NOTA: vamos dar uma voltinha pelo passado?
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Era um dia como outro qualquer para Hinata: compras pela manhã, treinamento à tarde, faxina à noite. Já estava indo para o caixa do mercadinho quando ouviu seu nome ser chamado. Olhou para trás e encontrou Sakura vindo em sua direção.
— Hinata, que bom que você está aqui. – ela sorriu ao tocar-lhe o ombro – Você entende mais de cozinha que eu. Pode me ajudar a escolher alguns temperos? Estou super perdida.
A rosada uniu as mãos em súplica e Hinata achou graça.
— Claro. – O que você vai preparar?
— Ganhei um atum enorme de um dos meus pacientes. – respondeu sentindo-se empolgada enquanto guiava Hinata até a sessão orgânica. – Queria cozinhar quando Sasuke viesse, mas acho que vai acabar estragando...
A voz de Sakura foi sumindo aos poucos enquanto falava. Hinata sentiu um pouco de pena. Pegou na mão da amiga e sorriu solidária, guiando-a pelo corredor de variedades ensinando sobre as melhores combinações e as melhores formas de preparo do peixe marinho.
Retornaram juntas ao caixa e esperaram sua vez.
— Obrigada, Hinata. Vou te levar um pouco do prato hoje à noite.
— Ah, não precisa! – a outra se sentiu tímida – Tenho certeza de que seu paciente queria que você comesse o presente.
— Acredite, vai sobrar muito peixe. – a kunoichi médica explicou – Seria errado desperdiçar.
Hinata ponderou sentindo o peso das sacolas de compra que carregava e pensou no almoço que estava prestes a preparar. Entendia bem o que era ter de guardar sobras na geladeira sabendo que provavelmente seria a única a comer.
— Tive uma ideia melhor. – a morena sorriu.
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— Isso ficou um milhão de vezes melhor do que qualquer coisa que eu já preparei na vida! – Sakura exclamou quando sentiu que já estava satisfeita. Hinata, sentada à sua frente, se sentiu extasiada. Há muito tempo ninguém parecia se empolgar com sua comida.
— Atum não é difícil de fazer. – respondeu tentando ser humilde – E você também fez tudo direitinho.
A rosada deu um gole em sua água, devolveu o copo à mesa e levou uma das mãos até a mão da morena. Hinata, que não esperava pelo gesto, encarou Sakura. Seus olhos cor de esmeralda estavam brilhando e pareciam focados.
— Obrigada. Não só pela ajuda com o peixe... – disse por fim – Já faz um tempo desde que tive uma refeição em grupo. Ultimamente têm sido... Solitário. Sinto que as pessoas da vila me olham com pena, então não me sinto bem em convidar ninguém para um almoço entre amigos. Parece que todos tem uma família e eu seria aceita só por pena. É horrível.
Hinata cruzou os calcanhares por debaixo da mesa e devolveu o aperto de mão sentindo-se mal por ter tido pena de Sakura mais cedo. Quem era ela para julgar?
— Sinto muito... – murmurou realmente se compadecendo do sentimento.
Sakura assentiu em silêncio. De repente, seu estado de espírito mudou completamente e ela recuou com a mão.
— Nossa, desculpe por falar dessas coisas. – riu. Hinata pôde ver em seus olhos que ela não achava graça alguma. – Você tem treinamento mais tarde, certo? Deixe que eu lavo a louça.
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Egoísta
RomancePara Sakura e Hinata, o sexo casual tem efeito entorpecedor e faz com que se esqueçam da frustração dos casamentos: uma se culpa por sentir demais; a outra, por por não sentir o bastante. Vale a pena encobrir um erro com outro maior ainda? E até que...