"Não está querendo jogar comigo é isso?"

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Isis: aqui dona Leila. – Entrega o celular. – Obrigada.

Leila: tô pra falar um negócio contigo, senta ai. – Diz pegando o celular, e mandando Isis se sentar na cadeira à frente. – Seguinte, sei o quanto é difícil vir pra cá. – Isis assente. – Eu tô montando uma filial lá no Rio, te interessa?

Isis: sério? – Se espanta. – Mas é claro que eu quero.

Mas fica a pergunta: porque Isis trabalha no meio do nada? Explicação: Leila é uma amiga de infância de Patrícia. Ela se casou com o dono do posto de gasolina, que faleceu faz dez anos. E decidiu seguir com a única renda que tinha. E lucrou muito ao decorrer dos anos, e ofereceu esse emprego a Isis, que aceitou sem direito a devolução. Mas Leila esqueceu como que era o Rio de Janeiro, e decide fazer uma filial pertinho da casa da casa de Isis, que no caso vai morar lá também. Deixará esse posto com um dos filhos do seu falecido esposo.

Isis: gente adorei. – Ri.

Mas a alegria de pobre dura pouco. Quem não devia ter escutado, escutou. Vai falar o que não devia, e pra quem não devia.

Xx¹: se prepara. – Diz um homem ao telefone, no banheiro do posto em que Isis trabalha. – Ela vai junto com a chefe para o Rio de Janeiro de vez. – Explica calmamente. – Essa é a tua única chance.

Xx²: vou me preparar. – Diz um outro homem, do outro lado da linha.

Xx¹: sexta feira, às cinco elas vão. – Termina, e trinca o maxilar.

Xx²: ok. – A ligação se encerra.

[...]

Já estava de tarde, Gabriela varria o grande salão, que continha várias mesas para os hóspedes tomarem suas refeições. Vicente chega sem fazer um mínimo barulho e dá um susto na menina.

Gabriela: garoto. – Diz colocando a mão no peito, por causa do susto. – Não me assusta assim. – Diz espetando ele com a vassoura.

Vicente: vamos? – Lembra ela de irem a praia.

Gabriela: aonde? – Se finge de desentendida, e continua varrendo o grande salão.

Vicente: Gabriela vou te bater. – Fala entre dentes, brincando, e ela sorri divertida. – Vamos logo, a galera já foi. – Se refere a todos os amigos, inclusive Bernardo, o que por ele e a maioria não iria.

Gabriela: agora não vai dar não. – Exclama indo em direção à cozinha. – Tenho que passar pano ainda, um bando de coisa. – Diz voltando com o rodo, e um pano de chão.

Vicente: então te ajudo. – Gabriela o olha, divertida, duvidando. – Porque você está me olhando assim? – Ela dá de ombro e ri. – Acha que eu não sou capaz é? – Sorri assentindo. – Então vamos ver.

Passou meia hora eles já tinham passado pano: no grande salão, na cozinha, no corredor e na escada. Assim que estavam próximos do fim, Gabriela subiu para se arrumar para ir na praia junto com Vicente.

Gabriela: realmente, surpresa. – Diz no alto da escada, vendo a pensão toda arrumadinha.

Vicente: eu não sou capaz né? – Ele estava na curva da escada, que era um degrau grande.

Gabriela: mordi minha língua. – Riu, num piscar de olhos, ela quase caia da escada se não fosse Vicente.

A respiração dela estava acelerada, por conta do susto, e ele nervoso com o que podia acontecer se ela caísse.

Vicente: tá tudo bem? – Diz ainda segurando na mesma posição quando a impediu de cair.

Gabriela: aham. – Diz assentindo, e respirando bem fundo.

Meu horizonte | GabicenteOnde histórias criam vida. Descubra agora