Capítulo 27 - Eu não vou desistir da gente

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(Narrado por Álvaro)

Assim que saí do banheiro depois do banho e já vestido, Juanma e Simon já estavam no quarto. Juanma mexia no celular alheio a qualquer coisa enquanto Simon mexia na bolsa à procura de alguma coisa.

 Falei com eles rapidamente antes de sair da cabana e caminhar em direção ao refeitório lotado. Vi de longe os caras do time na mesa do centro rindo e conversando animados e assim que me aproximei a atenção deles se voltaram pra mim.

— Ae, nosso capitão!! — Martin esbravejou empolgado, o braço apontando para mim.

Foi a deixa para todos virem me abraçar agradecendo pelo incentivo e treinos. Por um breve momento, esqueci toda confusão com a minha mãe e foquei nos garotos felizes à minha frente. Aquela vitória era importante demais para ficar remoendo os problemas. 

Problemas que eu resolveria. Eu tinha. Fiquei algum tempo ali até vê Mía caminhando para trás do refeitório como combinado. Me despedi dando uma desculpa esfarrapada qualquer e caminhei me certificando que ninguém tinha me visto.

 A última coisa que eu queria era que minha mãe soubesse do meu encontro secreto. Passeei meus olhos pelo local à procura de Mía, mas a falta de luz fazia a simples tarefa de andar sem tropeçar um desafio e tanto.

— Mía! — Sussurrei na escuridão.

Consegui vê-la assim que uma luz apareceu em minha frente, encandeando meus olhos.

— Porque ta com uma lanterna? — Perguntei, as mãos na frente do rosto.

— Shiii! — Disse, o dedo indicador sobre os lábios enquanto segurava a lanterna com a outra mão. — Aqui não é seguro para gente conversar. Eu sei de um lugar melhor!

Sem esperar eu retrucar, Mía entrelaçou seus dedos nos meus me puxando por entre a escuridão. Andamos algum tempo em silêncio até uma árvore distante. Dali dava para vê o céu estrelado como se fosse uma tela enorme, pintada com todo cuidado e atenção. 

Mía soltou seus dedos dos meus andando até o tronco da árvore e colocou a lanterna ali, com luz para cima deixando claridade suficiente para nos vermos. E assim que ela parou em minha frente pude observar seu rosto com um sorriso triste brotando em seus lábios.

Seu sorriso triste me faz querer abraçá-la e foi justamente isso que fiz. Abri os braços e como uma criança indefesa ela rompeu a distância entre nós se aconchegando em meu peito. 

Enfiei a cabeça em seu pescoço sentindo seu cheiro invadir minhas narinas enquanto o silêncio reinava entre nós. Naquele momento as palavras não eram necessárias. Só o fato de saber que ela estava ali era bom o bastante. 

O vento gélido da noite fria soprava fazendo nos apertar mais no outro. Quando nos afastamos após alguns minutos, olhei para Mía e seu jeito de me encarar fez um calafrio subir a minha espinha. Um calafrio bom considerando o fato de deu olhar emanar afeto.

— O que foi?

— Nada! — Deu de ombros, um sorrisinho tímido brotando. — Só tô olhando o quanto você é incrível.

— Sou é? — Perguntei, esquadrinhando seu rosto.

Ela assentiu sorrindo docemente ao se aproximar, espalmando a minha nuca, me puxando para um beijo. Assim que nossos lábios de tocaram o calafrio se espalhou para todo meu corpo fazendo cada partezinha do meu corpo tremer. 

A puxei contra meu corpo, descansando uma mão sobre sua cintura enquanto a outra se perdia entre seus fios de cabelos. Deslizei a língua para dentro de sua boca fazendo-a estremecer em meus braços. Como eu conseguiria ficar longe da Mía? O que eu faria com essa vontade incontrolável de tê-la perto de mim, contemplar seu sorriso e observar seus olhos que me transmitia tanta paz? Era estranho pensar nisso. Eu toda essa confusão que eu estava passando, em todos essa bagunça que tinha se formado entre nós.

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⏰ Última atualização: Sep 29, 2020 ⏰

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