PRÓLOGO

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PRÓLOGO

"Se algum dia lhe fecharem as portas da vida, pule a janela"

Augusto Cury.

Estava trabalhando como de costume no departamento de designer da empresa Capital Hill. O clima estava tenso como sempre. As festas de final de ano haviam chegado em um piscar de olhos e isso nos fazia ficar cada vez mais loucos na agência. Faz mais de cinco meses que Edward tinha falecido. Estava em um verdadeiro tormento! Mas precisava reagir. A festa da empresa iria ser uma boa oportunidade para me animar.

A morte de Edward me deixou arrasada. Apenas dois anos mais velho do que eu, era bonito, atraente, inteligente e muito charmoso. Parecia que tanta vitalidade pudesse se acabar, de uma hora para outra, de modo tão avassalador.

Soube do seu acidente por um telejornal matutino. Um corpo inconsciente depois de bater com o carro na beirada de um penhasco, preso ao carro não teve a chance de se soltar e acabou que o tanque da gasolina explodisse. Policiais tiveram um grande trabalho para socorrê-lo, mas tiveram de recuar poucos minutos por causa das chamas e do calor intenso.

–– Vamos? –– Insistiu Bárbara, estudando a minha fisionomia, que com certeza estava triste.

–– Não consigo, simplesmente não consigo.

–– Se você pelo menos tentasse. –– Insistiu a amiga.

–– Pois é, mas me sinto culpada, se eu tivesse aceitado o seu pedido, talvez o acidente não ocorresse.

–– Deixe de ser boba Marina. Pare de se culpar. Essas coisas acontecem naturalmente. Pense bem, amanhã você vai passar o Natal com o seu pai. Saia pelo menos uma noite de festa.

–– Eu não me divertiria. –– Retruco.

–– Como você sabe? Nem ao menos fez um esforço para ir.

–– Mas eu...

–– Está me deixando nervosa, sabia? Como acha que me sinto sabendo que conheceu Edward por meu melhor amigo?

Vencida não só pela insistência da amiga, mas também por aquela tentativa de chantagem emocional, acabei cedendo:

–– Está bem, eu irei nessa festa.

–– Use o seu vestido vinho. –– Sugeriu Bárbara sem perda de tempo. –– Ele ficará muito bem em você. E vamos dar um jeito neste cabelo.

Suspirando, acabou cedendo a amiga e foi para o seu quarto se vestir.

Edward apesar de jovem, era dono da empresa e se estivesse vivo com certeza a levaria para a festa. Porém estava morto, e ela deveria fazer um sacrifício para não estragar a noite da amiga.

Bárbara fez um coque baixo em meu cabelo enfeitando com uma presilha cheia de pedras na cor verde esmeralda. Se o assunto fosse penteado e maquiagem, a amiga era muito habilidosa no que fazia.

–– Assim estar melhor. Aprovou Bárbara.

Enquanto Marina se olhava no espelho, Bárbara foi até o seu quarto e voltou trazendo um par de brincos de pérolas.

–– Use estes.

Certa de que não adiantaria discutir, Marina prendeu os brincos nas orelhas.

Os vestidos para festas estavam pendurados no seu guarda roupa. As suas mãos tocaram os tecidos em admiração por estarem tão novos e bem alinhados. Entre meio de tantas roupas, ela encontrou o vestido que a sua amiga tinha sugerido para a noite, e suspirou com uma lembrança do seu antigo parceiro.

Pronta para sair e encantadora num vestido vinho. Marina admirava a sua elegância. Não se sentia tão bonita assim a meses. A sua boa aparência despertaria vários olhares de pessoas, especialmente do sexo feminino.

–– Emre já está nós esperando. –– A amiga avisa e ela pega a sua bolsa de mão.

–– Estou indo, preciso guardar alguns documentos da empresa. –– Aviso.

Convite SuspeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora