Waterloo

Entrelaçadas

Sumário:  

(Perséfone se inclina para Hades e o beija)

Ela sussurra: Por amor, lidarei com seus pecados.

E por justiça?

Por justiça, irei te mostrar os meus.

Notas: Esse é um de meus capítulos favoritos, muitas coisas acontecem, muitas revelações, então se preparem.

;)

"O que diabos você estava pensando?"

Macarena ouve assim que entra na casa.

Rezando internamente para quem estivesse ouvindo para lhe dar paciência, ela volta o olhar para o homem parado no centro da sala.

Fabio tinha um olhar severo no rosto, completamente descontente, seus lábios se contraindo em uma careta quase cômica, dividindo o rosto em dois. As mãos do homem estavam apoiadas nos quadris da mesma maneira que a mãe dela às vezes posava quando ela e o irmão haviam roubado alguns biscoitos da jarra antes do jantar estar pronto quando eram crianças — a única coisa que faltava era o pé batendo no chão.

Em uma vida diferente, a cena, talvez, a faria sentir vergonha de suas ações. Ela tentaria se desculpar, tornar as coisas agradáveis ​​novamente, qualquer coisa para fazê-lo parar de olha-la daquela forma. Mas agora, honestamente, ela havia passado por coisa pior.

E 'pior' ficou sentada do lado dela durante as duas horas de carro que levaram para voltarem a cabana.

"Eu estava fazendo o necessário, Fabio." Ela suspira, gentilmente tirando a peruca e puxando o cabelo para fora do nó apertado, jogando a peça em cima da mesa antes de rolar o pescoço na tentativa de aliviar um pouco de tensão — sentindo os ombros cederem sob o peso dos eventos anteriores daquela noite. "Eu te falei isso."

Fabio solta um bufo irônico, passando uma mão frustrada pelo rosto. Seu olhar se levanta para encontrar o de Valentín quando o homem entra na sala. Macarena franze a testa com a troca de olhares misteriosa que compartilham, uma comunicação fechada que ela não conseguiu identificar. O homem dá um tapinha no ombro de Fabio antes de se sentar no sofá ao lado de seu irmão adormecido, começando a tirar os sapatos de fivela.

Fosse o que fosse, ele conseguiu acalmar Fabio, um suspiro pesado movimentando seus ombros, massageando o pescoço com a curva dos dedos. "Bom, estou feliz que você esteja bem." Ele diz a ela, seu olhar voltando para o marrom suave que ele gostava continuamente de enviar para ela.

"E estou feliz por não estarmos trinta e cinco milhões de euros mais pobres, tecnicamente." Macarena ouve vindo de trás dela. Zulema dá um passo ao lado dela, arrancando a peruca e jogando-a nas bancadas da cozinha antes de descansar os cotovelos em cima dela.

Macarena sente a boa e velha dor de cabeça começando a se acumular atrás do olho direito quando nota a raiva familiar queimar atrás dos olhos de Fabio com as palavras da morena. Levantando a mão para fazer curvas apertadas em torno de sua têmpora, ela decide que deve falar alguma coisa antes que ele decida que uma cabeçada não tenha sido uma mensagem suficientemente clara.

"Antes que vocês dois comecem, preciso lembrar a todos o que exatamente enfrentaremos a partir de agora". Ela diz, colocando as mãos nos quadris.

A loira olha brevemente para trás quando o som da porta da frente se fechando ecoa pela sala. Gary havia entrando e, ao ouvir as palavras dela, decidiu simplesmente ficar na soleira com os braços cruzados — prestando muita atenção nela. Ela lhe dá um sorriso suave antes de voltar sua atenção para o assunto em questão. "Com a escuta no colar, agora é apenas uma questão de tempo até que ele comece a voltar ao cofre de Emílio em Madri."