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Eu havia acordado desposta para começar mais um dia. Sempre que acordava, gostava de admirar a famosa Space Needle da janela da sala de estar. Especialmente quando o sol se põe.

Bárbara estava ao meu lado contando as novidades sobre o namorado Emre. Os dois haviam ficado noivos a dois dias atrás e provavelmente se casariam em quanto antes, pois ambos estão apaixonados e queriam selar a união de uma vez.

A campainha tocou de repente e nós duas se entreolhamos ao mesmo tempo:

–– Eu abro. –– Bárbara avisa se levantando do sofá depressa. Ele chegou! Não acredito. Anunciou olhando pelo buraco da porta iluminada pelo sol da manhã. Noah está aqui, aqui!

Bárbara fala dando pulinhos e quase me engasgo sozinha.

Era quase sete da manhã e esse homem já está querendo me infernizar? Não acredito nisso!!!

–– Cuidado, garota. –– Recomendou abrindo a porta.

–– Olá Noah. –– Os dois se cumprimentam com um pequeno sorriso e eu acabo não entendendo a sua proximidade com o mesmo.

–– Posso entrar? –– Noah pergunta e Bárbara concorda dando espaço.

–– Sim. Fique à vontade. –– Fala caminhando para dentro da cozinha.

Embora já tenha ficado a sós com um homem, eu se sentia incomodada com a presença de Noah naquela manhã.

–– Então... o que faz aqui? –– Pergunto sem rodeios.

–– Eu vim te levar para ver o seu pai.

Uma sensação de insegurança passou pela minha mente por alguns segundos, então Noah resolveu interromper os meus pensamentos.

–– Não se preocupe, eu só quero te ajudar. –– Noah fala firme.

Ele deu alguns passos até nós dois ficarem frente a frente.

–– Eu prometo. –– Noah puxou a minha mão e deixou um beijo antes mesmo de me cumprimentar formalmente.

––Tudo bem.

Ele acabaria de deixar um pequeno sorriso escapar de seus lábios.

***

Já no assento dianteiro do Jeep, eu estudava disfarçadamente meu companheiro de viagem. Seu perfil moreno destacava-se com a luz. Estava trajado com um suéter polo e uma calça jeans escura. Era um homem incrivelmente belo, pode até a ser uma coisa boba o que eu acabaria de falar, mas as minhas pernas estavam moles e o meu coração descontrolado. Não compreendia a razão de ele estar se dando ao trabalho de me levar para ver o papai.

–– Você dúvida das minhas intenções?

Fiquei um pouco surpresa com a pergunta.

–– Sim. –– Admiti.

–– Não acredita em altruísmo?

–– Deveria acreditar?

–– Mudará de ideia quando me conhecer melhor. –– Disse indicando que pretendia ampliar o nosso relacionamento.

–– Você afirmou que não havia nenhum homem especial em sua vida. É verdade?

–– Sim. –– Com cuidado, eu arrisquei iniciar uma conversa: –– Você e eu viemos de mundos tão diferentes... tenho certeza de que está acostumado com outras diversões, se é que me entende.

Convite SuspeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora