Amor Sob O Mesmo Teto

02

Hoje era um novo dia. Isabella havia acordado animada e decidida. Ligou para o primo cedo e os dois levaram toda a mudança para o apê. Chegando lá, Nando havia recebido uma ligação. Como ele estava carregando umas caixas, colocou no viva-voz e atendeu a chamada:

— E aí, boy? É hoje o seu open house? Vai me dizer que a sua priminha não vai deixar você fazer a festa que a gente combinou?

Isabella não estava entendendo nada, não sabia de festa nem desse tal de "open house".

— Ah, mano, sei lá. Nem falei com ela ainda, mas acho que ela topa sim. Não tem gente mais tranquila que ela, né, prima?

— Sei não, hein, Nando. Tá muito em cima da hora, vai virar baderna isso aí.

Isso é o que a antiga Isabella diria. Ela até pensou em falar isso, mas como ontem prometeu para si mesma que iria aproveitar mais as chances da vida, decidiu deixar o primo fazer o que bem entendesse:

— Opa, Nando, festa? Vamos! Só não deixa tudo para a última hora!

— Pode deixar, Bela. Só vou terminar de subir essas caixas e vou comprar as coisas. Quer ir comigo?

Achei melhor não ir porque tinha que arrumar toda a bagunça da mudança:

— Pode ir sozinho, Nando. Vou ficar aqui para organizar as coisas, mas traz um chocolate para mim, por favorzinho — eu disse fazendo biquinho.

— Claro que eu trago. Você não pede, Belinha, você manda — ele disse me puxando para um abraço.

Tudo já estava organizado. Isa tomou um banho, secou o cabelo e deixou ele bem arrumado por conta da festa de hoje. Colocou um vestido chamativo e todo brilhoso. Afinal, a festa era dela, então pensava que deveria chamar atenção pelo menos hoje. Por fim, ela fez uma maquiagem toda produzida e estava pronta para arrasar.

Nando havia acabado de chegar e comprou muita bebida. Sua prima já estava imaginando a bagunça que iria dar:

— Prima, se arrumando toda só para um open house?

— Não é todo dia que eu vou, ou melhor, sou dona de uma festa. Quero estar à altura, queridinho!

— Nossa, Bela, estava pensando aqui. Você podia chamar aquela sua amiga lá, a de cabelo curtinho preto, esqueci o nome dela.

— Tá falando da Rebeca?

— Isso, ela mesma! Chama ela, sou doido para dar uns beijos naquela boquinha!

— FERNANDO, QUE HORROR!

— Prima, perdão. Eu quis dizer dar um abraço amigável na sua amiguinha — ele fala caindo na risada.

— Olha, vou chamar ela, mas a Becca é toda fofa, não vai querer ficar com você do nada, sério!

— Isabella, Isabella, parece que você não me conhece. Nenhuma garota resiste ao meu charme!

Isabella deixou ele lá pensando que tinha chance com sua amiga, mas na real ela tinha certeza que pelo menos hoje ele não ficaria com ela. Rebeca é uma fã de clichês que acredita que do nada seu príncipe encantado vai aparecer para ficar com ela. Ela nunca fica com ninguém só por ficar, sempre tem uma razão. Segundo ela, eles devem ter pelo menos uma conexão.

Tudo estava pronto, só faltavam os convidados. Isabella havia acabado de ouvir o barulho da campainha e foi correndo atender. Assim que ela chega perto da porta, vê sua amiga Rebeca:

— Meu Deus, mana, arrasou! Amei sua roupa.

— Decidi me arrumar um pouquinho para essa sua festinha.