Passados sete meses da morte de Nwokocha Agbadi, as pessoas começaram a se
perguntar quando Nnu Ego voltaria para Lagos. Rodeada pela família do marido,
por sua própria família e por uma comunidade solidária, ela sabia que quando
chegasse o momento de partir de Ibuza ficaria muito penalizada; mesmo assim,
também sabia que não devia permanecer por muito tempo mais. Não porque não
desejasse ficar à espera do marido até ele regressar da guerra, mas simplesmente porque
relutava em voltar para uma cidade de condições tão exigentes. A vida em Ibuza podia
carecer de sofisticação, o dinheiro podia ser curto, mas as preocupações eram poucas.
Numa noite clara, Nnu Ego estava sentada tranquilamente diante de sua cabana pessoal
aproveitando a fresca da noitinha. Seus filhos, bem como as outras crianças da família, já
haviam sido alimentados, e os ruídos que faziam em suas brincadeiras ao luar chegavam até
ela de vez em quando. O bebê Nnamdio estava nas mãos prestimosas de Adankwo, mulher
forte, de quarenta e poucos anos – uma dessas mulheres resistentes, confiáveis, que todos
acreditam que estarão sempre por perto. No contato mais próximo com ela, tinha-se a
impressão de uma certa rigidez; seca como um graveto na fala e na aparência, ela pouco
dizia, mas em compensação ria muito, exibindo um conjunto de dentes magníficos, com uma
fenda irresistível no meio.
Nnu Ego ouviu Adankwo se aproximar, com o pequeno Nnamdio equilibrado a cavaleiro
sobre uma das ancas e segurando um banquinho do outro lado. Ao entregar o bebê à mãe,
Adankwo observou:
"Ele passou a tarde mascando meus seios; acho que já está na hora de ganhar algum leite
de verdade".
"Ah, mãe", disse Nnu Ego, usando a forma adequada para se dirigir à mulher mais velha
da família Owulum, "você não é tão velha e seca. Deixe que ele sugue com força e tenho
certeza de que vai começar a produzir leite para ele. A única coisa que eu quero é ficar
deitada nesta areia olhando a lua".
"Meus dias de amamentar estão encerrados, filha. Levante e alimente seu filho: ele está
com muita fome. Além disso, precisamos conversar. Levante". Além de autoridade, havia
urgência em sua voz.
"Espero que esteja tudo bem com a família", disse Nnu Ego preocupada, embalando
Nnamdio de leve antes de dar-lhe o peito.
Adankwo esperou que Nnamdio ficasse bem acomodado para mamar e depois falou,
virando um pouco a cabeça para o lado como se temesse que algum inimigo ouvisse suas
palavras. Começou de forma um tanto brusca e a partir de um ângulo que no início parecia
não ter nada a ver com o tópico que Nnu Ego imaginara que seria abordado.
"Quem lhe disse que os mortos não estão conosco? Quem lhe disse que eles não nos veem?