Fuga

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[...]

Entra no quarto de cabelo molhado, e sem nenhuma vontade de se arrumar para o próprio casamento.

Sandra: minha filha, ainda está assim? - Reclamou. - Vamos colocar o vestido, vem vamos logo! - Puxou a menina, para colocar o vestido no quarto da mãe.

Gabriela veste o vestido de noiva, rodado, cheio de brilhos, bordados, e camadas. Parecendo uma princesa, pena que não está feliz. Não está satisfeita.

Sandra: minha filha, está tão linda! - Disse um pouco emocionada. - Não está Carolina? - Olhou para a filha, que mexia no celular, desinteressada. - Carolina! - Chama atenção da filha.

Carol: oi mãe! - Olha para a mãe, sem interesse nenhum.

Sandra: tua irmã, vai casar, vai ser feliz, e você ai mexendo nesse celular. Que falta de educação! - Repreende a filha.

Carol não queria piorar a situação da irmã. Então se calou. E Gabriela ficava de cabeça baixa, por conta da infelicidade estampada. A maquiagem estava feita, e o penteado também. Mas a felicidade não era vista, Gabriela estava mais infeliz que o normal. Carol via mas não podia fazer nada, se não ia ser repreendida pela mãe.

Sandra: todos prontos? - Chegava na sala, e viu a família toda pronta. - Ai esse dia chegou, ver minha filha mais velha casar, parece até um sonho! - Se emociona, mesmo vendo Gabriela triste.

No que iam sair de casa, Carol pede um tempinho.

Carol: é rápido mãe, eu juro, deixa só eu pegar um negócio. - Nem esperou a mãe falar, já foi em direção ao quarto.

Carol pegou a mochila de Gabriela, e colocou algumas roupas, e uns sapatos bem leves para não pesar a mochila. Foi em direção a gaveta e pegou o dinheiro que Gabriela tinha conseguido por conta da vendinha, e inteirou com o seu. Que não era muito, mas necessário para ajudar sua irmã um bom tempo.

Carol: você vai fugir minha irmã, eu te prometo! - Rezou e pediu a Deus, assim que sua irmã partisse, para ajudá-la.

E vai para a sala com essa mochila. Mesmo que a mãe reclamasse, como reclamou, tinha uma resposta na ponta da língua.

Carol: algumas coisinhas, para se acontecer caso vestido rasgar, a maquiagem borrar, ou até mesmo cansar os pés, por conta dos saltos! - Sorriu e lançou um olhar para a irmã, que sorria de canto, sem muita esperança.

E partiram para a igreja. Em um carro ficou Gabriela e a mãe, e no outro ficou a irmã e o pai. Gabriela olhava para as mãos, e depois olha para a paisagem lá fora, e cai uma lagrima. E força os olhos e respira fundo para não chorar mais ainda. Chegaram logo na igreja, mas para Gabriela pareceu uma eternidade.

Sandra: você fica ai, vou fazer com que os convidados entrem, e ai você sai do carro ok? - Gabriela sem forças, assentiu, e ficou ali olhando para o nada.

A mãe sai do carro e faz com que todos os convidados entrem. As portas da igreja foram fechadas, e Sandra chama a filha para sair do carro.

Sandra: você vai entrar sozinha, e eu e seu pai estaremos te esperando no altar, ok? - Falou enquanto Gabriela saia do carro.

Ajudaram ela subir as escadas para ficar em frente à igreja. Posicionaram ela em frente a porta principal, Carol a entregou o buquê, mesmo não querendo, e ajeitou a mochila em suas costas. Não tinha ninguém na rua, o táxi que levou Gabriela até a igreja já tinha ido embora.

Sandra: quando você escutar a marcha nupcial você entra, mas vai demorar um pouquinho.

Evandro: uns quinze minutos, eles falaram. - Frisou e Gabriela só assentiu, sem ânimo.

Sandra: então vamos entrar, vamos Carol? - Chama a filha, que olhava para a irmã com dó, e consegue arrumar uma desculpa esfarrapada.

Carol: eu posso só ajeitar a maquiagem, que está um pouco borrada. Posso? - Olhou para a mãe, querendo muito que ela dissesse 'sim'.

Sandra: pode, pode sim, a gente vai entrando então tá? - Carol assentiu, sorrindo. - Não demora! - Sorriu e saiu com o marido, para entrar na igreja.

Carol foi checar se eles entraram mesmo na igreja, e sim.

Carol: vai, vai logo! - Incentiva.

Gabriela: tá maluca Carol? Como? Sem dinheiro, roupa? Tá doida? Não dá! - Repreendeu.

Carol: você acha que o que? Tu acha que eu sou boba é dona Gabi? - Sorriu, abrindo a mochila mostrando tudo que tem dentro. - Aqui na frente tem um dinheirinho para você sobreviver. - Abre o bolso da parte da frente, e no mesmo momento fecha, as duas partes.

Gabriela: Carol, você não existe! - Sorriu, começando a chorar, e abraçou a irmã.

Carol: vai, vai viver seu sonho. - Sorriu, vendo a irmã mais uma vez feliz.

Gabriela se soltou do abraço e desceu as escadas, ajeitando a mochila nas costas. Tira o véu do cabelo, e grita de felicidade.

Carol: vai ser feliz minha irmã! - sorri, vendo a irmã correr para o mais longe possível. 

Meu horizonte | GabicenteOnde histórias criam vida. Descubra agora