Capítulo 18 - Odeio tanto quanto amo

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A noite estava fria e mesmo com Zoe e Álvaro me dizendo que eu não deveria ir para a fogueira, me recusei a ficar no quarto. Eu estava bem e ficaria sentada na maior parte do tempo então porque não ir?

Eu suspirei enquanto vestia meu casaco encarando a cama vazia e arrumada de Naomi. Eu não tinha a visto em lugar nenhum e aquilo estava me matando. Joguei meus cabelos levemente enrolados nas pontas para trás enquanto amarrava os cadarços dos tênis sendo supervisionada pelo por Zoe.

— Não precisa ficar no meu pé o tempo todo. — Eu disse rolando os olhos, divertida. — Eu estou bem.

— A última vez que eu tirei os olhos de você, você quase se matou então permanecerei aqui. — Zoe retrucou, cruzando os braços me fazendo gargalhar.

— Ok então! — Endireitei meu corpo. — Estou pronta!

— Coloca as luvas também. — Disse, estendendo um par de luvas.

— Precisa mesmo?

— Precisa, toma! — Respondeu mandona e eu peguei as luvas colocando-as sem muita vontade.

— Satisfeita? — Abri as mãos em frente ao rosto.

— Muito! — Ela sorriu. — Agora vamos!

Enlacei meu braço no dela e saímos do chalé. A noite, apesar de fria, estava muito bonita. Algumas estrelas decoravam o céu negro como em uma tela de pintura bem desenhada. Assim que passamos por um caminho de pedras avisto todo mundo em volta da grande fogueira que seria acesa logo mais.

Meus olhos vasculharam o perímetro em busca de Álvaro e o encontrei conversando com o time.

Ele parecia concentrado mas o sorriso continuava em seu rosto. E seu sorriso se abriu ainda mais quando me viu e eu também sorri acenando discretamente. Avistei Gaspar tocando violão e cantando no pequeno paco improvisado e antes que ele perceba que eu estou olhando, desvio a atenção.

Quando Miranda pegou o microfone e começou a falar sobre a vitória do Saint Mary no jogo de hoje, Zoe me puxou pelo braço me levando até tronco mais à frente me obrigando a sentar. Miranda continuava parabenizando time e falando sobre dedicação, perseverança, união que toda equipe tinha que ter. Alguém sentou ao meu lado tirando minha atenção do palco.

— Oi! — Sorriu para o loiro ao meu lado.

— Oi! — Um sorriso também brotou em seus lábios de Juanma. — Você não devia tá no quarto?

Rolei os olhos ao ouvir suas palavras. Porque todos achavam que eu estava mal?

— Eu estou bem. — Falei irritada.

— Ok, não tá mais aqui quem falou. — Ele levantou as mãos em sinal de rendição.

— Desculpa, não quis ser chata. Eu só tô irritada com todo mundo me tratando como criança.

— Você quase morreu hoje, Mía.

— É, eu sei. Você tem razão. — Suspirei voltando minha atenção para o palco.

Meus olhos encontraram os de Álvaro que já estava no palco e diferentemente da outra vez, ele não sorriu. Seu semblante estava fechado, com uma carranca enorme e eu sabia o porque.

— Seu namorado parece que não gostou de me vê com você. — Juanma balbuciou, chegando mais perto.

— Ele não é meu namorado.

Ela aquela faz meu coração palpitar no peito. De fato, Álvaro e eu não éramos namorado oficialmente, afinal, ainda existia muita coisa pra ser resolvida e confrontada. Alguns gritos estridentes me tiraram do meu devaneio e retornei a olhar para o palco. Álvaro já não me fitava mais e eu agradeci mentalmente por isso prestando atenção no que Miranda dizia.

Você é o motivoOnde histórias criam vida. Descubra agora