora a sessão mico continua.

— Eu te conheço? — perguntei, tentando disfarçar. Talvez dê certo.

— Você era bem doida quando tinha quinze anos, mas não pensei que com quase trinta ficaria pior. — disse séria, com um dos braços apoiados no balcão. Além de vir atrás de mim, ainda quer me avaliar.

— Escuta aqui, garotinha, não sou doida. O que aconteceu na praia não foi nada, eu apenas confundi você com outra pessoa. — curvei os lábios em um pequeno sorriso e tentei apoiar o cotovelo no balcão, porém apoiei-o em falso e desequilibrei-me, dando mais motivos para ela perceber que meu desiquilíbrio não era apenas emocional.

— Você disse meu nome.

— Existem milhões de Camilas espalhadas pelo mundo. — reproduzi um barulho com a boca, mostrando o quão banal aquilo era.

— Falou meu sobrenome também! — argh, falei mesmo. Comprimi os lábios e desviei o olhar do dela. — Pare de mentir, Lauren! Como me encontrou? E o que está querendo? — voltei minha atenção para seu rosto, erguendo as sobrancelhas, surpresa por seu tom rude.

— Quem faz as perguntas aqui sou eu. Como você me encontrou? Estava me seguindo? — tentei virar o jogo ao meu favor.

— Ariana disse que você está hospedada aqui. — Ariana? Ai, não! Ela deve ter contado tudo para Camila. Puta que pariu, que vergonha! Então, ela é a tal Camila que estava me falando.

— Ariana? Como você a conhece?

— Somos amigas, ela me contou que você atropelou um animal no caminho e se conheceram...

— Foi um acidente! — interrompi-a, logo voltando ao principal: — O que mais ela te disse? — segurei a gola de sua camiseta, temendo a resposta.

— O que mais ela poderia ter dito? — ela tentou se afastar, mas segurei a gola com mais força.

— Nada. — soltei-a rapidamente. — Ela não tem nada para contar. Nada. Nadinha.

— Pode explicar o que está havendo? Você me beijou sem dizer nada e saiu berrando pela praia. — e cai na areia, completei mentalmente.

— Eu.. ahm.. — o que falaria? Se eu contar a verdade, ela rirá de mim, mas se eu mentir, não sei como conquistarei ela. — Vim atrás de você. É, é isso. Descobri que sou apaixonada por você. — se fingir que estou realmente apaixonada por ela, talvez consiga fazer o que Normani disse.

— Está louca? — me olhou com estranheza. Estou começando a acreditar que estou louca mesmo. Quem embarcaria numa história dessas se não fosse louca?

— Estou louca por você. — tentei abraçá-la para passar convicção, porém ela afastou-me com um empurrão leve.

— Pode parar, não vou acreditar nisso. — disse, negando com a cabeça.

— Então, não acredite! Descobri isso depois que você sumiu. Sentia sua falta todos os dias. Falta do seu cheiro, jeito, sua maneira comigo. Ah Camila, como eu sofri. — entrei na personagem e fiz uma voz de choro e carinha de boa moça. Ela teria que acreditar.

— Você sempre me odiou, como pode dizer agora que é apaixonada por mim? Faz dez anos que não nos vemos.

— Por isso mesmo! Sofri durante esses dez anos. — agarrei o braço dela. — Por favor, só uma rapidinha. — fiz uma carinha fofa, tentando convencer.

— O que!? — gargalhou alto, como se tivesse contado a melhor piada do ano. — Uma rapidinha? Você tira essas ideias de onde, Lauren? Ally não está te dando os remédios? — disse, enquanto limpava as lágrimas dos olhos após a intensa sessão de risos. Isso foi o suficiente para ficar estressada.

— Quer saber? É melhor ficar para sempre sozinha do que ter uma rapidinha com você. — girei em meus calcanhares e andei em rumo ao elevador.

— Desse jeito, parece até que estou te obrigando. — ainda veio atrás de mim? Só pode ser brincadeira!

— E você está tecnicamente me obrigando mesmo. Na verdade, cansei dessa história, vá para o inferno! — empurrei-a e chamei o elevador, e então vi o papel grudado na porta do mesmo, alertando que não estava funcionando. Havia me esquecido.

— Fala logo o que você quer. — continuou, me seguindo rumo à escada. — Quase perdi minha namorada hoje por sua culpa.

— Relaxa, você vai conseguir outra. — comentei sarcástica.

— Me beijou na frente de uma praia lotada e não me contar o por quê? Você está aprontando alguma coisa, não mudou absolutamente nada. Ainda com essa besteira de me odiar? Dessa vez eu não fiz nada! — parei de andar e ficamos frente a frente depois do primeiro lance de escadas.

— Eu não te odeio, mas por sua culpa eu não consigo arranjar um namorado.

— Por minha culpa? E o que foi que eu fiz?

— Eu já disse! Sou apaixonada por você Camz, é sério. Não consigo encontrar outra pessoa. Eu preciso de você. — soei mais sincera do que queria.

— Sinto muito Lauren, mas eu realmente tenho namorada. — será que ela havia acreditado? — E você não é hétero? Lembro-me que dizia isso o tempo todo.

— Você não se prende a isso. — ignorei sua última constatação, não precisava dizer para ela o que eu era ou deixava de ser.

— Eu mudei. — realmente, ela havia mudado bastante. Não tinha mais o cabelo liso, sua mandíbula estava mais marcada, suas roupas eram mais leves, porém continuavam elegantes e seu jeito de falar estava mais acolhedor. Ela não era mais a mesma e para piorar — para mim —, levava seus relacionamentos a sério. Como vou conseguir essa mulher?

Fiquei hipnotizada olhando seus olhos. Era a única coisa que continuava igual, brilhantes e expressivos, as orbes castanhas mais bonitas que havia visto. Estávamos muito próximas, nossas respirações misturavam-se. Era viciante observar aquele rosto, parecia algo esculpido pelas mãos mais delicadas e talentosas já existentes. Seus traços eram marcantes e inesquecíveis. Ela também encarava-me profundamente, e por alguns segundos, perguntei-me o que ela estava pensando de mim. Será que o meu olhar mexia tanto assim com ela, como o dela mexia comigo? Senti um frio na barriga, que subiu para o estômago. Quando foi a última vez que senti isso? Você está sentindo o mesmo que eu? Desejei que ela pudesse ler meus pensamentos neste momento. 

— Laur...

Antes de terminar sua fala, voltei para o mundo real, e como nenhuma cena fofa continua fofa por muito tempo comigo, afastei-me e tropecei em um degrau da escada, descendo um lance completo de bunda. 

Resmunguei baixo, será que só vou me machucar aqui? Ela veio até mim e estendeu uma mão para ajudar-me. 

— Alguém já disse que você é azarada? — perguntou assim que me pôs em pé. Não estou sentindo minha bunda, isso é normal?

— O tempo todo. — suspirei. — Mas, então.. Não rola nem umazinha? Rapidinho, prometo. — ela gargalhou alto mais uma vez e desceu as escadas.

Procura-se o Amor | CAMREN G!POnde histórias criam vida. Descubra agora