A Marca Negra

150 20 9
                                    

-Você está estranha.

Elise olhou para o namorado que descansava o braço na cadeira dela. Estavam todos muito bem acomodados no camarote de honra que ficava a muitos metros do chão. Os pais de Perine conversavam com o Ministro da Magia da Inglaterra, com o auxílio de Ludo.

-Perdão?

-Está quieta. - disse amargurado - Nem se empolgou quando aquele jogador entrou aqui à procura do Ministro. Isso foi desde que falou com aqueles ingleses.

Os olhos verdes daquele garoto ainda martelavam na mente dela. E o formigamento na cicatriz, ele levando as mãos até a testa... Era tudo muito estranho. Pare de ser idiota, Elise. Não vê? Vai acabar estragando o evento para o seus amigos e seu namorado. A vozinha dentro dela estava certa, aliás quantas pessoas tinham olhos verdes pelo mundo?

-Desculpe, Alec. - ela acariciou a mão dele com os dedos - Eu só estava pensando no meu pai, como ele ia amar tudo isso. A droga do trabalho dele...

- Chérie, não pense nisso. Na próxima Copa viremos com ele, certo? - ele a beijou com leveza - E não precisa pedir desculpas.

Ela sorriu para ele e voltou a conversar qualquer coisa com ele e os dois amigos. Até que um menino loiro de cara pontuda sentou ao lado dela, ele a olhou de cima a baixo com os olhos cinzas, mas nada disse.

-Oi. - ela acenou para ele.

-Te conheço? - perguntou com uma voz um tanto... metida.

-Acredito que não. - Elise fez de tudo para manter a compostura - Você deve estudar em Hogwarts e eu sou francesa.

-Beauxbatons? - ela assentiu - Bonito castelo, bem melhor que aquela velharia de Hogwarts. E deve ser bem melhor frequentado.

-Não acho Hogwarts feia. - ela coçou a cabeça - Meu pai estudou lá.

O menino ficou com um leve rubor nas bochechas, que logo sumiu. Elise riu, pelo menos a arrogância dele ela havia tirado.

-Me perdoe, não é uma escola ruim, é só que gostaria de ver outros lugares, sabe? - disse um tempo depois.

-Talvez. - ela deu mais risadas das justificativa que provavelmente ele havia acabado de inventar - Bem, se um dia for visitar Beauxbatons me avise. À propósito sou Elise.

-Draco. - ele apertou a mão dela. - Esse ano você...?

Antes que pudesse acabar, a voz ampliada de Ludo Bagman soou por todo campo.

"Senhoras e senhores... bem-vindos! Bem-vindos à final da quadricentésima vigésima segunda Copa Mundial de Quadribol!"

Todos presentes naquele estádio gritaram em comemoração. Um quadro negro enorme, que antes exibia propagandas se apagou, agora apenas com os dizeres BULGÁRIA: ZERO, IRLANDA: ZERO.

"E agora, sem mais demora, vamos apresentar... os mascotes do time búlgaro!" O lado direito das arquibancadas, uma massa vermelha de torcedores, berrou em aprovação.

– Mascotes! - alegrou-se a Madame Beaufort, ficando mais ereta para ver melhor– A melhor parte! Oh, trouxeram Veelas!

– Não sabia que a Fleuma ia fazer participação especial. - comentou Perine, fazendo todos rirem

Cem veelas deslizaram pelo campo e Elise revirou os olhos. Os mesmos cabelos louros prateados de Fleur, que pareciam balançar, mesmo sem vento. Elas começaram uma dança um tanto sensual e todos os homens mais burros para não tamparem os ouvidos começaram a enlouquecer. Ela passou por cima de Alecsander para segurar o braço de Lohan que começou a se levantar, porém quase foi derrubada pelo próprio namorado.

Elise Winsk e o Torneio TribruxoOnde histórias criam vida. Descubra agora