"Sem benefícios"

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[...]

Eram dez para às sete. Gabriela acorda por que sem querer Isis deixa cair à chave.

Isis: desculpa não queria te acordar. – Diz pegando a chave do chão, enquanto a amiga se espreguiça.

Gabriela: já vai? – Diz se levantando contra sua vontade e se espreguiça mais uma vez para acordar o corpo.

Isis: uhum. – Guardava algumas coisas na mala. – Te encontro sábado. – Fala colocando a mala no ombro.

Gabriela: vai de ônibus? – Diz saindo do quarto junto com a amiga.

Isis: não. – Ri, negando com a cabeça. – Santos vai me levar. – Diz descendo as escadas.

Esperavam na porta da pensão, com Gabriela bocejando com bastante sono.

Isis: amiga vai dormir. – Diz carinhosa. – Tá capotando de sono, eu espero sozinha. – Gabriela negava com a cabeça e com o indicador, e se encostada na parede fechando os olhos.

Isis: ah pronto! – Diz checando a caixa de mensagens.

Gabriela: que foi? – Desperta ainda morta de sono.

Isis: Santos não vai poder me buscar. – Bloqueia o celular e bufa. – O que eu vou falar para Dona Leila? – Lembra da chefe, que vai ficar possessa por causa de mais um atraso.

Gabriela: não tem ninguém mais que possa vir?

Isis: não. – Desanima. – Vou ter que pegar um ônibus o que via demorar ainda mais.

Gabriela: Miguel? – Diz olhando para ele que estava atrás de Isis.

Isis: que Miguel menina? – Suspira. – A gente terminou, esqueceu? – Lembra do acontecimento. – E também nunca iria me dar uma carona. – Se chateia.

Miguel: eu te levo. – Isis se assusta, e quase da um pulo.

E quando se vira ele estava com um sorriso forçado, e com as chaves do carro dele na mão.

Isis: não, você tem a sua faculdade, não vou te atrapalhar... Mais, né? – Fala isso com muita dor no coração.

Miguel: eu te levo, sem problema. – Diz em poucas palavras.

Gabriela: vai amiga, senão você vai se atrasar. – Aconselha.

Isis: não quero te atrapalhar. – Diz olhando no fundo dos olhos de Miguel.

Miguel: você não via atrapalhar. Eu não tenho faculdade hoje, e mesmo que tivesse. – Desconversa. – Vamos? – Isis morde o lábio, pensando em recusar.

Isis: vamos. – Sabia que a viagem iria ser um silêncio constrangedor e horrível de presenciar. – Tchau amiga. – Diz dando um abraço em Gabriela.

Gabriela: se cuida, principalmente você sabe de quem. – Se refere a Igor, de querer voltar para o posto.

Isis: pode deixar. – Abraça mais um pouco a amiga, e vai com Miguel até o carro dele.

Os dois sabiam que tinham que encarar. O passado. E talvez um presente diferente. Aquilo que talvez nenhum dos dois estavam preparados. Um distanciamento. O que não era normal. Era o silêncio. Era gritaria, beijo, mais gritaria. Mas nunca silêncio. Aquele ensurdecedor, que nunca conseguimos ficar quietos.

Gabriela já tinha despertado, e trocou de roupa. Não tinha pão fresquinho, decidiu ir num mercadinho comprar.

Em um mundo de coincidências, Gabriela sai da pensão, fechando a porta atrás de si. Enquanto Vicente abria a lanchonete. Ela atravessa a rua, e caminha um pouco, distraída. Chega em frente a lanchonete, e ia passar direto mas...

Meu horizonte | GabicenteOnde histórias criam vida. Descubra agora