A Marca

Amizade

Taehyung subiu até seu apartamento com um sorriso radiante em seu rosto, mas tudo isso sumiu quando encontrou Jimin extremamente pensativo na janela da sala.

Jimin nunca ficava assim, somente quando o assunto se tratava de algo sério, que o fazia pensar por horas em algo.

— Tudo bem, Jiminie? — perguntou compreensivamente para o amigo, indo até ele.

— Sinceramente? Acho que não, ou talvez sim, não sei — Jimin não tinha certeza de seus sentimentos naquele momento. É como uma montanha-russa, quando ele pensa que está no topo, tudo dá errado e ele está embaixo.

— Descanse, lhe farei um chá — Taehyung entendia que não adiantaria perguntar mais coisas para Jimin, visto que este nem mesmo tinha uma resposta para o que estava passando. O melhor a se fazer era deixar isso de lado e deixar que Jimin descansa-se e deixa-se de pensar em coisas que o atormentaram.

— Obrigado — Jimin agradeceu ao ômega de cabelos vermelhos. Taehyung era seu porto seguro nestes momentos.

Taehyung era como sua cara-metade, poderia dizer que se não fossem ambos ômegas, seriam definitivamente almas gêmeas, talvez fossem, mas apenas na amizade. Não havia nada que Taehyung não soubesse a respeito do Jimin e também não havia nada que Jimin não soubesse sobre Taehyung, eram como unha e carne, e nada e nem ninguém os separavam. Entendiam um ao outro apenas com um olhar, palavras não eram necessárias para se entenderem, nunca foram.

Jimin ainda se lembra do Taehyung que conheceu no ensino médio, no qual era afastado de todos, tendo medo de tudo, mas com Jimin pode se abrir. Naquela época ele também passava por diversos problemas e viu em Taehyung um escape, alguém que compartilhava consigo todas suas emoções, sejam felizes ou tristes.

Se amavam acima de tudo e qualquer coisa, afinal, eram melhores amigos.

Depois de descansar, Jimin e Taehyung se arrumaram definitivamente para seus trabalhos. Infelizmente, por mais que Jimin não estivesse bem emocionalmente, ainda tinha que trabalhar para ajudar Taehyung a pôr o necessário no pequeno apartamento de ambos.

O expediente passou-se normalmente, sem muito movimento por ser dia de segunda. Com o trabalho Jimin pode se esquecer um pouco dos problemas que o assolava, só não sabia que a causa de seus sentimentos esquisitos tinham nome e sobrenome, e talvez ele estivesse mais perto do que pensava.

[…]

Longe de onde os dois ômegas estavam, dois alfas se beijavam afoitos, temendo serem pegos a qualquer momento.

— Tenho que ir, não deveria estar aqui — Seokjin disse respirando fundo.

Ele se amaldiçoa todas vezes em que se esquecia completamente dos desejos de seu pai, indo contra cada ordem que lhe fora dada.

— Infelizmente tenho que concordar — Namjoon acariciou os lindos cabelos sedosos do alfa a sua frente.

O professor podia jurar que toda vez que olhava nos olhos de Jin via a galáxia inteira em seu olhar.

Não sabem dizer ao certo quando tudo começou, talvez tivesse se iniciado no momento em que Jin — que cursava música —, pediu por aulas particulares, e desde aquele instante Namjoon não conseguia se ver longe dele. Tudo em Jin o atraia, os olhos, os cabelos, os ombros largos e principalmente sua boca carnuda. Para Namjoon, Seokjin era a personificação da beleza em sua forma pura. Se sentia um idiota por ter metido alguém tão talentoso e com um bom futuro em seu caminho. Sentia que se não fosse por ele, Seokjin seguiria no ramo da música e poderia até mesmo se tornar um grande cantor e compositor, mas os dois cometeram o terrível erro de se apaixonar: agora não tinham uma escapatória, eles necessitavam um do outro, assim como a lua sempre precisa do sol para brilhar.