✨La Ley / C.B.V.M✨

Verdade Seja Dita

Liih Fairchild

Uma semana já havia se passado desde o fiasco do meu quase casamento. O Luke se mostrou um verdadeiro monstro e agora tudo que o Christopher havia me falado fazia sentido. Me sentia fraca demais, ele não me dava comida e nem água direito. A dois dias, ele entrou no quarto com um copo de dose com água e três bolachas de água e sal dizendo que era aquilo que eu comeria apenas para não morrer. Eu sentia como se tivesse em meu próprio inferno, criado pra mim pela pessoa que dizia e ainda diz me amar.

Eu passava dias e noites sentada no chão em um canto do quarto abraçada ao meu próprio corpo pedindo baixinho para que tudo aquilo acabasse. Da saia do meu vestido de noiva fiz uma especie de colchonete após te-lo o rasgado quase que por inteiro.

- amorzinho? - ouço a voz do Luke entrando no quarto o que faz eu me encolher ainda mais no canto. - me dói tanto te ver assim, princesa...

- mentiroso! Você é um monstro! Eu te odeio! - deferi aquelas palavras com ódio logo o vendo se aproximar e segurar meus cabelos os puxando para que eu levantasse.

- você não pode me odiar, você tem que me amar! Você me ama!

- Eu nunca vou amar você, sabe por que? Porque você nunca será o Christopher, é ele que eu amo e sempre vou amar!

Aquilo foi o suficiente para que eu recebesse dois tapas forte em meu rosto fazendo meu corpo cair ao chão e o canto da minha boca sangrar.

- você me ama! Você tem que me amar! Eu sou o cara certo pra você - enquanto ele falava podia sentir tapas e socos contra o meu corpo.

- Luke, para! Ta me machucando, para! - implorei chorando, mas ele parecia não me ouvir, então senti o ar faltar quando ele chutou minha barriga.

- eu fiz tudo por você, até te livrei daquele bebê maldito que ele deixou dentro de você! - mesmo com muita dor e chorando, eu o olhei assim que escutei aquela frase.

- você o que?

- ah qual foi? Achou mesmo que seu aborto tinha sido espontâneo? - ele solta uma risada sarcástica - foram dias colocando aquele remédio na sua comida e suco, tive que pagar caro para aquele médico não me entregar.

- você matou...matou meu filho?

- matei, meu amor, foi necessário. Eu não queria que você tivesse lembrança alguma do Christopher. Tudo teria valido a pena se você não tivesse resolvido me deixar por ele no dia do nosso casamento.

Naquele momento eu me sentia destruída, parecia que os dois últimos anos da minha vida tinham sido uma enorme mentira. Tudo que eu acreditava ou até mesmo sentia caiu por terra. Me lembro de ter sofrido tanto ao perder o bebê, me culpava dia e noite por não ser forte o suficiente para gera-lo e agora descubro que ele foi tirado de mim contra a minha vontade por um monstro que dormia ao meu lado na cama.

- sabe Luke... - me levantei com um pouco de dificuldade ficando cara a cara com ele - eu já devia ter feito isso a um bom tempo. - assim que terminei de falar virei um tapa em seu rosto com toda a força que tinha - eu tenho nojo de você! Você nunca terá meu amor!

Tentei seguir em direção a porta do quarto, mas antes que eu pudesse dar meu segundo passo senti a mão do Luke adentrar meus cabelos e me puxar com força levando meu corpo ao chão.

- você ta muito abusada! Quem pensa que é pra me bater? Eu estava sendo gentil com você até agora, mas chega!

Então ele tirou do bolso um canivete e sem dó alguma passou a lâmina em minha coxa abrindo um corte um pouco fundo. Ao ouvir meus gritos de dor ele sorriu e segurou meu queixo com força.

- isso é só o começo.

Christopher Vélez

Essa semana eu não dormi, mal comi, apenas usei todas as minhas forças pra tentar achar a Líih. O Luke havia sido esperto demais, desligou o rastreador do carro e sumiu sem levar celular algum.

Graças a Juh, a polícia abriu uma investigação privada para não chamar a atenção da mídia. Por ser um caso da família, a Juh não estava participando, mas conseguia algumas informações com os colegas de trabalho.

- acha que ele está a machucando? - perguntei olhando minha prima e a Rebeka.

- eu sinceramente não sei... Não sabemos a que ponto ele pode chegar. - ouvi a Beka responder e então soltei um longo suspiro.

- eu não aguento mais ficar aqui parado sem notícias enquanto ela pode estar passando as piores coisas na mão daquele monstro! - me levantei logo passando a mão em meus cabelos.

- mas o que nós podemos fazer? A polícia não parou a investigação, mas as informações são poucas e não temos a menor ideia da onde eles possam estar. - a Juh me responde.

- eu vou dar um jeito. - pego a chave do carro e saio de casa seguindo para o mesmo.

Dirigi rapidamente até a casa do Ashton, ele era amigo do Luke e com certeza sabe mais do que contou, e eu iria descobrir. Cheguei a casa dele e bati na porta esperando que ele atendesse.

- Christopher? - ele pergunta surpreso assim que abre a porta.

- sem enrolação Ashton, cadê o Luke?

- eu já disse que não sei onde ele está. - ele ameaça fechar a porta, mas eu a empurro com força e o coloco contra a parede apertando seu pescoço.

- eu vou perguntar só mais uma vez - apertei mais seu pescoço e olhei em seus olhos - cadê o Luke?

- eu não consigo respirar... - ele fala com dificuldade - eu falo, eu falo.

- desembucha - solto seu pescoço, mas não me afasto.

- antes do casamento, ele estava procurando por algum chalé naquelas regiões do interior do estado. Ele dizia que queria um lugar afastado que ninguém acharia. É só o que eu sei.  

- se eu descobrir que você está o ajudando, eu não vou ser tão amigável da próxima vez. - falei sério e segui de volta para meu carro.