Especial

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Ela Une Todas as Coisas

Une o meu viver, com o seu viver.
Ela só precisa existir, para me completar.

Era mais um dia de rotina normal na casa de Lívia e Giorgian. Enquanto o jogador enrolava no banho antes de ir para o treino, a morena estava na cozinha preparando o café da manhã dos dois, como faziam todos os dias. A diferença era que agora o uruguaio ia trabalhar sozinho: Lívia já estava de licença maternidade, já que já havia passado das 37 semanas de gravidez e se Luísa nascesse, não seria mais considerada uma criança prematura.

O cansaço, a respiração ofegante, os pés inchados já eram alguns dos sinais de que a pequena estava prestes a chegar ao mundo. Após o café pronto, Lívia já estava sentada esperando o marido para tomarem juntos.

O casamento de Lívia e Giorgian... Ainda sorria em pensar que os dois simplesmente casaram. Assim, sem luxo e sem grandes planejamento, apenas um juiz, suas famílias de testemunha e o sim que ela mais amou na vida. Antes do aniversário do jogador e depois do chá de bebê da pequena, os dois decidiram que Luísa nasceria com os pais casados. E que a mãe já teria o mesmo sobrenome da filha. Cunha de Arrascaeta Benedetti.

Arrascaeta desceu as escadas e reparou a esposa com os pensamentos longes.

— Um doce pelos seus pensamentos. — se aproximou e deu um beijo na bochecha da mulher, seguido de um selinho e sentando-se ao seu lado. Acariciou a barriga de Lívia, como se fosse uma maneira de cumprimentar a filha também.

— Pensando na nossa vida, como todos os dias de manhã. Estou feliz, meu amor. E ansiosa — Lívia sorria, já se servindo de um copo de suco. Havia parado de tomar café, recomendações médicas durante a gravidez.

— E eu mais feliz ainda, mi reina. Sonhei que Luísa nascia hoje, falando nisso. Um mês depois do meu aniversário.

Lívia olhou o marido e sorriu. Permaneceram conversando enquanto tomavam o café da manhã, até o jogador finalizar e terminar de se arrumar para o trabalho. Antes de sair de casa, repetiu as recomendações que ele falava todos os dias: "cuidado na escada, cuidado ao andar pela casa, cuidado ao entrar na cozinha, não se esforce muito, deixa a louça suja que eu lavo quando chegar, melhor ficar deitada, não? Se algo acontecer, liga até para o Mister se for preciso, não esconda nada se precisar de mim, eu te amo, logo eu volto para nossa casa, tchau filha. Cuida da mamãe".

Lívia poderia repetir com ele todas essas palavras, já havia decorado. E amava cada uma delas.

As últimas semanas de gravidez realmente estavam pesando, no sentindo mais literal da palavra. Por isso Lívia permanecia a maior parte do tempo no andar de baixo do apartamento, já que subir as escadas a deixavam bem cansada. Além da precaução natural de se cuidar e não se esforçar tanto. Deitou-se no sofá da sala, querendo assistir um pouco de televisão, quando adormeceu mais rápido que ela poderia imaginar. Até que acordou com uma pequena cólica. Ok, tudo normal, pensou consigo mesmo. Sentia fome e decidiu comer um lanche antes de preparar o seu almoço. Lívia sempre tinha a companhia da mãe nessa reta final, mas justo nessa semana ela havia viajado até São Paulo para resolver problemas de sua loja.

Depois de um certo tempo, sentiu aquela dor de novo, um pouquinho mais forte. Ok. Talvez não seja tão normal assim. Lívia se assustou, mas no fundo sabia o que significava. Já estava com 39 semanas. Luísa podia nascer a qualquer momento, não é?

Dor cada vez mais forte. Precisava se arrumar, pegar as malas de maternidade. Estava sozinha em casa, sua mãe só voltaria para o Rio no final da semana. Antes de tudo, pegou o celular. Três toques exatos.

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