18: Eu te mato, Dinah Jane!

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Acho que nunca almocei tão rápido em toda a minha vida. Mesmo sendo apenas uma transa rápida, parecia que os nossos corpos vibravam de excitação e ansiedade. Assim que terminamos de almoçar, seguimos para o escritório. Ainda havia quase duas horas para todos voltarem do intervalo e esse era o tempo perfeito para me livrar desse azar maldito.

Quase não acredito que isso vai acontecer mesmo. Finalmente vou mandar embora todo esse azar e poderei ter uma vida amorosa decente. 

— Como eu disse: tudo vazio. — as luzes estavam apagadas. Caminhamos até a minha sala e assim que entramos, tranquei a porta.

Camila estava observando tudo que continha ali. Haviam alguns porta-retratos com fotos dos meus pais, dos meus irmãos e das minhas amigas. Também haviam alguns prêmios que ganhei em algumas festas anuais sobre jornalismo. Era tudo bem simples, mas tudo tinha um pouquinho de mim.

— Bela sala. — elogiou, avaliando um gatinho de vidro. Sempre fui apaixonada por gatos.

— Obrigada, mas não estamos aqui para ver a sala, não é? — encostei-me na parede, tentando fazer uma pose sexy.

— Tem certeza disso, Lauren? — assenti, sem dizer nada.

Ela se aproximou devagar, seus olhos percorriam meu corpo inteiro. Respirei fundo, tentando não me arrepiar com seu olhar. Sem aviso prévio, me puxou pela cintura e selou nossos lábios. 

Ela apertou minha cintura com força e eu agarrei seus cabelos, implorando por mais. Queria muito mais. Queria sentir aquela mulher, tê-la para mim.

Soltei um gemido ao sentir suas mãos descendo meu quadril. Desci minhas mãos pelas costas dela, deslizando os dedos em direção a barra de sua camisa, e a puxei para cima. Já tinha visto ela sem camisa antes, mas agora parecia diferente. Os raios de sol que ultrapassavam as cortinas iluminavam os seus seios, e isso fez com que a pressão entre as minhas pernas aumentasse. 

— Vem. — sussurrou em meu ouvido, me puxando pelo cotovelo.

Ela se sentou em minha cadeira e me colocou de frente a ela. Mordi o lábio inferior e sentei em seu colo. Movi o meu quadril, rebolando lentamente, sentindo a sua ereção aumentar a cada segundo. Parecia ser grande, não lembrava do tamanho, mas estava ansiosa para senti-lo e vê-lo.

Os seus lábios tocaram o meu pescoço e meu corpo inteiro vibrou. Há muito tempo alguém não me deixava desse jeito. Não sei dizer se isso era bom, Camila está fazendo isso apenas porque estou implorando há quase um mês, caso contrário, ela nem daria atenção para mim. Assim que seus lábios fecharam-se contra o meu ponto de pulso, gemi mais alto do que gostaria e arranhei suas costas suavemente. Ela gemeu arrastado em meu ouvido, mordiscando o lóbulo de minha orelha. Meu corpo inteiro arrepiou-se ao sentir o seu hálito fresco. 

Deslizou as mãos pelas minhas costas e parou ao chegar no fecho da minha saia social. Camila desceu o zíper devagar, enquanto olhava fixamente em meus olhos. Aquilo ainda era apenas sexo casual, não era? Os olhos dela pareciam me dizer outra coisa. Olhavam-me com tanta intensidade, era como se ela conseguisse ver através de mim. Argh, eu nem deveria pensar nisso agora.

Ela estava quase terminando de abrir o zíper, quando o barulho estrondoso do toque de telefone nos interrompeu. O susto foi tão grande que Camila puxou o zíper com toda a força e me deixou sem saia. Segurei em seus ombros para não cair da cadeira. 

— Lo... — iniciou, porém logo interrompi. Não posso perder essa chance.

— Não deve ser importante. Logo ele para. — apertei qualquer botão do telefone, esperando que ele parasse de tocar, e assim que ele parou, suspirei aliviada. Porém, o alívio não durou muito, porque ele havia entrado na caixa de recados.

"Alô, Azedinha? Por que você não atende a porra do telefone!? Olha, eu conversei com a minha mãe e ela perguntou se você está indo no banheiro direitinho. Ela sabe que você tem uns probleminhas de intestino e ficou preocupada, você sabe que se continuar assim vai precisar consultar, não é!?".

Puta que pariu, era a Dinah! Camila arregalou os olhos ao ouvir a mensagem e prendeu a risada, colocando a mão em sua boca. Na mesma hora, sai do colo dela e senti as minhas bochechas queimarem. A mãe de Dinah sempre teve problemas com o intestino, por isso pedi para que ela me dissesse o nome do remédio que ela tomava para resolver o meu  problema.

Apertei todos os botões do maldito telefone, na esperança de desligar aquele troço, mas nada funcionava. 

"Fantasminha, não use laxante, você não vai conseguir dormir e nem trabalhar. Imagina passar por aquele sufoco que a Ally passou quando ficou presa no elevador com dor de barriga!? Vai ser a mesma coisa aí no seu trabalho e não dá para ir ao banheiro toda hora. Bom, sem contar que você vai ficar com muita dor na barriga. Enfim, eu mandei uma mensagem com o nome do remédio, mas minha mãe disse que comer mamão e beber iogurtes as vezes funciona. Se cuida, Lauren!".

Camila estava quase rolando no chão de tanto rir, enquanto eu só procurava um lugar para me esconder e nunca mais sair. 

— Des-Desculpa. — Camila gargalhava, seu rosto estava ficando vermelho.

— Para de rir, Camila!

— Não consigo... — gargalhou alto. — Tinha que ser a Dinah.

— Você é muito boba. Nem é para mim, é para a minha mãe. — menti, tentando disfarçar.

— Ah, para a sua mãe? Tem certeza? — riu ainda mais alto, colocando a mão na barriga. — Isso é normal, Lauren, relaxa.

— Ah, vai se foder e some daqui. — empurrei-a pelos ombros em direção a porta.

— Desculpa, sério. — continuou rindo.

— Ok, ok. Cansei de você, some!

— Tudo isso só por uma prisão de ventre. — colocou a camisa, ainda rindo.

— Eu vou te matar! — empurrei ela para fora da sala, de novo.

— Você diz isso desde quando tínhamos dez anos, vou ficar bem.

— Você estragou tudo. — cruzei os braços emburrada.

— Também te amo, Lolo. — debochou. Soltei um grito surpreso ao sentir um tapa em minha bunda e antes que pudesse xingá-la, ela beijou minha testa e andou até o fim do corredor. — Desculpa, a culpa foi da Dinah! — gritou, sumindo do meu campo de vista.

Bufei alto, fechando a porta e me dirigindo até onde minha saia estava, vestindo-a enquanto proferia alguns xingamentos. 

— Eu te mato, Dinah Jane!

Procura-se o Amor | CAMREN G!POnde histórias criam vida. Descubra agora