Capítulo 4: Ela.

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''Ela vive sonhando acordada comigo
Ela é a primeira que eu vejo, e eu não sei o porquê
Eu não sei quem é ela

(...)

Ela vive sonhando acordada comigo, e eu não sei o porquê
Eu não sei onde ela está''

- She, Harry Styles.

- She, Harry Styles

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Bruno.

  Meus passos são relaxados no trajeto que faço até o quarto hospitalar. Uma enfermeira loira passa por mim, me comendo com olhos. Viro para trás, acompanho o seu andar na calça jeans branca. Sinto minha temperatura corporal aumentar e deixo esse problema pra alguma desconhecida resolver mais tarde.

  Acelero meu passos ao ver meu pai encostado na parede branca, falando com alguém ao telefone. Minha atenção se prende por alguns instantes na clarabóia do quarto, onde minha irmã está sentada na cadeira do hospital tendo conversa animada com desconhecida, que está de costas para a janela. Sento numa cadeira do corredor na frente do meu pai, que encerra a ligação assim que me vê.

- Você demorou.- Seu tom de voz sai cansado.

- Ah, eu sei. A empresa está uma loucura sem o senhor. Está sendo praticamente impossível sair de lá.- Tremo ao lembrar da pilha de papéis me esperando.- Por que me chamou?

- Tenho uma notícia pra te dar.

- Vai dar a notícia para mim, primeiro?- Uma ponta de emoção me toma.- Sem a Júlia?

Papai coça a queixo.

- Na verdade, a Júlia já sabe e ficou bem feliz com a notícia.- Seu olhar desesperado se pairou em mim.-  Não me faça passar vergonha.

- Eu não sou nenhuma criança e não entendo o porquê da Júlia recebeu essa notícia antes de mim.- Reclamo.- Sou o seu braço direito.

- Você está sendo infantil.- Suspira.-  E ela soube primeiro, porque eu sabia que iria reagir melhor do que você. Você faz muita confusão, se algo não é do seu agrado.

- Isso é uma mentira, mas já sei que discutir sobre mim com você, é uma batalha perdida.- Passei a mão pelo cabelos.- Afinal, qual é a notícia?

- A Sara vai ir morar conosco.

- Conosco!? A desconhecida!?- Questiono com incredulidade.

- Sim. É, ela não é uma desconhecida. A Sara é minha afilhada e ela é alguma coisa sua que eu não sei.

- Nada?- debocho e ele revira os olhos.- Mesmo assim, pai. Isso é loucura, botar uma desconhecida lá em casa.- Levanto, tentando argumentar.- Eu não vou morar lá, enquanto essa desconhecida estiver lá. Ela pode ser uma ladra, assassina ou até coisa pior...

- Pode ficar bem calminho, fofinho. Eu não tenho a menor pretensão de te roubar, matar ou qualquer outra coisa que o assombre.- A voz raivosa disfarçada de deboche soa atrás de mim. Viro para trás e me deparo com esferas escuras cintilando de raiva.- Ah, fique tranquilo, eu não vou te morder. Não gosto de carne mal passada.

Os segredos e os perigos que guardam no coração da floresta.Onde histórias criam vida. Descubra agora