XIV

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* Sun * 

     - E quem era aquele que você falava no celular, no dia que a Safi veio morar aqui ? - Pergunto, acariciando seu rosto que está no meu peito. 

     - Ele se chama Rian, nós éramos muito amigos na faculdade. Um dia eu estava ao telefone com minha mãe e ele acabou escutando a conversa, como sabia que ele não ia contar a ninguém, falei da minha síndrome a ele. - Ela explica, fazendo desenhos na minha barriga. 

     - Mas do que ele falava naquele dia ? 

     - Ah, foi de uma acontecimento na faculdade. Já estávamos quase terminando o último semestre, eu estava com dor no banheiro e tinha esquecido meu remédio na sala. Tinham umas meninas que faziam umas aulas com a gente, elas não gostavam muito de mim, nunca entendi o motivo e nem procurei entender. Elas me viram passando mal e começaram a zoar, falando várias coisas, insinuando, por serem mulheres, devem ter notado que eu não menstruava. Eu tinha mandado uma mensagem ao Rian, pedindo para ele levar meu remédio, antes delas entrarem. Ele ouviu elas me zoando e me ''defendeu'', eu não estava dando a mínima para o que elas estavam falando, falando que mesmo eu tendo a MRKH, eu ainda era mulher, ainda e bonita e várias coisas, e foi aí que elas começaram a zoar mais, fiquei tão puta com ele, que mesmo cheia de dor, deixei eles para trás e nunca mais quis contato com ele. Porque depois daquele dia, elas ficavam jogando piadinhas e eu não contava a ninguém o que eu tinha, por causa disso. 

     - Não sei bem o que dizer sobre isso, mas imagino como se sentiu mal com isso. 

     - Eu já resolvi isso, estou de bem com o que aconteceu, mas não quero mais falar com ele. Quando minha confiança na pessoa é quebrada, é difícil restaurar de volta.

     - Não posso dizer que sei como é, pois nunca confiei em ninguém, e a pessoa que confiei em um momento difícil, foi a Nana e confio até hoje. E desde que fui liberto e moro aqui, só convivo com pessoas de confiança.

     - Que bom, é muito ruim você confiar na pessoa e ela quebrar sua confiança. Ainda mais se for uma pessoa que confia muito, você perde a confiança em todas as pessoas, fica desconfiado com tudo e todos. 

     - Deve ser realmente muito ruim. - Beijo sua cabeça. -  Agora vamos dormir, daqui a pouco amanhece e ainda estamos acordados. Boa noite, meu bem. 

     - Boa noite, chère

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   Eu, Warrior, Slade, Fury e mais alguns estávamos vendo as fêmeas dançarem. Claro que quem já tinha a sua, não olhava para outras, respeitávamos. 

   Quem dava as aulas era a Sienna, um dia na instalação ela disse que amava dançar e quando saímos de lá, ela começou a dar aulas aqui para as fêmeas. Todas estão dançando o ritmo animado que a Nah disse ser samba, uma dança brasileira.

   Além da música, só se escutavam os risos delas. Summer, Lua, Safira e Forest também tentavam dançar. Nana nos chamou também, mas bom, estamos bem só assistindo. Depois de ver que as mulheres conseguiram pegar os passos mais ou menos, ela começou a ensinar pagode. Ela chamou o Warrior para ajudar e mesmo contrariado, ele foi. 

   Ela ensina como é, e as mulheres formam pares, Lia olha para mim e sorri. Vou de encontro a ela e seguro ela como Nana está falando para fazer.

     - Nem precisei chamar. - Ela diz rindo. Começamos a nos balançar.

     - Não perderia a oportunidade de estar agarrado a você. - Pisco um olho, sorrindo. 

     - Que safado, adoro! - Ela ri, olha para o lado e começa a rebolar, indo até o chão. Olho ao redor e as outras fêmeas fazem o mesmo. 

     - Meninos, vocês têm que descer também! Acompanhem elas. - Nana avisa, fazendo o movimento com o Warrior. Os dois dançam em perfeita sincronia. 

     - Vamos lá, gatinho! Faça igual a eu. - Ela passa os braços pelo meu pescoço, coloca uma perna no meio das minhas e rebola de novo. Ponho as mãos na sua cintura e repito seu movimento. É, acho que não levo jeito para dança. - Se solta, chère, está muito tenso. 

   Tento relaxar ao máximo e voltamos a dançar, aos poucos pego o jeito e danço melhor. Depois de um tempo, Nana encerra a aula. Voltamos para casa com a Safi dizendo o quão legal ela achou e que queria dançar mais.

     - Podemos ir na cachoeira ? - Ela pergunta ao entrarmos em casa. Olho para Lia que dá de ombro. 

     - Mais tarde vamos, agora vai tomar um banho e desce para almoçar. - Digo a ela, que concorda e sobe a escada correndo. 

     - Ainda bem que sobrou comida do jantar, assim não precisamos fazer correndo. - Lia diz ao terminar de beber o copo de água que pegou. 

     - Concordo com você. - Dou um selinho nela. Tiro as panelas da geladeira e coloco no fogão, ligando o fogo. - Vai lá tomar banho também, deixa que eu faço as coisas aqui. 

     - Ok, já volto. - Ela passa por mim, dando um tapa na minha bunda. 

   Arrumo a mesa e deixo tudo pronto, Lia e Safi descem e eu subo para tomar banho também. De volta a mesa, comemos em meio a conversa, como sempre, Safi era quem mais falava.

   Depois de descansarmos um pouco, fizemos uma cesta com comidas, pegamos um lençol e saímos de casa, passo na casa da Sienna para ver se a Lua e o Summer também querem ir e logo eles estão correndo em direção a cachoeira com a Safira. 

   A tarde se passa assim, as crianças comendo, brincando e tomando banho na cachoeira. E eu agarradinho com meu sol, aproveitando a paisagem e a companhia das crianças. 

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   OLÁ, PESSOAAAAS!!!

  ME DIGAM O QUE ESTÃO ACHANDOO...

  Bjinhos e até o próximo.. 

   Ah, a estória está entrando na reta final, triste... 

Sun - Novas Espécies (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora