Dramas familiares (part. 2)

61 2 0
                                    


Saint Paul, Minnesota

- Oi Bella!

 O que foi que Austin fez?

- Olá Christopher. - falo um tanto surpresa.

- Não entendi a surpresa. - Christopher fala por fim. - Austin havia me dito que você pediu para ele passar seu número para mim.

Fuzilo Austin com os olhos. Se dos meus olhos saíssem lasers, Austin seria apenas cinzas agora.

- Ah sim, é que… ultimamente minha mente está uma loucura, muita coisa.

E você é uma dessas coisas, acredita?

- Sem problemas.

Pelo menos Christopher não é do tipo que se acha o cara do momento, porque uma garota pediu seu número.

- Antes que me esqueça, avise a ele por favor que agora não vou poder ir, mas mais tarde passarei aí.

- Tá legal, aviso a ele.

- Obrigada, até mais Bella.

 - Até Christopher.

 Desligo a chamada ainda encarando Austin. Penso e repenso diversas vezes no que acabou de acontecer.

- Então... - ele começa, mas eu interrompo.

- Me pergunto o que você tem na cabeça.

- Ajudar minha irmã talvez? - diz ele desesperado para pensar em algo.

 - Perdeu a cabeça?! - falo o fuzilando com os olhos. - Ele pode achar que quero algo. É a última coisa que quero. E se eu quisesse o número, eu mesma diria, não usaria você como capacho.

- Achei que não ficaria brava, achei que você queria fazer amizade com ele, não era isso? - diz ele cruzando os braços. - E não seja assim, tão convencida. Christopher reparou em algumas garotas hoje sabia?

Engulo em seco. Não há nada de mais. É a vida dele. Eu só vou interferir nela, quando ele estiver se afogando em um lago. Né? Problema dele o que ele faz!

- E outra: você me falando dele hoje cedo. Como quem não queria nada. - diz ele rindo de um jeito debochado. - Te conheço maninha.

- Podia pelo menos me passar o número dele, ao invés de passar o meu e dizer que eu pedi. - falo mudando minha postura. Me render a Austin nessas brigas, apesar de "motivos fúteis", não é algo que faça meu tipo.

 - E por quê está agindo assim? Apenas dei seu número. Não jogue seu stress em mim.

Abro a boca para falar algo, porém ele se vira e vai para seu quarto, batendo a porta.

Ok. Talvez, eu exagerei com ele. Essa coisa de propósito está roubando uma boa parte dos meus pensamentos. Estou pilhada até o talo. 

 Fecho os olhos e respiro fundo.

 - Cheguei. - a voz de mamãe ecoa pela sala.

Saio da cozinha, e vou até mamãe, e assim que a mesma me vê, me abraça gentilmente.

  - Caramba! Dezoito anos ficam bem em você, me sinto velha. - ela diz assim que me solta.

- Mãe.- falo sorrindo meiga. - Você é. - falo séria agora.

Ela revira os olhos e vai para a cozinha. Solto uma risada anasalada pela sua reação.

- Porque demorou? - pergunto vendo ela colocar dois pacotes de compras no balcão.

- Quando fechei a floricultura, fui ao mercado fazer compra. Me ajude aqui a guardar.

Como uma boa fã de doces, checo se há algum sorvete, ou biscoito doce. Felizmente, acho um pacote de marshmallows. 

Me Chame De Anjo Onde histórias criam vida. Descubra agora