Capítulo 24 - Do auge a queda

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(Narrado por Álvaro)


O sol havia dado o ar da graça naquela tarde enquanto Mía e eu caminhávamos de mãos dadas até a quadra de basquete. Eu estava com minha jaqueta de capitão e garota a meu lado vestia minha camiseta do time.

Que por sinal tinha ficado linda nela, devia acrescentar.

Alguns campistas passavam por nós conversando sobre o jogo que logo logo se iniciaria e eu estava feliz demais por ter sido liberado pelo médico pra poder ir vê meu time em quadra.

Apesar de ainda está com o corpo dolorido e a garganta inflamada eu estava me sentindo bem comparado ao dia anterior e foi exatamente isso que eu disse ao médico quando ele foi ao meu chalé hoje cedo. Por sorte, ele viu meu desespero e liberou. A grama verdinha produzia um barulho na medida que caminhávamos.

Mía me contava sobre seu passeio com Gaspar hoje mais cedo e só conseguia admirá-la e pensar no quanto eu era um cara de sorte por tê-la comigo.

Hoje, em especial, ela estava linda. Os cabelos longos e loiros soltos por seus ombros desenhando seu rosto perfeitamente delicado. Suspirei parando de andar, Mía também parou me olhando sem entender.

— Que foi?

— Eu quero oficializar esse lance. — Eu disse fazendo-a erguer as sobrancelhas.

— Como é? — Um sorrisinho sapeca brotou em seus lábios.

Como ela era linda, cara! A abracei pela cintura vendo-a tombar a cabeça pra trás para poder enxergar meu rosto. De cima eu podia vê como mais clareza seus olhos que naquela tarde pareciam mais brilhantes e encantadores. Eu não conseguia tirar os olhos dela.

— Para de me olhar assim, tá me deixando com vergonha. — Disse, um sorrisinho tímido esboçando na boca.

— Eu gosto muito de você!

— É? — O sorriso dela se alargou.

— Sim! — Fiz um afago suave em sua bochecha e aproveitei para colocar uma mexa de cabelo atrás de sua orelha em um carinho. — Especialmente hoje. Você ficou linda com minha camisa.

Ela soltou uma risadinha, saindo dos meus braços e dando uma voltinha na minha frente.

— Gostou?

— Muito!

— Que bom porque tava pensando realmente em roubá-la pra mim. — Disse divertida.

— Pode ficar, é sua!

— Oba! — Seus sorriso fez meu coração palpitar. — Já a segunda roupa que eu tenho sua.

Álvaro: Ah é, você ficou com minha jaqueta no dia que eu te levei pra vê as luzes da cidade.

Lembranças da noite em que eu a levei para montanha tomaram minha mente. Como eu quis beijá-la naquela noite! Mía assentiu sorrindo sapeca balançando nosso braço como se tivesse com vergonha. Ficamos em silêncio por alguns segundos, apenas nossos olhos mergulhados no do outro. Dei um passo à frente, o rosto próximo ao dela ao ponto de nossos narizes se encostarem.

— Quer namorar comigo? — Perguntei baixinho.

O semblante do rosto dela revelava que ela não esperava por aquilo e o silêncio que se seguiu fez cada parte do meu corpo se contorcer com nervosismo.

Mía me encarava com os olhos arregalados me fazendo repensar o pedido... Talvez era melhor se eu tivesse deixado para fazer o pedido no último dia do acampamento ou quando voltássemos para o colégio, tinha tanto outros momentos melhores, era o que e minha mente traiçoeira articulada enquanto eu encarava a garota à minha frente.

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