Desire

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- Tias, o diretor está alguns dias desaparecido mas eu juro que não fui eu. - Sabrina disse ao entrar na cozinha. 

- Sabrina querida, já deixamos claro que você não pode matar os mortais e não minta para nós! - Hilda repreendeu a sobrinha colocando as panquecas que havia cozinhado sobre a mesa. 

- Eu juro tia, não fui eu desta vez. - A garota insistiu olhando com medo para Zelda que lia tranquilamente seu jornal. 

Hilda abriu a boca para repreender novamente a menina, mas Zelda a interrompeu antes que a primeira palavra saísse de sua boca. 

- Deixe a menina, Hilda, ela não está mentindo. 

- Obrigada tia Z, mas como sabe que estou dizendo a verdade? - Sabrina questionou encarando a tia que agora tomava uma dose de sua bebida. 

- Pois fui eu quem o matou e que a verdade seja dita, ninguém sentirá sua falta. - A ruiva concluiu colocando o copo sobre a mesa.

O silêncio tomou conta do lugar. Todos sabiam que algo muito ruim deveria ter ocorrido para que Zelda matasse um mortal e além disso ela estava bebendo logo pela manhã, sem se preocupar com o leite de Leticia. 

- Posso perguntar o que aconteceu tia? - Ambrose falou a primeira coisa desde que havia se sentado à mesa, segundos antes de Sabrina chegar. 

- Ele me deu motivos para isso. - A ruiva respondeu vagamente voltando a ler seu jornal. 

- Então tá bom, estou indo para o hotel, Leticia está pronta Zelda? - Hilda quebrou o ar tenso que novamente havia se instalado.

- Está sim irmã, mas deixe que eu a levarei quando eu for para o hotel. - Zelda se recordou de como gostaria de ver Mary. 

"Arrumando desculpas para ver sua namorada tia Z?" Ambrose conectou seu pensamento ao de Zelda. 

"De onde você tira essas coisas Ambrose?" A ruiva respondeu mentalmente o encarando. 

- Vocês estão mesmo conversando mentalmente? Odeio ser excluída dessas paradas legais de bruxa de vocês. - Sabrina esbravejou. 

- Que vocabulário é esse Sabrina? - Hilda se surpreendeu com as gírias da menina.

- Mortais falam assim tia Hilds. - A garota respondeu, pegou sua bolsa e saiu da casa.

- Para vocês estarem conversando mentalmente o assunto deve ser sério, vou me retirar queridos, encontro vocês mais tarde. - A loira saiu em um piscar de olhos.

Ambrose levantou-se e encostou na bancada atrás de Zelda. 

- Você vai ficar aí me observando? - A ruiva disse impaciente. 

- Longe de mim tia Z, só quero as cartas na mesa. Você não me dirigiu a palavra desde que cheguei e fez questão de deixar claro sua não aprovação ao meu namoro com Prudence. - Ele esclareceu sentando-se na cadeira ao lado da tia fazendo-a olhar para ele. 

- Uma Blackwood, Ambrose, você está namorando uma Blackwood. A filha de meu marido, esperava isso até de Sabrina, mas não de você. - Ela respondeu rudemente. 

- Você é casada com um Blackwood e Prudence não tem culpa do pai que tem. Seja sincera tia Z, você está com ciúmes. - O garoto brincava com fogo e estava ciente que poderia se queimar. 

- Não vou me dar ao trabalho Ambrose, se você acredita que irá me tirar do sério está muito enganado.  - Zelda levantou-se e continuou encarando o menino que sentiu um arrepio percorrer a espinha. 

- Dá uma chance pra garota tia Z, você sabe como é estar apaixonada. - Ele disse piscando para ela e saindo da cozinha. 

Zelda travou. Ela realmente sabia como era estar apaixonada? Todos percebiam que seu casamento era um grande acordo e uma guerra de egos e desejos. Sentia-se atraída por Mary, mas não chamaria aquilo de paixão, luxúria talvez. Precisava tirar isso a limpo, se aquilo que sentia por Mary fosse paixão não deixaria de ser após uma noite com a mulher. Mas Mary era uma mortal e Zelda não se perdoaria se a morena acabasse morta por seu marido ciumento e sem limites quando se tratava de controla-la. 

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