A Marca

Revelação

- Escute, Taemin Hyung. Eu sei que no passado era comum o relacionamento entre irmãos, pois nossos instintos lupinos sempre falavam mais alto, porém na sociedade atual é difícil ver tal tipo de relação, por mais que não seja um tabu e... - Jungkook tentava de algum jeito não tornar as coisas piores do que estavam, mas logo o alfa ao seu lado o interrompeu e revelou algo chocante.

- Jimin não é meu irmão. - dito isso, todas as palavras do lúpus sumiram e apenas sua boca estava aberta.

Como assim eles não eram irmãos? O que diabos estava acontecendo?

- Olha, Jungkook, antes de eu te contar toda a verdade, preciso que você me prometa que não irá dizer nada ao Jimin - Taemin pediu sincero em um sussurro.

- Como não?! - o Jeon exclamou um pouco irritado - Ele é o principal motivo de estarmos conversando, ele deveria ser o primeiro a saber.

- Ele não pode! - o mais velho dos dois gritou - Eu prometi aos meus pais - revelou em um tom baixo - Só, por favor, não conte nada ao Jimin. - Taemin segurou firme os ombros do lúpus, em um claro sinal de súplica e desespero - Por favor... - pediu uma última vez e contra sua vontade, Jungkook concordou.

- Apenas me diga o que está acontecendo, Hyung - Jungkook pediu em um tom baixo, percebeu a dor nas palavras de seu amigo e não deixou de se preocupar.

Precisava saber a verdade.

- Obrigado Jeon, prometo lhe contar tudo - Taemin disse com um sorriso satisfeito no rosto - Bom, a história é meio extensa - falou ao que caminhava para uma escada de que havia ali - melhor você se sentar - disse ao que o próprio sentava.

O Jeon fez o mesmo que ele, se sentando ao seu lado.

- Você sabe que aos dezoito anos temos o nosso primeiro cio e é nele em que nosso subconsciente chama alguém cujo ele tenha certo interesse, não é? - Taemin perguntou retórico para o alfa ao seu lado, este que apenas concordou - no meu primeiro cio, a pessoa pela qual clamei e implorei durante três dias foi o Jimin - revelou tal culpa, juntando suas mãos e as apertando, como se tivesse cometido o maior dos pecados. - Como você mesmo falou, é até mesmo normal em nossa sociedade que irmãos tenham relações, pois somos seres que evoluíram de animais. Entretanto, eu não deixei de me auto crucificar em saber que chamei meu próprio irmão, quer dizer, eu sempre o tratei como um, sempre tive um amor fraternal pelo baixinho que na época tinha apenas quinze anos, então por que diabos? - disse em um tom contrariado. - Por sorte, o Jimin estava em uma excursão na época do meu cio, e tanto eu quanto meus pais, agradecemos por isso, porque eu não iria conseguir mais olhar nos olhos de Jimin sem me sentir culpado.

Nisso, Jungkook sentia toda dor e culpa que Taemin carregava nos ombros, por isso, em um ato atencioso, colocou uma de suas mãos nas costas do mais velho, afagando o local como se dissesse que estaria ali por ele.

- Meus pais tinham olhares julgadores para cima de mim, mas nem eu mesmo sabia o que estava acontecendo, que culpa eu tinha?! Vivia me perguntando aquilo. Não aguentando toda aquela pressão, eu os confrontei, falando que eu amava Jimin como meu irmão e não havia porque meu lobo chamar por ele de outra maneira. Foi quando eles me revelaram a verdade, dizendo que eu era adotado e que fizeram esse favor por um amigo deles que eram muito próximos, no caso os meus pais biológicos que morreram muito cedo - a cada revelação, Jungkook sentia ainda mais pesar por Taemin. - Tive um choque de realidade, era por essa razão que meu lobo clamou por Jimin, afinal, ele sabia que não tínhamos laços sanguíneos e naquele momento Jimin era o ômega mais próximo que eu tinha. Depois disso, eu surtei dizendo que contaria tudo para Jimin, e que queria saber meu verdadeiro sobrenome, descobrindo que sou um Lee. Contudo, meus pais me fizeram prometer não contar nada a Jimin, pois eles não queriam que Jimin soubesse a verdade, a realidade é que eles tinham medo sobre o que meu irmão pensaria sobre eles e que eu era o verdadeiro mal ali, e foi assim que eu saí de casa. Por mais que eu quisesse contar para Jimin toda a verdade, eu ainda me sentia grato pelos Park terem cuidado de mim a vida inteira, me tratando como um verdadeiro filho, e foi por essa razão que eu me sacrifiquei para ir embora, deixando meu querido irmãozinho para trás.