A Marca

Tempo

Existe uma pintura feita por Pierre Mignard, em 1954. Nesta obra, Cronos, o Deus do tempo da mitologia grega, está cortando as asas do cupido — este sendo considerado um símbolo do amor —, retratando sobre o fato do amor ser forte, mas apenas o tempo vence o amor.

Taemin reconhecia isso agora. Nunca teve muito tempo em sua vida, esteve em uma constante guerra consigo mesmo, seu lobo e sua doença. O amor que seus pais adotivos lhe deram não foi capaz de curar suas cicatrizes, e nem seu amor por Jimin foi capaz de curá-lo. Já era tarde.

Taehyung e Jungkook chegaram no hospital, assustados e tensos. O Jeon já sabia do que se tratava e a cada passo que dava, sentia seu coração bater mais forte em um ritmo acelerado. Encontraram Jimin logo na recepção, este tinha um olhar abatido e parecia estar engolindo a situação ainda.

— Jimin! — Taehyung correu até o amigo, puxando ele para um abraço.

Com o choque dos corpos, Jimin arregalou os olhos e voltou do mundo dos pensamentos. Naquele abraço, sentiu o aconchego e se permitiu chorar.

Quando Jimin foi até a casa de Taemin, se divertiu com a ideia de passar mais tempo com o mais velho, afinal, fazia anos desde que se viram. Entretanto, todo o mar de rosas se desfez quando Taemin teve a primeira crise de tosse, arrancando um olhar preocupado dele. Jimin se assustou assim que viu o sangue saindo com a tosse desenfreada, então se desesperou para chamar a emergência, mas não foi um ato tão fácil quando Taemin segurou em sua mão e o impediu de fazer tal ação.

— Jiminie, eu preciso te contar uma coisa — falou rouco, engolindo o que teimava querer sair.

— Está louco? Você está quase morrendo, precisamos ir ao médico logo! — anunciou indo em busca do seu celular.

— Papai e mamãe não me expulsaram de casa — falou rápido.

Jimin parou bruscamente suas ações e olhou em direção ao mais velho.

— Como? — perguntou não entendendo a realidade das coisas.

— Na verdade, eles me expulsaram sim, mas o motivo não foi por eu amar uma beta — se levantou do sofá tentando ir até o ômega, mas falhou no processo caindo no tapete da sala, sendo segurado pelas mãos de Jimin — eu fui embora porque eu te amava Jimin, na realidade, ainda te amo.

— Do que você está falando, somos irmãos, é claro que iríamos nos amar! — Jimin exclamou.

— Não, Chim. Você não entendeu — segurou no tecido da camiseta branca do ômega — meu lobo te ama.

Não precisou mais do que isso para Jimin entender onde o outro queria chegar. Falar que seu lobo interior ama o outro quer dizer que este o escolheu como companheiro, ou seja, a pessoa estaria apaixonada por você. Com o susto pelas palavras de Taemin, ele se levantou assustado.

— Está delirando! Não tem como você me amar dessa maneira, somos irmãos! — puxava os fios de cabelo em um ato de nervosismo, aquilo não poderia estar acontecendo.

Então fora por isso que Taemin havia sumido logo após suas férias de verão? Era por conta disso que toda vez que tocava no nome do alfa, seus pais ficavam tensos como se escondesse um grande segredo! Taemin estava apaixonada por ele.

— Jimin, eu não s-Ah! — antes de completar as palavras, tossiu outra vez e caiu de no chão.

— Hyung! — Jimin foi até o encontro do moreno de maneira desesperada, segurando nele e vendo que este já havia desmaiado.

Nervoso e ansioso, Jimin chamou a ambulância e no processo ligou para Taehyung, precisava de um ombro amigo e somente o Kim saberia lhe aconselhar para não fazer nenhuma besteiras.