Um dia para tudo acontecer. O dia que pode ser chamado de: a entrada para o inferno. Quando pensa em casamento, pensa em amor, carinho, afeto. Não, medo, aberração, ou desprezo.
Gabriela acorda no susto, por causa do seu sonho.
Gabriela: é um aviso, tenho que fugir o mais rápido possível! - Disse para si mesma, e assustada.
Ela levanta num só pulo, e começa a preparar as roupas, e colocar na única mochila que tem.
Gabriela: mundo que me espere, estarei pronta para te enfrentar. - Disse determinada, querendo acreditar na loucura que estava fazendo.
Na hora que coloca a última roupa na mochila, escuta um barulho na sala.
Gabriela: quem está acordando essa hora? - Sussurrou e abriu um pouquinho a porta, sem fazer um mínimo barulho, era sua mãe. - Ai meu deus! - Fecha a porta, mas, sem querer, faz um barulho.
Sandra iria preparando o café, já que não conseguiu dormir. Sendo que o barulho chama sua atenção. E vai no quarto de suas filhas. Quando abre a porta vê suas filhas dormindo, num sono tranquilo. Pelo menos, pensou a mãe.
Quando a mãe sai, Gabriela bufa e grita só que com o travesseiro abafando o barulho.
Gabriela: eu vou fugir sim, você não vai me impedir mãe! - Disse decidida.
As horas se passam, e Gabriela se distrai arrumando sua parte do armário. E sem querer, acorda Carol.
Gabriela: desculpa Carol, foi sem querer! - Disse pegando o cabide que acabou de cair.
Carol: nada irmã, fica tranquila! - Se senta na cama, e coça os olhos. - O que você está fazendo? - Presta atenção no que a irmã está fazendo. - Que horas são?
Gabriela: sei lá, deve ser nove e meia! - Disse chutando um horário, e se concentrando nas roupas que tinha para arrumar.
Carol: e você acordada a essa hora? - Se espantou.
Gabriela: nem me fale. - Jogou o cabide e foi ao encontro da irmã, se sentada na cama dela. - Tive um sonho meio estranho, e acordei, senti que era um aviso. Sabe?
Carol: Deus me livre minha irmã. - Se benzeu.
Gabriela: e ai eu decidi fugir, sendo que a mamãe acordou. - Bufou.
E as horas se passam. E a tarde chega. E as irmãs estavam no quarto, de novo. Gabriela com a mochila pronta, e a coragem ativa. E Carol com medo do que pode acontecer com a irmã, na cidade grande.
Gabriela: combinado? - Disse repassando mais uma vez o plano.
Carol: posso deixar registrado?
Gabriela: o que?
Carol: que isso é maluquice.
Gabriela: isso de novo? Eu já sei! - Riu. - Mas vamos logo, antes que eu perca a coragem.
E respira fundo antes mesmo de colocar a mão na maçaneta. E olha para a irmã antes de abrir a porta, e enfrentar a fera.
Gabriela: mãe? - Chamou Sandra, que gritou da cozinha, logo vindo ao seu encontro.
Sandra: o que foi filha? - Secava as mãos com o pano de prato.
Gabriela: então mãe... - Olhou para a irmã, que a encorajou. - eu vou na casa do Igor agora tá? Beijo! - Já ia se encaminhando para a porta sem ouvir a resposta da mãe.
Sandra: não, não e não! - Não deixou a menina sair. E a menina se vira, mais uma vez, olhando para a mãe. - Não pode ver o noivo antes do casamento. Dá azar!
Gabriela: agora mesmo que eu quero ver ele. - murmura.
Sandra: o que foi Gabriela? - Queria ouvir o que a menina tinha dito. - não adianta, você não vai sair, porque não pode ver o noivo antes de vinte e quatro horas antes do casamento.
Gabriela queria sair, e ela tinha que sair. Tinha que fugir. Tinha que ir embora. Senão o pesadelo iria acontecer. E ela não iria suportar. E muito menos aguentar, por anos e anos. O inferno estava perto. E ela pensa e realmente era isso, se entrasse no inferno nunca mais poderia sair.
Gabriela: então eu posso ir com a Carol na padaria? - Tentou outra vez.
Carol: hum, ó tô morrendo de fome. - Sorria de nervoso.
Sandra: ih, parece que vocês adivinharam, quer dizer, suas barrigas adivinharam. - Riu. - Seu pai acabou de sair para ir na padaria.
E não conseguiu mais uma vez sair de casa. Se depender das maluquices da sai mãe, ela não conseguiria sair nem para tomar um ar.
E Gabriela sai irritada da sala, e vai em direção ao quarto, batendo a porta, fazendo um estrondo.
Sandra: o que houve com a sua irmã? - Falou da irritação de Gabriela.
Carol: estresse, nervosa por casamento que vai acontecer amanhã. - Arrumou uma desculpa.
No que entrou no quarto viu Gabriela enfiada na cama, quase virando parte dela.
Carol: Gabi? - Se sentou do lado da irmã, que logo se sentou, e viu o rosto da menina inchado. - O que foi? - Se preocupou.
Gabriela: eu acho que eu não vou conseguir! - Enxugou as lagrimas que insistiam em cair.
Carol: irmã, meu amor, você vai sim! - Incentivou, e a abraçou, confortando a irmã. - você vai conseguir sair dessa vida, eu te prometo, vou te ajudar!
Gabriela: eu acho que não! - Sentiu o conforto do abraço da irmã. - Como que eu vou conseguir fugir, com a mãe desse jeito? - Chorava mais.
Carol: meu amor, olha pra mim! - Pegou o rosto da irmã, fazendo a olhar para ela. - Você vai conseguir, você tem coragem, tem garra, e força. Você vai conseguir sair desse inferno, assim como você diz. - A incentivou. - E ainda vai conhecer um moreno, lindo desses que a gente vê na TV. - Riu e a irmã a acompanhou.
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Meu horizonte | Gabicente
Fiksi PenggemarSinopse: A vida tem dessas. Tenta juntar o que não queremos, com o que precisamos para sair de situações difíceis. O caso de Gabriela não é diferente. O casamento não iria acontecer. E muito menos ela iria aparecer. Ela irá viver aquilo que a cativa...