Capítulo 4 - Hora da Cinderela partir

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- Sobe aqui, Mía. Quero cantar com você. - Lupe esbravejou e seu pedido me fez estranhar mas caminhei até o palco.

Sofia me entregou seu microfone antes de sair do palco e eu agradeci. O toque de "See You" iniciou, Lupe caminhou até mim e balbuciou no meu ouvido.

- Acha mesmo que pode competir comigo? - Disse antes de virar depressa jogando o cabelo em meu rosto. - "Ser, crescer, andar, pintar, cantar, dizer, gritar, amar. Bem-vindo a minha vida, vivo o que estou pensando".

Ela cantava e dançava como se tivesse tentando me provar algo. Não sabia o que tinha acontecido, mas se tratando da Lupe, apenas o simples motivos deu existir já a irritava. Suspirei, parada ali, vendo-a cantar. Olhei para baixo, os alunos pareciam se divertir.

- "Meu status sempre está conectado e criando uma imagem, sei o que faço, cada um cuida do seu e eu aqui cuido do meu..."

Caminhei decidida até o centro do palco.

- "Uma vez, dois ou três talvez, posso fingir depois talvez, posso ver meus sonhos tão sem cor e curo assim qualquer dor...

- The feel, estoy online, I can find it in my mind, É o ponto de partida, a entrada e a saída, sua mentira, minha verdade...

Nos viramos em de frente para a outra, nos encarando.

- "See you me too, see tou much. Conheci bem aonde vai..."

Nos afastamos, cada uma caminhando para lados opostos do palco. As pessoas dançavam junto com a gente.

- "Ver, vencer, criar, dançar, andar se dar um passo atras..."

Lupe: "Eu decido onde e quando, digo o que estou pensando.."

Nos aproximamos novamente, nos encarando enquanto cantávamos

- Prefiro sempre está do outro lado e criando uma imagem, sei o que faço, cada um cuida do seu e eu aqui cuido do meu...

- "Uma vez, dois ou três, posso fingir depois talvez..."

- "Posso ver meus sonhos tão sem cor..."

- "Duro assim a qualquer cor..."

- "The feel, estoy online, I can find it in my mind..."

- "É o ponto de partida, a entrada e a saída, sua mentira, minha verdade... "See you me too, see tou much. Conheci bem aonde vai...""

Fizemos a pose final escutando as explosões de gritos e aplausos. Sorri abertamente para Lupe, mas ela não retribuiu em vez disso virou as costas. Corri atrás dela e assim que chegamos atrás do palco segurei em seu braço fazendo-a me encarar.


- Me larga! - Lupe esbravejou, puxando o braço com força.


- O que houve, Lupe?

Lupe: Você é uma sonsa, Mía! - Falou a voz carregada de tristeza e mágoa. Tirou o chápeu de bruxa má que compunha sua fantasia e jogou com força no sistema de som. -Como você consegue?

- Lupe, eu não tô entendendo nada, me explica por favor! - Juntei as mãos, como se implorasse.

- Não, você nunca entende nada, nunca faz nada. - Ela levou as mãos a cabeça como se a qualquer momento fosse gritar. Lágrimas brotaram no canto de seus olhos. - Você é sempre a coitadinha, a certinha.

- Lupe, por favor... - Ela me interrompeu.

- Você quer tomar tudo de mim.

- Essa história de novo?

Você é o motivoOnde histórias criam vida. Descubra agora