Os dias que se seguiram foram dedicados a falar com esse policial, aquele
advogado, aquele doutor – um mar de rostos para Nnu Ego. Ela pouco entendia
das conversas. Só rezava para que Nnaife fosse solto. Tudo aquilo custava
dinheiro, dinheiro que ela não possuía. Com o abalo, o rendimento escolar de
Adim começou a cair; além disso, o menino estava perdendo peso. Era verdade o
que diziam, ela pensou, que se você não tem filhos, o desejo de tê-los acaba com você, e se
tem, as preocupações acabam com você. Um dia ela chamou o garoto e teve uma conversa
séria com ele.
"Ouça, Adim, pelo jeito estou sozinha com você nesse assunto de viver. Seu pai põe a
culpa em mim e em vocês, meus filhos. O povo de Ibuza me culpa: dizem que não eduquei
nenhum de vocês direito porque passei a maior parte de meu tempo vendendo coisas no
mercado. Estão prevendo que nenhum de vocês vai dar certo na vida. Será que você vai fazer
o que eles querem, abandonando-se também? Pode pôr a culpa em mim, se quiser, mas ouça,
bom filho; até agora, você e sua irmã Taiwo são minha única esperança. Tenho esperança de
que vocês dois, além de me sustentar na velhice, irão enxugar as lágrimas de vergonha dos
meus olhos. Portanto, não se entregue. Enfrente suas responsabilidades escolares; é sua única
salvação".
"Sabe, mãe, escrevi a Oshia, nos Estados Unidos, e ele disse que lamenta muito o que
aconteceu e que vai orar por nós todos, mas que é praticamente tudo o que pode fazer".
Um brilho inconfundível de esperança iluminou os olhos cansados de Nnu Ego. "Ora!
Quer dizer então que o menino ainda se lembra de nós? Ah, minha chi, por que você não me
contou? Que o chi dele o proteja. Como ele está? Está sendo bem tratado por lá?".
Houve uma pequena pausa, durante a qual Nnu Ego observou o movimento de seus dedos
do pé e Adim, sem saber o que fazer, olhou atentamente para ela. O garoto não entendia a
mãe.
"Bem, se você tivesse me perguntado", ela prosseguiu, "eu teria lhe dito para não escrever
a Oshia. Ele deve estar ocupado construindo seu próprio futuro, ansioso com o que tem pela
frente. É muito doloroso ter a idade dele".
"Mas, mãe, ele não podia ter nos ajudado de alguma maneira?".
Nnu Ego sorriu. "Como ele vai fazer para nos ajudar, se não está no país dele?
Provavelmente não tem dinheiro nem para comer. Sei que o povo de Ibuza fala mal de mim
pelas costas, mas, olhe, filho, eles estão mandando nosso único advogado, Nweze, para
defender seu pai, e preciso encontrar dinheiro para pagar as taxas de seu último ano na
escola. Com a ajuda de minha chi, juro que vou arrumar esse dinheiro. Então, por que deixar
Oshia aflito se ele não tem condições de ajudar? Não quero que ele se preocupe ou imagine
que é a causa do que está acontecendo conosco. Quando responder a ele, diga que nós todos
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