Capítulo 13 - Brincadeira da garrafa

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Saímos da cabana na pontinha dos pés como se fossemos duas criminosas.

As luzes gerais do acampamento estavam desligadas o que nos possibilitou encontrar mais rápido as luzes das lanternas próximas ao lago. Já era 23:15hrs da noite e o toque de recolher já tinha soado alertando que todos precisavam ir para seus respectivos chalés, quem fizesse o contrário e fosse pego, arcaria com as consequências.

"Mas que graça teria a vida se não quebrássemos as regras?"

Foi essa a frase que Zoe usou para me convencer a sair do quarto naquela noite fria. Tão fria que mesmo estando com o casaco e botas nos pés sentia meu corpo tremer e meus dentes baterem na medida que caminhava até o grupo. A lua continuava brilhante no céu, dando um verdadeiro espetáculo.

Desacelerei o passo assim que avistei Álvaro e Naomi perto do lago.

Eles estavam de frente um para o outro, tendo uma conversa nada amigável. Deduzi isso porque aparentemente ela não estava contente com as coisas que ele estava dizendo. Impaciente, Álvaro deixou a garota falado sozinha e se virou indo em direção ao grupo. Nossos olhares se encontram e ele deu um sorriso sem graça, com os lábios cerrados. Não levou nem três segundos e Naomi também passou por nós, pisando firme enquanto arrumava os cabelos e se sentava bem longe dele.

– O drama deles me deixa enjoada. – Zoe debochou, rolando os olhos e parando de andar.

– O que será que aconteceu?

– Não sei e nem quero saber.

– Você acha que ela gosta dele de verdade? – Perguntei, pensativa.

– Porque tá perguntando isso? – Ela me encarou, com as sobrancelhas arqueadas.

– Sei lá! – Dei de ombros. – Curiosidade!

Zoe estreitou os olhos me observando.

– Ela me parece um pouco desequilibrada, mas acho que gosta. – Ela também deu de ombros. – Já ele...

– O que que tem?

– Tem que é obvio que ele não sente nada por ela. Você sabe que quem ele gosta. – Deu uma piscadela enquanto agarrava o meu braço, me puxando para nos juntarmos a turma.

Sentei entre Sofia e Zoe. Sofia me abraçou e sorri para Fede que estava os seu lado. Estava feliz por o namoro dos dois estar dando certo, pelo menos alguém estava feliz no quesito romance. Suspirei assim que voltei minha atenção para frente.

Álvaro estava do outro lado do círculo, ao lado de Martín e Tobias. Ele estava escutando algo que o amigo falava quando nossos ombros se encontraram novamente. Dessa vez, nós sustentamos o olhar um do outro por um instante. Ele desistiu primeiro, passando a mão pelo cabelo, desgrenhando os fios ainda mais. Seus olhos fitaram a lanterna em sua mão, e então voltaram para meu rosto, um sorriso brotando em seus lábios.

Estreitei os olhos tentando entender o porque da risada.

– Vamos agitar um pouco as coisas com verdade ou desafio. – Martina falou atraindo a atenção de todos, incluvise minha e de Álvaro. – Todos conhecem essa brincadeira né?

Todos assentiram enquanto Tobias colocava um caixote baixo no meio do círculo e pegava uma garrafa.

– O fundo da garrafa é quem pergunta e a parte de cima é a resposta. – Tobias explicou mostrando a garrafa. – Eu vou girar.

Ele colocou a garrafa deitada sobre o caixote e girou caindo em Lupe e Agustina. Agustina escolheu verdade e Lupe perguntou algo relacionado as líderes de torcida. Ela respondeu normal o que me fez pensar que Lupe quis ser boazinha com ela. A brincadeira seguiu e a cada vez que a garrafa girava, um podre de quem pedia verdade era revelado. A garrafa havia caído e Fede e Martina.

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