XXII

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Me perdoem por esse capítulo.
Deixem suas estrelinhas e vamos lá.

Com carinho,

Srta A B Braga

Passei duas semanas afastada da casa dos meus pais

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Passei duas semanas afastada da casa dos meus pais. Dakota e Maya pegaram catapora, consequentemente Ben Jon também.

Me isolei na casa de verão com Ella e Ellen com o apoio de irmã Carmen. Tínhamos que manter as meninas protegidas, afinal a imunidade delas era muito baixa.

Todas as manhãs eu e Ella praticamos exercícios de fisioterapia e suas perninhas estavam bem mais firmes. Planejei um aniversário de quinze anos para ela e Maya, minha enteada acabou tendo seu aniversário adiado por conta da comoção do retorno de Gregory.

Só fizemos um bolo e cantamos parabéns.

Ao final da segunda semana, qual foi a surpresa que tivemos? Peter McAllister apareceu com Gregory, mamãe e Bob Rey.

Greg ficou muito emocionado quando conheceu Ella, eles conversaram durante um bom tempo enquanto eu o vigiava e dava de mamar para Ellen.

- Ben Jon está bem melhor, os visitei anteontem e em mais uma semana eles saem do período de contágio. Maya que sofreu um pouquinho mais e surtou por conta das marquinhas.

- Ela é muito vaidosa. - acabamos rindo juntos. Ajustei meu sutiã por baixo da fralda de pano e guardei meu seio.

Bob pediu para pegar Ellen e bateu levemente em suas costas até ela arrotar. Rimos de seu arroto alto.

Quando olhei para Greg ele nos encarava.

- Acho que precisamos conversar, Ems.

Peguei sua cadeira de rodas e o guiei até a suíte principal. Ali tinha uma varanda que dava de frente para a piscina.

- Diga Gregory - cruzei meus braços e fiquei séria.

- Como você consegue dormir a noite? Não tem pesadelos? Remorso? - Eu sorri.

- Durmo plena todas as noites. Só não durmo mais porque Ellen acorda duas vezes para mamar, mas meu marido a pega e a coloca para dormir conosco.

- Ellen não é filha de Kurt. Eu sei.

- Que merda você tá falando Gregory McAllister? - coloquei minhas mãos em cada lado da sua cadeira de rodas e fiquei cara a cara com ele.

- Você é previsível Emilly. Tão previsível que quem soubesse que você teve um filho quinze anos atrás, e o reencontrou agora, teria entendido tudo.

- Sabe, eu fiquei no seu quarto alguns dias. O meu tinha virado um closet da Claire. Sempre soube do seu esconderijo embaixo do piso do armário e encontrei as cartas de Lindsay.

Congelei de pavor.

- Li uma por uma. E qual foi a minha surpresa quando ela contou sobre Ella Smith. Lindsay também bateu a história da mãe adolescente que entregou a filha em um convento numa chuvosa noite de junho.

- Porque você está fazendo isso comigo Greg??

- Porque eu não suporto mais segredos! Fui pra uma maldita guerra com peso na consciência achando que minha irmã tinha matado uma criança inocente! Escondeu de Bob Rey que ele tem uma filha e quando eu volto só vejo mais e mais mentiras!!! Kurt sabe que não é o pai de Ellen, ou você se deitou com ele também e o drogou como fez com Bob da outra vez? - dei um tapa estalado na sua face.

- VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE FALAR ISSO! SABE QUANTO EU SOFRI? A QUANTIDADE DE REMÉDIOS QUE TOMEI POR QUATORZE ANOS? Quando eu deixei Ella no convento, não lembrei de nada. Mas o buraco no meu peito sempre existiu. Nem eu conseguia acreditar que não tinha feito mal a ela. Foram quatorze anos guardando do mundo que eu tinha um bebê por aí. Quando Ben Jon nasceu eu chorei por uma semana inteira pensando no meu bebê que estava por aí. - cai de joelhos ao pés da cadeira de Greg.

- Quando conheci Ella tudo na minha vida voltou a fazer sentido. Mas a minha filha estava morrendo!!!! Ela passou por dois câncer antes! Dois! Desde os quatro anos que essa criança luta sozinha Greg! Procurei o seu médico e ele me disse que um transplante acompanhado de um tratamento experimental poderia dar uma nova chance a ela. Me agarrei aquilo e fiz uma coisa vergonhosa, droguei Bob Rey e engravidei dele de novo. Ellen veio para salvar a irmã dela, o transplante foi através de seu cordão umbilical.

Ouvimos um barulho vindo do quarto e Ella no chão com Bob em seus braços.

Ella estava animada

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Ella estava animada.

A visita de Tio Bob sempre a deixava assim. Ela amava tio Kurt com todas as suas forças, mas ele tinha duas filhas, tio Bob não. Ella sentia que ele era uma alma solitária como ela.

Tia Claire era uma boa esposa, mas a menina sabia que ele queria filhos e ela não podia. As vezes tinha vontade de não ter sido adotado por tia Rose, pois ela já tinha muitos filhos. Mas se sentia culpada com esses pensamentos, pois tia Rose tinha sido a melhor pessoa que já tinha conhecido na vida.

A menina adorava quando ela escovava a sua peruca ou lavava seus curtos cabelos e depois os escovava. Essa deve ser a sensação de ter uma relação de mãe e filha.

Após ensaiar uns passos e mostrar para vovô Peter e vovó Meredith, Ella anunciou que faria uma surpresa para tio Greg. Bob perguntou se ela queria ajuda, ela negou.

Faria uma surpresa que deixaria tia Rose orgulhosa.

Andou lentamente até o quarto, abriu a porta e os avistou na varanda.

Tia Rose chorava sentada em frente ao tio Greg. Ella sentiu vontade de correr até a mulher, mas escorregou. Na mesma hora Bob entrou no quarto e a avistou ali.

"...droguei Bob Rey e engravidei dele de novo. Ellen veio para salvar a irmã dela, o transplante foi através do cordão umbilical..."

Ella olhou assustada para Bob. Ela encarou seus olhos azuis e sorriu.

Bob Rey era seu pai.

Ella desmaiou em seus braços.

Emilly apareceu e Bob levantou Ella em seus braços.

- Bob, não é o que está pensando, eu...

- Cala a boca Emilly. - ele deu uma risada de escárnio. - Acho bom você falar com a sua advogada, porque eu ficarei com as minhas filhas. - lágrimas jorravam pelos olhos furiosos do homem.

- Você é um monstro! Eu odeio você Emilly McAllister!!!

Ele saiu do quarto carregando Ella. Só ouviram o barulho do seu carro saindo acelerado.

Emilly caiu no chão quarto. Seu peito doia e o coração parecia que poderia explodir a qualquer hora.

Ela sabia que aquela ameaça teria consequências graves.

Bob Rey não a perdoaria.

Tiraria suas filhas.

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Desventuras do Amor (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora