Recaída

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O calor estava infernal

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O calor estava infernal.

Yoongi se virava como podia naquele espaço, afastando alguns móveis para espalhar o colchão mofado que encontrou na dispensa. As malas ainda estavam por desfazer, mas sem ter onde colocar as roupas, ficaram abertas, empilhadas uma em cima da outra.

Seu cabelo parecia um ninho de pássaros e a barba por fazer coçava como nunca quando saiu de casa para comprar o jornal na banca mais próxima. Velhos hábitos não nunca morrem e o arquiteto levava o título de antiquado por isso. Odiava a tecnologia, preferindo conferir as notícias pelo papel todas as manhãs, assim como seu pai fazia. Todavia, específicamente naquele dia, estava mais interessado nos classificados.

Com uma carreta após engolir o café amargo, pegou a caneta para começar a circular as vagas que mais lhe interessavam. As que, no mínimo, pagavam três salários.

Do outro lado da cidade, Jimin explicava entusiasmado o que significava cidadania para a turma de diferentes países, a maioria tendo algum passado obscuro ao ultrapassarem as fronteiras do país ilegalmente.

ㅡ Alguém pode ser presidente só porque é bonito e inteligente?

ㅡ Nãaaaao! ㅡ responderam em uníssono.

ㅡ E por que não?

Uma aluna levantou a mão e Jimin incentivou para que respondesse em seguida.

ㅡ Em todos os países democráticos existem leis que dão aos cidadãos o direito pelo voto secreto, para escolherem seus próximos representantes. Creio que precise bem mais do que essas qualidades chulas para administrar a maior potência do mundo. ㅡ disse a ruiva de cabelos escorridos, orgulhosa pelo inglês quase perfeito que falava.

ㅡ Muito bem, Anne! ㅡ parabenizou o loiro, admirado. ㅡ De qual país você é?

ㅡ Rússia, senhor Park.

ㅡ O que ela disse? ㅡ alguém perguntou.

ㅡ Alguma coisa sobre democracia.

ㅡ Além de gostosa é inteligente. ㅡ retrucou o mesmo, olhando para a janela de vidro, que dava uma boa visão do estacionamento.

Foi então que observou com interesse o lado de fora. Logo, cutucava o colega da frente para fofocarem sobre de quem deveria ser aquele carro chique que acabara de chegar.

ㅡ Com certeza, deve ser de algum presidente.

ㅡ Ou de algum chefão da máfia.

ㅡ No meu país podem ser os dois. ㅡ insinuou uma brasileira que se juntou a conversa.

ㅡ Hey, vocês três! ㅡ Jimin chamou atenção, colocando uma das mãos na cintura. ㅡ Querem compartilhar o motivo desses cochichos?

ㅡ Desculpa, professor! ㅡ um deles disse, envergonhado, voltando a sentar.

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