(Álvaro narrando)
Os meninos estavam com problemas.
Ao que parecia, ninguém estava conseguindo acertar as cestas ou se concentrar no treino, mesmo sabendo que teríamos jogo no dia seguinte e que seria uma partida decisiva para se conhecer os dois times que competiriam na final, no último dia de acampamento.
O jogo seria contra os caras do colégio San Gutierryz. Se ganhássemos, sairíamos invictos para a grande final. Afastei meu corpo, me livrando dos cobertores e sentando-se direito na ponta da cama que até há alguns minutos abrigava Mía e eu. Suspirei, observando meus amigos em um falatório interminável.
- Será que vocês podem calar a boca por um minuto? - Esbravejei sem paciência fazendo a atenção se voltar para mim. - Se todos falarem ao mesmo tempo eu não vou entender nada.
Martín respirou fundo, inalando uma grande quantidade de ar enquanto passava as mãos pelos cabelos. Tobias começou a andar pelo quarto como se tivesse tivesse formiga no piso e os outros mantinham o semblante preocupado. Fede levantou a mão.
- Pode falar!
- A semi final é amanhã, certo? - Fede perguntou.
Assenti positivamente.
- A semi final é amanhã e a gente não tá conseguindo se concentrar. Nem uma cesta acertamos, cara.
- Por que isso? Até ontem vocês estavam treinando bem.
- A gente tá preocupado, cara. Já estávamos sem o Marcelo, agora sem o nosso capitão... - Nico explicou.
Abri a boca mas as palavras ficaram entaladas em minha garganta. Eles estavam se sentindo incapazes de jogar. Eu precisava dar um jeito nisso. E precisava ser logo. Me levantei com um pouco de dificuldade já que meu corpo estava dolorido por causa do resfriado que havia me pegado de jeito e os encarei. Seus olhos estavam atentos a cada movimento meu.
- Vocês sabem que jogam muito bem, não é? Não importam o que digam, vocês mandam muito bem quanto estão na quadra, independente de quem esteja liderando, vocês amam o que fazem e isso já é o bastante. Encarem esse jogo com garra, entrem naquela quadra amanhã e deem o melhor como se isso fosse a coisa mais importante pra vida de vocês. - Tossi sentindo meu corpo doer e retornei a falar. - Eu vou tá na arquibancada torcendo e realmente tenho certeza que vocês vão ganhar.
- Você sem razão, cara. - Martin foi o primeiro a falar, colocando o braço em meu pescoço enquanto sorria.
- Falar é fácil. - Nico retrucou.
- Realmente! - Soltei uma risadinha. - Mas eu confio em vocês, sei que irão dar o melhor e independente do resultado eu vou me orgulhar do nosso time.
- Ae, cara, falou como um capitão. - Tobias disse divertido, dando batidinhas no meu peito fazendo os caras rirem.
Quando os caras do time saíram, cerca de 30 minutos depois, voltei para as cobertas quentes e aconchegantes pedindo aos céus para Mía voltar pra gente retornar ao que estávamos fazendo antes dos meus queridos amigos atrapalharem.
Dei play no notebook e logo a voz do homem do documentário sobre lixo nos oceanos invadiu o quarto, ainda consegui assistir uns 5 minutos que pareceram uma eternidade até fechar a tela sem a mínima vontade. Tudo que o assunto era interessante e de extrema importância, mas cara... Não dava. Respirei fundo pegando o celular e mandando mensagem pra Mía.
Eu: vc me abandonou no meio do tratamento, gatinha
Esperei ela responder e abri um sorriso vendo que ela estava digitando.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Você é o motivo
Fiksi PenggemarAventuras e surpresas... Escolhas e consequências... Amor e amizades... Dança, música e novos caminhos. Mía Cáceres e Álvaro Paz iniciaram uma história que fora interrompida graças a verdades que foram reveladas, mas será que essa história de amor c...