Quão tênue pode ser a linha entre atração e o desprezo?
Sara Medeiros vê sua vida desmonorar na morte precoce de sua mãe. Sua única família. Fazendo com que ela tenha que sozinha enfrentar a vida e o mundo. Porém, isso se transforma quando um homem...
''Pare de chorar, é um sinal dos tempos Bem-vindo ao último show Espero que esteja usando suas melhores roupas Não dá para subornar a porta que dá entrada para o céu Você parece muito bem aqui embaixo Mas você não está bem de verdade''
- Sign of the times, Harry Styles.
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Sara
Alguns dias depois...
As nuvens carregadas e o céu escuro mostravam que a qualquer momento uma chuva torrencial pode cair. Aquele tempo é totalmente anormal essa época do ano. Era um dia triste em uma época feliz.
Abraço meu corpo com força, ao passar pela portões de ferro do cemitério. Hoje fazem 6 meses sem ela. Eu pensei que com tempo, a dor fosse diminuindo ou talvez não ficasse tão dolorida, como se eu tivesse perdido-a ontem, mas não. É um tipo de machucado sem cura.
Acelero meus passos ao perceber que estou sozinha no cemitério. Mamãe sempre dizia que nunca é bom ficar em lugares sozinha. Não que esperasse que haveria uma multidão no cemitério, mas eu estava totalmente sozinha, não havia uma única pessoa no meu campo de visão. Logo, chego no túmulo branco, um pouco afastado dos outros, de baixo de uma árvore.
- Oi, mamãe.- Fungo.
Ponho o buquê de rosas no jarro e passo a mão em cima da letras de seu nome. Um soluço escapa dos meus lábios e eu não consigo segurar o choro. Isso é tão difícil. Por que tem que ser assim?
- Eu sinto tanta sua falta, mãe. Esses meses sem você foram muito difíceis. Quase desisti disso várias vezes, eu não sei se vou conseguir seguir em frente por muito tempo. Tudo dói muito mais quando se luta sozinha.- Sento na grama ao lado do túmulo.- Como você conseguiu fazer isso sozinha? Como você aguentou isso quando eu ainda não estava aqui? Eu não sou tão forte e corajosa quanto você. Não quero decepciona-la. Então, por favor, não fique triste, se nós encontramos antes da hora. Por favor, não se culpe, se eu falhar. A culpa vai ser minha. Eu vou ter feito tudo errado. Desculpas por isso.
Um alívio percorre meu corpo ao sentir dizer tudo o que está preso dentro mim há meses. Gotas grossas de chuva começam a se misturar com minhas lágrimas e eu sei que é minha mãe esta chorando. É um sinal dos tempos. Me sinto culpada por ter feito minha mãe chorar, depois de morta, mas a culpa por te-la decepcionado me consome por dentro.
- Oh, querida.- Uma mão toca meu ombro.- Por favor, levante.
Viro para trás, assustada. O homem grisalho vestindo um terno escuro esta ensopado, me encarando com compaixão. Atrás dele, tem um rapaz mais novo que ele, mas parece ser sua versão mais nova, observa a cena com atenção.
- O que...
Meus instintos raciocinam mais rápido do que luz. Olho pro túmulo e lembro de um de seus muitos conselhos. Antes que o senhor Joaquim possa se aproximar, levantado e corro, pulo o túmulo vizinho da minha mãe e sei que eu não ia conseguir dormir de medo, pensando se o cadáver ali, iria me assombrar, pro profanar sua paz.