Aceso

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Sumário: As últimas peças do xadrez chegam, o jogo começa, e a inevitável antecipação de conquista aumenta. 


Notas: Neste capítulo, veremos como Macarena lida quando o vício que ela levou sete meses para tirar de seu sistema ressurge. E, encontramos novos amigos!

Ah, e eu estou no twitter sob o mesmo nome (killlanelle) caso você tenha alguma dúvida!



Macarena acorda na manhã seguinte — felizmente — em uma cama vazia.

Os raios de sol estavam brilhando como uma cortina sobre seu corpo, a luz suave lentamente puxando os restos de sono de sua mente.

Depois de conversar com Zulema, ela voltou para a sua cama e decidiu apenas encarar o teto — furiosa — até que algo próximo ao sono a abraçasse.

Sete meses.

Macarena levou sete meses para tirar aqueles sessenta dias dentro da prisão de sua mente, para fazê-la esquecer as noites, os aromas, os sentimentos, os olhos, tudo. Ela aceitou, selou e colocou tudo dentro de uma caixa mental. Ela tinha feito um bom trabalho — ela pensa — o plano tinha sido uma excelente distração.

Era um assalto bastante simples: entrar, pegar o que eles vieram buscar e sair. No entanto, ela não queria cometer nenhum erro. Ela calculou tudo, memorizou tudo — os nomes dos guardas, a planta da área, quem estará lá dentro, quanto tempo a polícia leva para chegar, o alvo — tudo necessário para garantir que ela não voltasse para a prisão.

Que as duas não voltassem para a prisão.

Por mais que ela odeie admitir, ela se sente atraída por Zulema. Não faria sentido negar depois que elas passaram quase dois meses transando quase todas as noites. Ela odeia o fato que a mulher que a fez perder todas as pessoas que amava é aquela que simplesmente não saia de sua cabeça. Foi preciso somente uma conversa com Zulema para recuperar tudo que ela havia reprimido.

Macarena cobre os olhos com as mãos.

Os dias após a primeira vez que Zulema veio até a sua cama, ela começou a se perguntar o que exatamente fez a morena fazer isso em primeiro lugar. Naquela época, ela nunca esperava que a mulher fodesse com ela, de todo mundo, mas depois de alguns meses pensando nisso, ela notou que não haveria mais ninguém além dela.

Quanto mais ela pensava, mais ela percebia que era conforto.

Zulema não saberia pedir consolo e, honestamente, ela pessoalmente disse que não seria ela quem lhe daria. Após a morte de Fátima, ela notou que os olhos da morena estavam faltando uma faísca — o único fogo queimando atrás dos olhos de mel sendo o desejo de vingança.

E depois que eles mataram Barbie com sucesso, a morena não tinha mais ratos para perseguir, nenhum outro ponto para focar sua raiva ou tristeza, então ela fez o que faz de melhor. Fuder com a vida de alguém — ou perto disso. Ela solta uma risada amarga com a lembrança.

Ela acabou dando-lhe consolo, afinal.

Zulema entrou em sua mente antes que ela pudesse fazer algo sobre isso. Tecendo lentamente sua teia dentro de seu crânio — noite após noite — até que a morena ocupou todos os seus pensamentos. Uma presa perfeita.

Macarena honestamente não sabe o que vai fazer com a morena agora. Ela sabe que Zulema não vai parar de provocá-la sobre isso, e por mais que ela se odeie por admitir, ela realmente não quer que ela pare. Toda vez que uma memória daqueles dois meses voltava, ela sentia os joelhos enfraquecerem — o que se tornou um problema muito desleixado depois que ela se reconectou com Fabio.

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