Capítulo 5

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Aos olhos de Noah

Capitulo especial

Já se passava do meio-dia quando a polícia de Seattle prendeu um dos suspeitos que havia relação com a morte de uma mulher. Nada se sabia se era algum atentado ou alguma falha no carro que tenha causado o pequeno acidente. Naquela manhã, eu trabalhava em casa investigando alguns documentos quando recebi uma notícia da minha suspeita especial.

–– Peterson falando. –– Atendi de má vontade.

–– Noah, aqui é o agente Willian.

Me sentei na cadeira, se preparando para más notícias. Quando algum companheiro de trabalho me telefonava, era para pedir ajuda numa investigação complicada.

–– Qual é o problema, agente?

–– Não era você o encarregado das investigações sobre Marina Alencar?

–– Eu mesmo. –– Respondo, disfarçando a tensão. –– Por que? Alguma novidade no caso?

–– Não exatamente. Ela está hospitalizada há duas horas. Ao que tudo indica, foi atropelada por um carro.

Me ergui da cadeira, num impulso.

–– Mas o que você está falando? Como soube disso?

–– Recebemos a pouco estante a ocorrência feita pela amiga dela, quando chegamos lá, encontramos a moça inconsciente. Levamos a vítima para o hospital, onde identificamos como Marina Silva Alencar. Parece que levou uma bela bancada na cabeça.

Quem poderia ter feito uma coisa daquelas. Me perguntei alterado. Depois de anotar o endereço do hospital, agradeci ao meu colega pela informação, me despedi depressa e desliguei o telefone. Corri até o Jeep e me pus a caminho, sem ao menos trocar de roupa moletom que costumava a usar nos finais de semana em casa. Qual a gravidade do ferimento? Se alguma coisa de mau acontecesse, ele jamais se perdoaria por não ter sido um profissional nessas horas. Parei o carro na primeira vaga desocupada do estacionamento do hospital e atravessei correndo o pequeno espaço que

me separava do prédio. Entrando na recepção, fui direto ao balcão de informações se identificando:

–– Policia de Seattle, preciso saber onde fica o quarto de Marina Alencar? –– Falei ofegante pela pressa e nervosismo.

Assim que a recepcionista me indicou o caminho, me afastei apressado. Apenas quando se viu diante da porta fechada, estacou. Respirei fundo, numa tentativa de controlar a ansiedade. O mínimo sinal de descontrole não faria nada bem a Marina depois do choque do acidente.

Por fim, abri a porta devagar e entrei. Marina estava sozinha no quarto, o rosto voltado para a parede, mas virou-se quando sentiu a presença de alguém. A primeira coisa que me chamou a atenção, foi a palidez daquele rosto adorável. Depois, reparei no ferimento na testa e, mais uma vez, me amaldiçoei por inteiro. Quem ousaria machuca-la daquele jeito?

–– Parece que você sempre consegue se encontrar comigo.

Surpreso ao vê-lo, Marina esboçou um sorriso.

A voz tão baixa e fraca me comoveu ainda mais. Mesmo assim, retribui o sorriso e se aproximei da cama.

–– Vim correndo quando soube. –– Murmurei observando o ferimento em sua testa. Como está sua cabeça?

–– Não deve estar grande coisa, mas, pelo menos, não dói, mas. Quando acordei, me deram alguma coisa contra dor e, agora, me sinto flutuante.

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